Capítulo 1

9.7K 379 16
                                    

Beatriz narrando...

Finalmente hoje é o dia de voltar para casa. Depois de pessar um ano em um colégio interno, finalmente papai e mamãe entenderam que esse lugar não é pra mim.

Estou esperando mamãe a uma hora no lado de fora dos grandes portões do colégio até que enfim ela chegou de carro.

- Mãe! - Corri para abraça-la.

- Meu amor! - Ela falou beijando minha bochecha.

Ela ainda continua a mulher mais linda que já conheci em toda a minha vida. Seus cabelos loiros que agora estão em cima dos ombros e seus lindos e brilhantes olhos verdes de sempre.

- Que saudade! - Falei.

- Todos nós estamos morrendo de saudades suas também minha flor! - Falou ela.

- Serio?

- Sim. - Falou ela me dando um sorriso. - Principalmente Otávio. Ele não vê a hora de você chegar.

- Então vamos logo. Quero ver aquele idiota logo. - Falei pegando minhas malas e colocando no porta-malas.

Entramos no carro e mamãe deu partida. O trajeto levava mais ou menos trinta minutos. Não via a hora de chegar em casa.

Passei o caminho todo olhando pela janela e pensando em como sentia saudades de todos. Dos meus tios, Thay e Thomaz, do papai, da minha melhor amiga Joana e do idiota do Otávio.

- Chegamos! - Falou mamãe me despertando dos meus pensamentos.

Desci do carro e soltei um sorriso ao ver minha casa. Estava tudo do mesmo jeito de antes. O gramado verde bem aparado por papai, a casa de dois andares amarela com as portas e janelas impecavelmente brancas. O cheiro das rosas que mamãe cultivava em frente a nossa casa invadiu minhas narinas me fazendo lembrar dos momentos incríveis que passei nessa casa aprontando horrores com Otávio quando eramos pequenos deixando mamãe e a tia Thay de cabelos em pé.

Corri para o quintal de casa e lá encontrei todos.

- Papai! - Corri para meu pai e dei um forte abraço nele.

- Minha princesinha! - Falou ele beijando o topo da minha cabeça.

- Minha querida! - Tia Thay veio me cumprimentar junto com o tio Thomaz.

- Tios! - Abracei os dois juntos.

Os dois continuavam os mesmos. Tia Thay com seus lindos cabelos castanhos, olhos castanhos brilhantes e seu sorriso encantador de sempre. Tio Thomaz continua com sua beleza surreal de sempre. Só que agora fios grisalhos começam a aparecer em sua cabeça.

- Senti tanta falta de você pequena. - Falou tio Thomaz me beijando na bochecha.

- Eu também. De todos. - Falei a ele.

- Amiga! - Gritou Joana saindo de dentro de casa.

Corri até ela e a abracei fortemente.

- Joo! - Falei.

Como senti falta daquela doida. Ela é a ruiva mais linda que conheço. Encanta qualquer um com seus pequenos olhos azuis. E alta e tem um corpo que meu Deus do céu!

- Saudades. Tonho tanta coisa pra te contar. - Falou ela a mim.

- Mas antes será que posso abraçar a pirralha? - Falou uma voz atrás da gente.

Me virei e vi Otávio lindamente sorrindo para mim. Ele vestia uma bermuda preta, blusa branca e All star preto. Meu coração parou por um segundo quando vi ele bem ali na minha frente. Ele tinha mudado, pra melhor. Continuava com seu corpo atlético mas seu cabelo preto estava maior e caído para o lado, seus grandes olhos castanhos estavam brilhantes e sua boca rosada estampava um sorriso lindo. Como sentir falta daquele idiota.

- Tavio! - Corri e pulei em seus braços abraçando ele fortemente.

- Também senti sua falta pirralha. - Falou ele dando aquela risada rouca que eu tanto amava nele.

- Continua meu fã né?! - Ri para ele.

- Sempre! - Piscou para mim.

Nos ficamos agora cara a cara. Eu ainda estava em seus braços. Seus olhos eram intensos e pude perceber seu coração acelerado igual ao meu naquele momento.

- Será que pode soltar meu namorado agora fofa? - Falou a voz irritante da Andressa atrás de nós.

Ele me soltou e fiquei um pouco sem jeito. Andressa sempre estragando os momentos bons.

Andressa era a namorada do Otávio dês do primeiro ano do colegial. Admito que ela é linda. Tem cabelos pretos longos e os olhos da mesma cor. Seu corpo e bem esculpido por causa do balé que faz desde criança, coisa que ela faz questão de esfregar na cara de todo mundo.

Desde que ela começou a namorar o Otávio, não vai com a minha cara de jeito nenhum por algum motivo desconhecido. Eu também não vou com a dela, é como dizem, o santo não bateu.

- Menos Andressa. A gente só tá matando as saudades, não é pirralha? - Falou Otávio.

- Sim. - Respondi.

- Mata a saudade de longe. Não precisa pular no meu namorado. - Falou Andressa me olhando feio e piscando pra mim.

- Como queira. - Ergui as mãos em rendição.

- Vem Bea, a gente tem muito que conversar ainda. - Falou Joana me puxando e me levando para o andar de cima.

- Obrigada por me tirar de lá. - Falei quando chegamos no corredor de cima.

- Nada. Por um momento pensei que ela iria voar em você! - Falou Joana rindo.

- Ela é antipática. - Falei abrindo a porta do meu antigo quarto.

Meu quarto continuava o mesmo. Ri ao lembrar a confusão que deu para pinta-lo. Eu queria ele todo preto, mas minha mãe surtou e disse que não. Então com a ajuda do Otávio, conseguimos convencer ela a deixar pintar só uma parede de preto e deixar as outras em branco. Na parede preta ficava minha estante repleta de livros e fotos minhas com meus pais, meus tios, minha amiga e com Otávio quando criança.

No lado esquerdo ficavam o banheiro e meu pequeno closet. No lado direito ficava minha cama e minha penteadeira. E o lugar que eu mais amava ficar quando estava sem sono, a sacada.

Me joguei na cama fechando os olhos.

- Como sentir falta desse lugar.

- Imagino. - Falou Joana. - Já peguei varia vezes Otávio aqui olhando suas fotos. - Riu.

- Que? - Perguntei incrédula.

- Isso que você ouviu. - Ela se deitou na cama comigo. - Ele sentiu muita sua falta.

- E eu a dele.

- Deu pra perceber pelo jeito que vocês se olharam lá em baixo. - Falou ela me cutucando. - Parecia que iam se comer vivos.

- Nada a ver Joana. - Ri. - Somos só grandes amigos, quase irmãos.

- Vocês se gostam! - Falou ela com certeza na voz.

- Não viaja Joana! - Joguei uma almofada nela.

- Só estou dizendo uma verdade que vocês dois se negam a ver.

Revirei os olhos e me levantei.

Ok, eu estava morrendo se saudades dele. Mas já era viagem da Joana ao dizer que a gente se gosta. Ele tem namorada! A gente é como irmãos, é um amor de irmãos. Pronto.

Depois de um banho, Joana e eu descemos para o quintal e nos sentamos junto com todos para almoçamos. Matamos a saudade, contei a eles como foi bom até passar um ano no colégio interno e eles me atualizaram sobre as coisa na cidade. Só não foi melhor por que a rabugenta da Andressa ficou fazendo caras o bocas enquanto eu falava, mas tentei não dar muita bola pra isso.

Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora