[Thirty-eight]

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-"Eu já sei de tudo."

-"Desculpa? Não estou a perceber."

-"Porra, pára de fazer esse teatro, eu já conheço as tuas intenções." ele parece ficar perplexo com as minhas palavras. "Só não percebo é porque é que estás a fazer isto."

-"Eu... Eu não quero que saias magoada, é só isso."

Ele é bom na arte de representar, mas eu já não sou tão ingénua quanto era à minutos atrás.

-"Desculpe? Você não dá a mínima para mim. É óbvio que tem alguma coisa contra o Mr. Coimbra e está a usar-me para o deitar abaixo."

-"Não é nada disso, Ariana! Tu não compreendes nada. Ele já me fez muito mal, acredita que eu não sou o vilão nesta história."

Ele está cada vez mais perto de mim. A sua respiração está descontrolada, assim como o seu tom de voz, que parece aumentar a cada palavra dita.

-"Você é completamente doente. Manipulou a minha melhor amiga, fê-la acreditar num amor completamente falso! Isso não se faz a ninguém, tem noção do quanto isto a abalou? É claro que o que ela me fez foi horrível mas não posso esquecer que a culpa disto foi toda sua."

Passam por nós dois rapazes que parecem não ter pressa absolutamente nenhum, fazendo-nos ficar em silêncio por uns minutos.

-"A Luena... Eu peço imensas desculpas por isso, mas ela era a minha única alternativa."

-"Eu não quero ouvir mais nada, não quero ter mais nada a ver consigo, ouviu?"

-"Vais ficar com o outro? Ele vai acabar por te destruir, mais do que já estás. Ele acabou com a vida da Denise e vai acabar com a tua também."

-"Denise? Quem é a Denise? E pare de me tratar por tu!" o meu tom é mais elevado agora, mas não faço caso disso. Quero impôr-me e esta é uma boa forma.

-"Pergunte-lhe a ele. Adeus Miss Ariana."

Ele deixa-me no pátio e eu agradeço por isso, apesar de estar intrigada com as suas afirmações. Quem diabos é a Denise e o que é que ela tem a ver com esta história? Será mais uma maneira de Mr. Cristovinho me manipular ou será mesmo a sério?

Olho para o relógio e ele diz-me que ainda faltam 45 minutos para a aula terminar. Pondero ir, mas desisto rapidamente. Odeio sociologia.

O nome Denise parece não querer sair da minha cabeça, mesmo quando faço um esforço para o esquecer. Quem será essa rapariga? Tenho que falar com Mr.Coimbra o mais rápido possível. Por falar em Mr.Coimbra... Será que eu o posso começar a tratar por Miguel? Essa é a menor questão que tenho para desvendar até agora, mas mesmo assim acho importante.

Decido sentar-me numas escadas, pois os meus pés estão a começar a doer devido às sabrinas que estupidamente decidi usar. Sou interrompida dos meus pensamentos, quando ouço o meu telemóvel tocar.

-"Olá pai!" digo alegremente.

-"Olá, querida. Tens andado bem? Desculpa não te ter ligado mais cedo, mas a empresa está-me a dar muito trabalho."

Ele sempre passou mais tempo no trabalho do que em casa, mas a verdade é que ele sempre me compreendeu melhor que a minha mãe.

-"Não tem mal, pai. Eu compreendo. Eu estou bem e tu?"

-"Sempre compreendeste, às vezes melhor que a tua mãe, obrigado por isso. Eu também estou bem. Espero que as aulas estejam a correr melhor do que nos anos anteriores." ele ri, e eu rio com ele. "A tua mãe está a ir para aí agora. Eu achei melhor avisar-te, parece que ela quer estar contigo, diz que têm de conversar. Ela tem saudades tuas, Ariana."

-"Obrigado por me avisares. Eu também tenho saudades." na verdade, não tenho assim tantas.

-"Não te tomo mais tempo. Fica bem, princesa."

-"Adoro-te pai"

Unconditionally [D.A.M.A]Onde histórias criam vida. Descubra agora