Acordo com a minha cabeça a latejar e pergunto-me porque é que é tão difícil estar de ressaca. Podia ser tudo tão mais fácil. Acho que o mundo seria melhor sem dores de cabeça e vomitos constantes.
Levanto-me da cama e levo uns segundos até me lembrar que estou no dormitório de Mr. Coimbra. Não há sinais dele, e agradeço por isso.
Dirijo-me à casa de banho e olho-me ao espelho. O meu cabelo está horrível e os meus olhos estão cobertos de maquilhagem da noite anterior.
Tento lembrar-me do que se passou ontem, mas a tentativa é falhada. A única coisa que me recordo é de estar no colo de Mr. Cristovinho. Meu deus, como é que eu vou olhar para ele a partir de hoje?
Será que eu dormi com Mr. Coimbra? As minhas questões são varridas da minha cabeça quando vejo o professor de biologia entrar no quarto.
-"Podes descansar mais. Ainda tens duas horas até a tua primeira aula." ele diz. Sinto-o distante e isso é horrível.
-"Na verdade não tenho sono."
-"Ok. Trouxe-te o pequeno almoço."
-"Obrigada."
Eu sento-me à sua beira e abro o pacote de sumo de morango. Não gosto muito de sumo de morango, mas este sabe bem.
-"Está tudo bem consigo?" eu pergunto, receosa da sua resposta. Será que aconteceu algo ontem?
-"Porque me mandas-te aquela mensagem?" o quê?
Posso não me lembrar de muita coisa, mas tenho a certeza que não lhe mandei mensagem nenhuma. Eu nunca faria isso, até porque eu estava com outra pessoa, não faria sentido.
-"Não mandei nada."
-"Como não? Eu recebi uma mensagem tua a dizer para eu ir ter contigo."
-"O quê? Eu não tenho nenhuma mensagem enviada." eu mostro-lhe o telemovel.
-"Mas eu tenho." ele passa-me o objetivo para as mãos, e eu fico intrigada. Realmente ele tem uma mensagem recebida do meu número, mas não fui eu que mandei."
-"Não fui eu que a mandei."
-"Então foi quem? Eu fui de propósito à porra daquele bar na esperança de uma reconciliação, na esperança que me pudesses perdoar, mas, quando chego lá, vejo-te no colo daquele idiota." ele está a ficar cada vez mais nervoso. "Não sei o que queres de mim. Passas o tempo todo a dizer que eu te faço mal, fazes de mim o vilão da história mas no fim, quem me magoa és tu. Achas que eu gostei de te ver no colo de outro? Eu só pensei em matá-lo naquele momento Ariana, fodasse eu estou mesmo passado com tudo o que vi."
-"Eu não sei onde estava com a cabeça para fazer aquilo mas eu não te mandei mensagem nenhuma." eu tento tranquiliza-lo, mas sem sucesso.
-"Então quem foi Ariana? O outro idiota com que te enrolas-te?"
-"Pára de dizer essas coisas!" eu levanto-me, posicionando-me à sua frente. "Eu não sei quem foi, talvez tenha sido ele, mas também porque é que ele faria isso?"
-"Ele quer comer-te, obviamente. E acho que ele desconfia da nossa ex-relação. Talvez ele queira o caminho livre."
-"Não sei se isso é verdade mas eu não o quero e tu sabes disso." as minhas palavras saem desesperadas demais, e arrependo-me por isso. "Mas também eu não preciso de te dar explicações. Tu é que decidis-te acabar com tudo."
-"Tu não percebes." ele senta-se na beira da cama e puxa o seu cabelo em sinal de frustação, um tique muito característico.
-"Não percebo? Tu não és o santo nesta história. Eu errei, mas tu também erras-te o tempo todo. E eu sei das raparigas que trazes para aqui. E tu certamente não lhe dás apenas explicações de biologia." desta vez sou eu que me irrito. "Tenho a certeza que já fodes-te montes de raparigas nesta cama."
-"Sim, tens toda a razão. Mas nenhuma é como tu."
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Unconditionally [D.A.M.A]
Fanfic"uma história onde o ódio se transforma num sentimento superior, fazendo um professor de Biologia e uma simples aluna viverem uma história única."