[Twenty]

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-"Eu vou passar o fim de semana à casa da minha mãe."

-"E o que te faz ir para lá?"

-"Você"

Mr. Coimbra encontrava-se atrás da sua secretária, fitando-me. O seu dormitório tornara-se com um ambiente cortante, mal eu aqui chegara.

-"Eu sabia. O que há de errado contigo, quer dizer, connosco?"

-"Há montes de coisas erradas, Mr. Coimbra."

-"Mas podemos torná-las certas, Ariana."

-"Eu não sei..."

Os olhos do professor outrora rígido  e odioso, brilhavam a cada palavra e não sabia como controlar as minhas emoções, ao observar aquele magnífico olhar.

-"Ariana, eu não vou de todo suplicar ou pôr-me de joelhos por ti. Nunca fiz isso antes, e também não pretendo fazer. Por isso, não vou insistir."

As suas palavras frias fizeram o meu coração congelar. Pude sentir os meus olhos encherem-se de lágrimas, mas tentei mantê-las o mais longe possível. Não queria dar parte fraca, e muito menos dar uma de sensível. O problema é que eu sou frágil e tenho noção disso. Por trás da minha faceta gelada, está uma rapariga muito meiga e quebrável. Mas é esse lado que eu não gosto de mostrar, sobretudo a Mr.Coimbra.

-"Não faria isso por mim?"

-"Não."

O meu mundo parece ter desmoronado nesse momento. A verdade é que sempre tive em mente que talvez tivesse mudado aquele homem, que talvez ele me amasse. Assim como eu o amo.

-"Então você acha que eu sou uma qualquer? Que não faria uma simples coisa por mim, só por causa do seu estúpido orgulho? Eu pensava sinceramente que havia aqui mais que uma atração óbvia, pensava que existia sentimento maior. Mas estou a ver que isto são apenas barbaridades da minha cabeça, feitas porque você fez questão de me mostrar a cada dia, um pouco de si. E cada dia eu me apaixonava mais, sabe?"- uma lágrima caiu sobre o meu rosto corado, mas rapidamente a limpei. " Meu deus, eu sabia que isto era bom demais para ser verdade."

-"Ariana..."

-"Eu ainda não acabei!" exclamei, interrompendo o seu discurso.

-"Eu amo-te."

Mr. Coimbra surpreendeu-me com aquelas palavras, e também com o beijo que me proporcionara de seguida. Senti as minhas costas embaterem contra o colchão, enquanto Mr. Coimbra retirava a sua camisola. Eu precisava tanto dele naquele momento. Precisava de senti-lo dentro de mim, de puder tocar cada pedaço da sua pele morena, de deixar marcas pelo seu corpo.

-"Tu és, sabes, hmm...?"

-"Não."

-"Gostava de ter sido o primeiro."

-"E para mim, vai ser o primeiro, Mr. Coimbra. O facto de eu o amar incondicionalmente, faz com que isto seja ainda melhor do que fora da primeira vez."

Unconditionally [D.A.M.A]Onde histórias criam vida. Descubra agora