Explicações

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Sara

Depois de um tempo  Ana chegou, estava na sala vendo TV e ela passou como se eu não estivesse ali, ouvi Ana destrancando a porta e logo seguida ela grita nesse momento eu me assustei, não pelo grito dela mas sim pelo que eu possa ver porque depois do que eu vi eu não sei de mais nada.

—  O que foi? — Perguntei chegando no quarto dela e a cama dela estava toda bagunçada travesseiros rasgados, igual como o gato do "sonho" tinha deixado.

— Mais? — Falei gaguejando.

— Você esteve no meu quarto Sara? Ela grita .

— Tá louca você mesmo acabou de abrir com a chave, ouviu chave.

— Então me explica isso.

— Como eu vou saber Ana,porque tudo que acontece de errado com você é culpa minha .

Quando falei isso ela deu uma gargalhada

— Você sempre faz isso comigo, me culpa sempre, eu sei que você deve estar achando que foi eu que matei Mariela.

—  Seria explicável, vocês se odeiam.

—  Mas eu não matei ela,  e para de falar essas coisas de mim — Foi saindo pro seu quarto.

—  Volta aqui — gritei agora a gente vai conversar.

— Conversar?  Conversar o que? Não tenho nada pra conversar com você.

— Tem sim a se tem, você me culpou pelo seu vestido, mas agora me diz?  Aconteceu alguma coisa naquela festa que te prejudicou publicamente.

— Você trouxe a Mariela pra cá.

—  Publicamente - gritei.  Ela não expôs você .

—  Olha aqui garota você se acha esperta demais, mas nunca encontra nada que possa me prejudicar publicamente — Fez aspas no ar . Pode acontecer muita coisa ainda é você só vai ter mais minhocas não nessa cabeça e nunca vai ter sequer uma prova contra mim.  Ela me empurra me fazendo cair no chão . E se vira para sair.

—  Alex - gritei e ela para e me olha.

—  O que você falou? — Ela grita.

—  Alex,  esse nome parece familiar titia.

—  Olha aqui um nome ou outro não vai fazer você descobrir nada . Fala apontando o dedo para mim .

— Você deve  tomar mais cuidado falei olhando fixamente para ela,  e novamente ela dá uma gargalhada.

— Essa cidade anda muito perigosa, há vários atropelamentos acontecendo, você pode ser aproxima cuidado.

Ela disse isso e saiu pro seu quarto.  Gritei ainda sentada no chão  de raiva por ela ter saído por cima
Levantei e fui até o parque,  fui entrando por meio das árvores parque adentro até encontrar um lugar calmo, me sentei sobre as folhas caídas eu tinha vontade de chorar,gritar,bater nas coisas ao redor bate  em  mim mas porém tudo isso não sai eu estava me sentindo uma inútil, eu queria fazer alguma coisa pra que tudo aquilo parece,  por mais raiva que eu sentia dela, eu me sentia muito mal por ta fazendo isso as vezes que a gente precisa é sumiu por um tempo, por menor que seja e o que mais  queria nesse momento é poder fazer isso porém eu sei que agora não dá , nesse momento mais do que nunca eu tenho que desmascarar Ana.

Eu nunca vi Ana com ninguém não tem filhos namorado ou alguma coisa assim,  eu queria muito saber o passado de  Ana porque ela ficou assim será que ela realmente é assim.

—  Te achei —   O que você ta fazendo aqui Julieta.

—  Tá vindo indo pra sua casa e vi você entrar no parque — Disse se sentando do meu lado e cruzando as pernas.

— O que você ia fazer lá?

— Eu queria que ela me emprestasse um dinheiro pra  mim, preciso viajar.

— Viajar ? Porque pra onde ?.

—  Pro Brasil minha irmã mais nova acabou de ganhar um bebê e pediu pra que eu ajude.

—  Pro Brasil que legal não sabia que tinhas parente, muito menos no Brasil — Sorri.

—  Somos só eu e ela — Retribui o sorriso.

—  Porque ela foi para lá?.

— Quando ela estava na universidade, ela conheceu cara e foi amor à primeira vista como diz ela, eles começaram a namorar, e aí a faculdade dele que era de quatro anos acabou, e nesse tempo todo eles estavam mais ligados do que nunca um ao,  ele não poderia ficar aqui porque ele já tinha um trabalho na área dele que infelizmente ele não conseguiu transferir pra cá e foi embora, minha irmã ficou muito mal por um bom tempo e quando ela estava já superando ele aparece do nada,  eu me lembro muito bem desse dia ,estava eu e ela sentadas no sofá conversando até que a campainha toca,  e ela atende, eles abriram um sorriso tão lindo, e ele disse pra ela. Eu vim te buscar,  pegou ela no colo e a beijou um beijo digno de cinema, e eu não preciso falar mais nada não é.ela sorri.

— História linda, e você.

— Bom eu já fui casada mas ele morreu e eu nunca mais tive ninguém. Dessa vez uma lágrima escorre pelo  seu rosto, que rapidamente ela limpa com a mão.

— Mas a senhorita ta pegando muito — Fez aspas no ar.

— Não.

— Já namorou?.

—Não.

— Já beijou.

— Já mais nada que eu sentisse borboletas no estômago,  nunca tive vontade de ter alguém no meu coração.

— Sério.

— Você trabalha a um tempo pra minha família não é.

— Sim meus pais trabalhavam por seus avós maternos, praticamente cresci com sua mãe e com Ana, sua mãe sempre me tratou muito bem mesmo eu sendo um pouco mais velha que ela,  Ana não, era muito chata, não conta isso pra ela, ai meus pais morreram eu fiquei sem chão,  e a casa onde eu trabalhava foi vendida e os novos donos já tinham seus serviçais e não precisam dos meus serviços e minha irmã era pequena eu fiquei a ponto de enlouquecer mas sua mãe que já estava morando sozinha trabalhava muito e ainda era inexperiente com serviços domésticos me chamou,  aquela escuridão que eu estava passando ,passou  ai to aqui graças a Deus.

—  E Ana ela já namorou ou teve alguém.

— Sim,  mas ela não levava sério nem  um garoto pra ela nunca ninguém era do alcance dela,  até que quem não queria mais eram eles,  e aí ela ficou assim amarga.

E sempre focada em seu trabalho,  as pessoas precisam ser um pouco frágil Sara.

— Amor Ana sofre  de amor.

Nós rimos, e conversamos mais um pouco Julieta me explicou várias coisas sobre  o passado de todos .

Ana deu o dinheiro para Julieta,  que ficou super agradecida,  e entre de dois dias ela já estaria embarcando pro Brasil, essa semana foi complicada eu e Ana não trocamos uma palavra, fui até o túmulo de Mariela, pra desabafar.

Porque agora eu precisaria muito da ajuda dela,  Ana não espera pelo que vem pela frente.






A garota do Cabelo Cinza.Onde histórias criam vida. Descubra agora