[Fifteen]

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Entrei vagarosamente na maldita sala de aula, recebendo alguns empurrões por parte dos meus "colegas", que se mostravam indignados devido à minha não-pressa.
Senti o olhar de Mr. Coimbra em mim, e fui ao encontro do dele. A conversa que tivemos de manhã fez o clima entre nós ficar estranho, porém, eu tinha prometido que as coisas entre nós não mudariam, independentemente das conversas ou dos atos inapropriados que tivéssemos. Por momentos, quis voltar atrás, e não ter prometido absolutamente nada. Mas por outro, não queria mudar nada na nossa relação.

-"Boa Tarde a todos. Aviso já que vão ter de elaborar um projeto sobre a última matéria dada.- enquanto pronunciava estas palavras, Mr. Coimbra caminhava lentamente pela sala.- O trabalho vai ser feito em pares, passo já a citá-los."

Ouvia atentamente as palavras de Mr. Coimbra, na esperança de ficar com alguém que me agradasse. Porém, vindo de Mr. Coimbra, já podia adivinhar que ficaria com o rapaz mais idiota ou com a rapariga mais irritante da classe.

-"E por fim, Lúcia, ficas com o Eduardo."

O meu professor de biologia parou à beira da minha mesa, talvez já com certezas que lhe iria questionar com quem eu ficava, já que o meu nome não havia sido dito.

-"E eu, com quem fico?"

-"Você fica comigo"

Uma piscadela de olhos que considerei algo sedutora, foi-me oferecida pelo homem mais sedutor do universo, fazendo-me corar instantaneamente.
Ainda consegui ver Mr. Coimbra sorrir um pouco, talvez pelo tom carmim que cobria agora as minhas bochechas. Não ligando a isso, continuei a prestar atenção à aula, quer dizer, não tanto à aula, mas sim, a Mr. Coimbra que a cada passo, a cada palavra, a cada repreensão me fazia tremer, talvez porque o seu poder sobre mim, é maior do que eu alguma vez poderia imaginar.

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-"Vá lá, levanta esse rabo da cama e vem comigo."

-"Achas que vou para lá servir de vela?"

-"Oh, o Kasha também vai. Por favor Ariana, não sejas idiota."

Luena insistia em levantar-me da cama. A minha disposição para festas era nula, mas tenho a certeza que a minha melhor amiga me iria arrastar pelos cabelos, mesmo que eu dissesse que não iria.

-"Ok ok, eu vou."- cedi.- "Mas quero chegar cedo, não estou com disposição para bebedeiras."

-"Tudo bem, velhota mal humorada."

Gargalhei com a sua resposta e dirigi-me ao meu garda vestidos, retirando do mesmo uns jeans ligeiramente rasgados de cinta alta, e uma blusa preta, que coloquei por baixo das calças.
Com preguiça, retirei debaixo da cama os meus preciosos stiletos pretos que calcei vagarosamente. Hoje era o meu dia da preguiça, sem dúvida.

-"Vá lá Ariana, despacha-te."

Grunhi em frustação e coloquei um batom vermelho vivo nos meus lábios. Deixei os meus negros cabelos passearem pelas minhas costas, e coloquei um pouco de rímel para realçar o verde dos meus olhos.

-"Estou pronta, pudemos ir."

Do lado de fora da universidade, estava Luís e Kasha, que nos esperavam pacientemente. Não exitando, corri para os braços do meu melhor amigo, que já não via à alguns dias, abraçando-o fortemente.

-"Estás lindíssima, Ariana."

-"Tu também estás belíssimo."

Chegando ao pequeno bar, sentei-me naturalmente num sofá que estava completamente desocupado. Kasha chegou perto de mim, oferecendo-me um copo que por muito que quisesse, não consegui rejeitar. O sabor cortante do álcool passou pela minha garganta, irritando-a instantaneamente.

-"Então, humm, ainda não arranjaste namorado?"

A sua pergunta fez-me congelar, apesar do sabor quente e chocante da bebida que tinha ingerido. Não sabia realmente o porquê daquela pergunta, mas deduzi que fosse apenas curiosidade. A verdade é que ele sabia o que se tinha outrora passado com o meu ex-namorado. A maneira como ele me manipulou, a maneira como as suas mãos tocaram no meu corpo sem que eu quisesse, a maneira como ele me cegou. Foi por tudo isto que não esperava esta questão vinda dele, mas acabei por responder.

-"Não."

-"Então acho que posso fazer o que à muito tempo esperava."

E no meio daquela confusão toda, os seus lábios chocaram contra os meus fortemente, fazendo-me arregalar os olhos de espanto. Pelo canto do olho, ainda consegui ver Mr. Coimbra, que me parecia fitar com impaciência.

Unconditionally [D.A.M.A]Onde histórias criam vida. Descubra agora