Unconditionally [D.A.M.A]

[Four]

-"Como é que te consegues alimentar apenas como uma salada?"

-"É o que dá ser vegetariano."

Kasha encontrava-se à minha frente, na pequena mesa que ficava encostada à janela. Vários estudantes permaneciam a conversar, sentandos nos bancos frios de pedra, que se situavam ao ar livre.

-"Vai haver uma festa hoje à noite no bar do costume. Não queres ir?"

-"Claro, passa pelo meu dormitório às 20:30".

-"Às suas ordens, dama. Até logo."

O rapaz levantou-se cuidadosamente da cadeira, pousando o tabuleiro no devido lugar. 20:30. Sim, Mr. Coimbra não iria receber a minha visita ao seu dormitório. Pensei demasiado sobre isso, e cheguei à conclusão que o meu professor de Biologia, é somente um dos restantes professores. Eu não poderia de todo, entrar no seu dormitório àquela hora, sem saber o que aquele homem me iria fazer. Ele é totalmente misterioso, é insano, e eu não podia adivinhar quais eram as suas intenções. Além disso, eu odeio Mr. Coimbra, então, porque haveria de me enfiar no seu quarto? E acima de tudo, eu nunca cumpro o que me mandam. Correção, nunca cumpro o que Mr. Coimbra me manda. Ele não passa de um professor todo bom com a mania que quer, pode e faz
O meu prato anteriormente repleto de lasanha, estava agora vazio, fazendo-me pegar na maçã que permanecia no tabuleiro.
Levantei-me, e despedi-me da senhora que estava atrás do balcão, com um sorriso quente e aconchegante, visto que a pobre senhora já se encontrava ali à horas a fio.

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O meu computador foi desligado, quando o relógio marcou as 18:45. Levantei-me preguiçosamente da cama, e fui em direção à casa de banho.
Retirei todas as roupas que cobriam o meu corpo, que acabaram por ficar estendidas no chão. Não me preocupando com isso, entrei dentro do chuveiro e liguei a água. A sua temperatura estava demasiado fria, fazendo-me guinchar com o contacto gelado.
Temperei a água de modo a ficar ao meu agrado, e deixei-me ficar ali por algum tempo. Os meus músculos estavam agora relaxados e uma sensação de liberdade percorria o meu corpo nu.
Dirigi-me ao quarto, mais propriamente, ao meu guarda-vestidos.
Uma langerie preta foi retirada de de uma gavetas da mesinha de cabeceira. Era a minha favorita, a mais discreta e aquela que combinava perfeitamente com todo o tipo de roupa.
Um vestido vermelho escuro foi retirado da cruzeta. Era um vestido exibicionista, porém, eu sentia-me bem nele, pois realçava bastante as minhas curvas, e a minha anca parecia menos larga do que realmente é.
Calcei rapidamente os meus saltos pretos, e coloquei apenas rímel e um batom vermelho, fazendo-me parecer bastante atrativa.

-"Ariana, posso entrar?" ouvi uma voz masculina dizer, atrás da porta.

-"Mesmo a tempo!" disse a mim mesma, colocando o meu telemovel numa bolsa.

Abri a porta, e Kasha seguia ao meu lado. O seu cabelo estava devidamente arranjado, e os seus músculos eram bastante visíveis através da sua T-shirt clara.

-"Estás lindíssima."

-"Estou normal, como os outros dias."

-"Lá está. Lindíssima como sempre"

Um sorriso foi formado nos meus lábios vermelhos, perante o seu elogio. O seu carro encontrava-se estacionado do outro lado da rua.
A viagem fora curta, sensivelmente uns 10 minutos, não nos dando muito tempo para conversar.

-"Isto está lotado." Kasha proferiu, quando entramos dentro do recinto.

A música estava bastante alta, mas isso não me perturbava. Sempre gostei de festas.
Uma bebida foi-me oferecida por um rapaz moreno, de olhos castanhos claros. Levei-a à boca, o seu sabor ardia na minha garganta. Era uma sensação ótima.

Quando dei por mim, já estava a dançar no meio da pista. Kasha já se havia encontrado com uma rapariga de estatura média e olhos claros. Era bonita, mas nada de especial.

As bebidas que tinha ingerido, já estavam a tomar conta de mim. As minhas pernas já cambaleavam, e a minha cabeça parecia dar voltas e voltas. Estava demasiado bêbada para procurar o meu melhor amigo, fazendo-me sair do bar sozinha.
Percorri as ruas escuras e vazias, tropeçando nos meus próprios pés. No estado em que estava, o mais provável era perder-me, mas já fizera aquele percurso demasiadas vezes para me esquecer dele, mesmo estando embriagada.
A universidade entrava agora no meu campo de visão. Tudo parecia andar à roda. Dirigi-me até ao tão conhecido corredor. Senti alguém agarrar o meu braço no meio da escuridão, fazendo-me gritar com o sucedido.

-"Esteja calada, vai acordar o compus todo!"

-"Mr. Coimbra?" gaguejei.

-"O próprio. O que é que a menina faz às três da manhã no meio do corredor?"

As minhas gargalhadas invadiram a universidade, descontroladamente.

-"Oh meu deus, você está completamente bêbada, tresanda a álcool."

-"Oh, a sério, não sabia."

-"É melhor irmos para o meu dormitório."

-"Não, deixe estar. Eu estou bêbada mas não estou incapacitada."

-"Nem pense que a vou deixar andar aí sozinha, menina Ariana. Vem comigo e não há reclamações."

Oláaa

Eu queria pedir-vos desculpa pela demora, era suposto eu ter atualizado no dia dos anos do nosso Coimbra, mas não tive tempo.

Espero que tenham gostado :)