[Thirty-five]

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-"Tu não me convences com essas coisas." ele parece ficar desapontado com as minhas palavras, mas tento não me ir abaixo com isso.

-"O objetivo não é esse, Ariana! Eu amo-te e tu sabes disso."

-"Então porque é que tiveste relações com outras raparigas?" eu desafio-o.

-"Isso foi antes de perceber o que realmente nos unia. Eu nunca tive nada com alguém durante nem depois do nosso relacionamento."

Os seus olhos parecem cheios de desespero e eu confesso que gosto de o sentir assim, vulnerável perante as minhas respostas, perante mim.

Eu quero gritar que o amo, quero sentir o seu toque, quero que os pedaços do meu coração se voltem a juntar, quero tanto puder amá-lo sem nada que nos abale.

-"Caramba, eu não sei o que estamos a fazer. Eu amo-te. Mas não sei se vou conseguir tentar outra vez."

-"Se não tentar-mos, nunca saberemos. Existem mil e uma coisas contra nós que tu desconheces, mas eu prometo que vou lutar contra isso. Eu quero estar contigo."

Agarro-o pelo pulso e levo os meus lábios aos seus. Tinha tantas saudades do seu sabor, tinha tantas saudades da maneira como ele me faz sentir. Mas será que eu estou a fazer o correto?

Sempre ouvi dizer que para sermos felizes, temos de fazer o que nos faz sentir bem, e a realidade é que ele me faz sentir melhor que ninguém.

A estúpida necessidade de ar faz-nos parar o beijo, e eu gemo em frustação.

-"É melhor ires antes que alguém te veja."

-"Vemo-nos depois?"

-"Acho que sim."

Visto rapidamente o meu vestido e dirijo-me à porta. Ele está de costas viradas para mim e não sei se isso é bom.

-"O que é que você está aqui a fazer?" o meu coração parece parar quando vejo o reitor mesmo à minha frente. "Quero os dois no meu gabinete, agora."

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-"Vocês sabem que é extremamente proibido a entrada de alunos nos dormitórios dos professores, certo?"

-"Sim." Mr. Coimbra diz. Consigo ver que ele está tenso.

-"Então o que é que a menina Ariana estava a fazer no quarto do professor?"

-"Eu... Estava a pedir-lhe algumas explicações. Não estava a conseguir acompanhar a matéria." eu minto. O meu professor não olha para mim, ele parece estar focado noutra coisa, mas ainda não consegui perceber o quê.

-"Há sítios mais adequados para isso."

-"Sim mas eu não o encontrava noutro lado, e pensei que não seria assim tão grave."

-"Eu espero mesmo que isso seja verdade, para o bem dos dois. É bom que isto não torne a acontecer, pois pode ter consequências mais graves. Podem sair."

Respiro de alívio e saio do gabinete. Isto foi intenso.

-"Achas mesmo que isto vai funcionar?"

-"Não sei, Ariana. Não sei."

Unconditionally [D.A.M.A]Onde histórias criam vida. Descubra agora