Capítulo 33

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Beatriz narrando...

Acordei desnorteada na minha cama, como fui parar ali?

Cambaleei até meu banheiro me assustando ao ver meu reflexo. Meus cabelos estavam desgrenhados e sem vida, meu rosto inchado e minhas olheiras mais profundas do que nunca, reparei também que havia perdido peso em consequência de não estar comendo direito nos últimos dias.

Tomei um banho quente colocando minha roupa de escola logo em seguida.

Desci as escadas e encontrei minha mãe fazendo o café um pouco triste, preocupada.

- Bom dia mamãe. - Falei dando um beijo em sua bochecha.

- Bom di... - Ia ela falando com um sorriso nos lábios mas o mesmo logo desapareceu quando viu meu estado. - Meu Deus meu amor, você está horrível.

Dei de ombros.

- Acho que vou ficar doente. - Falei.

- Não é só isso. Você está tão abatida nos últimos dias. - Falou minha mãe. - Tudo culpa minha, devia ter cuidado mais de você.

- Não mãe. - Abracei a mesma. - Você não tem culpa de nada. - Respirei fundo. - Eu vou melhorar, tá?

Concordou com a cabeça.

- Onde está papai? - Falei um pouco mais animada.

- Já foi pro trabalho. - Falou minha mãe. - Mas ele quer conversar com você quando chegar. - Me olhou seria.

- Você contou a ele? - Perguntei sentindo o pingo de ânimo que me invadiu em poucos segundos sumir de vez.

- Acabamos entrando no assunto ontem. - Me explicou. - Ele é seu pai, tinha que saber.

- El-ele está bravo? - Perguntei.

- Não meu anjo, só preocupado com você. - Falou minha mãe alisando meus cabelos.

- Ok. - Falei baixo. - Acho que já vou indo. - Falei.

Não queria ver meu pai, ele era meu protetor mais sábia que havia magoado ele. Não teria coragem de olhar em sua cara.

- Não. Fica pra tomar café. - Falou minha mãe autoritária. - Você está muito magra.

Apenas concordei com a cabeça e fui para a sala me jogando no sofá.

Seus lábios, seu toque... ele...

Balancei minha cabeça tentando desfazer esses pensamentos desnecessários da minha cabeça, dá minha vida.

Já estava decidido, não iria ver Otávio nunca mais. Cada beijo dele, cada toque, cada olhar eu iria afogar e tentar, com todas as minhas forças, esquecer.

Não podia parar minha vida por causa disso, havia tanta coisa que queria viver, sentir. Estava deixando minha vida, meus amigos por causa disso e não queria mais. Queria voltar a sorrir, já estava cansada de me esconder no meu quarto e chorar e me lamentar por tudo que havia acontecido.

Otávio já havia feito sua escolha, preferiu ficar com Andressa e que, do fundo do meu coração, que eles sejam felizes. Ambos se merecem. Só sinto pena dele por ser tão cego ao ponto de não ver a verdade bem em sua frente, mas como já disse, lavo minha mãos em relação a isso, deixe que o tempo mostre à ele a verdade, e talvez, seje tarde de mais pra pedir perdão.

Suas palavras de ontem dançavam em minha mente. Fiquei sem entender o que ele queria dizer. Talvez seje só mais um dos seus joguinhos, mas dessa vez não seria a mesma menina fútil que um dia acreditou que ele sentiria algo a mais por mim, ela havia se afogado em minhas lágrimas e se perdido no tempo junto com o vento.

Me despertei dos meus pensamentos com meu celular vibrando.

Peguei o mesmo vendo que havia recebido duas mensagens.

Uma de Joana:

Amigaaaa! Vem logo aqui em casa pra gente ir pra escola. Tenho uma coisa pra te contar, tô muito ansiosa. Te amo e vem logo.

Sorri com a mensagem. Minha melhor, meu apoio. Foi ela quem mais me ouviu e enxugou minhas lágrimas nessas últimos dias, devia muita coisa a ela.

A segunda mensagem era do mesmo número desconhecido de antes, o que me acusou arrepios.

Não vejo a hora de encontrar você!

Ler isso me causou medo. Não sabia se era ameaça, se era engano todas aquelas mensagens ou se era só alguém zoando da minha cara. Mas por precaução ou medo de provocar mais discussões, não mostrei essas mensagens e ninguém, apenas ignorei.

- Toma aqui. - Falou minha mãe me assustando me entregando uma bandeja com o café da manhã. - Irei trabalhar, coma tudo.

- Ok. - Falei sem ânimo.

Mamãe pegou seu casaco e sua bolsa mas antes de sair se casa parou.

- Filha? - Me chamou e levantei a cabeça. - Não quer ficar me casa hoje?

Que? Minha mãe falando isso? Ela que me obrigava a ir pra escola mais que todo mundo?

- Não posso. - Sorri. - Vou passar na casa da Joo e ir pra aula. - Falei.

- Ok. - Minha mãe parecia preocupada. - Só se cuida, por favor. Não estou com um pressentimento bom.

- Ok mãe. - Falei firme. - Não vai acontecer nada. Te amo.

Ela somente acenou e saiu de casa.

Terminei meu café deixando mais da metade no prato. Arrumei tudo na cozinha e sai de casa trancando tudo.

As ruas estavam vazias por causa do horário, fazia muito frio naquele dia e o sol não aparecia pois o céu estava completamente nublado.

Fui andando rápido pois a sensação de estar sendo seguida voltou com tudo. As palavras da minha mãe voavam em minha mente.

Suspirei em alívio ao avistar a casa de Joanna...

Mas do nada um carro parou bem na minha frente quase passando por cima de mim de dando um susto. Um homem de capuz saiu do carro correndo e veio em minha direção.

- Oi de novo princesinha. - Falou o homem e capuz.

Pânico invadiu meu corpo por inteiro. Aquela voz, eu conhecia aquela voz de algum lugar, só não sabia da onde.

Pensei em correr, gritar, mas meu corpo mais uma vez me deixou na mão não atendendo nenhum dos meus comandos.

- Vamos acertar as contas. - Falou o homem vindo até mim tampado meu nariz com um pano que tinha um cheiro forte me deixando tonta...

Tudo que vi foi o pânico sumir, meu mundo girar e eu apagar caindo nos braços daquele homem desconhecido.

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Eita!!!!! Deu merda!

O que será que vai acontecer? Não me aguentei e postei logo.

Comentem sobre esse capítulo, vocês são demais ! ❤❤❤❤ até o próximo!

(Não esqueça de comentar, bjs)

Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora