Capítulo 31

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Beatriz narrando...

A chuva caia forte lá fora, relâmpagos eram os únicos que iluminavam meu quarto pela janela.

A chuva lá fora junto com os relâmpagos ensurdecedores representavam a tempestade que estava acontecendo dentro de mim.

Sabia que a tempestade dentro de mim iria passar, que ao final dela um lindo arco-íris iria surgir, era a lei da vida. Mas espero, do fundo do meu coração, que essa chuva dentro de mim passe logo e eu enfim possa ver o sol.

Me desperto com alguém batendo na porta, me levanto do chão e abro a porta congelando ao ver quem era.

Estava ali meu arco-íris mas ao mesmo tempo o responsável pela tempestade dentro de mim. Otávio, bem na minha frente, com seus olhos grades, brilhantes mas ao mesmo tempo tristes.

- O que faz aqui? - Perguntei tentando parecer firme.

- Vim conversar. - Falou ele com precisão entrando no meu quarto sem permissão, fechando a porta atrás de si e trancando a mesma.

- Como a atreve! - Falei com raiva. - Nós não temos nada pra conversar.

Todo o quarto ficou escuro e em silêncio. Ele estava ali, bem na minha frente mas era como se eu estivesse congelada no lugar, o único som que se ouvia era da chuva lá fora.

Um relâmpago muito forte estrondou lá fora iluminando todo o quarto e destacando os lindos olhos de Otávio que me fitava brilhantes.

- O que você faz aqui? - Sussurei, era como se minhas forças estivessem sido arrancadas de mim.

- Eu preciso ouvir sua voz. - Falou ele em sussurro também. - Preciso de você...

Ele veio em minha direção mais deu um passo para trás.

- Se sua mãe vir aqui em cima nós dois estamos perdidos. - Falei saindo de sua reta.

- Ela está no escritório do seu pai junto com o resto e pessoal discutindo um assunto sério, acho que vão demorar. - Falou ele não saindo do lugar.

- Vá embora. - Fui em direção da porta para destranca-lá mas fui parada por Otávio me puxando pela cintura me fazendo virar e encarar o mesmo.

- Não antes de falar com você. - Falou ele tocando no meu rosto, seu toque era quente...

- Tira a mão de mim. - Falei com raiva. - O que você quer? Ah, já sei! Me beijar e depois dizer que só foi coisa do momento e me mandar brincar de boneca não é?

Ele me olhou espantado com minhas palavras.

- Não gaste seu tempo comigo, uma menina fútil e mentirosa. - Falei e já senti lágrimas em meus olhos.

- Não. - Falou ele. - Não acho você uma garota fútil. Por favor, vamos conversar direito, deixa eu tentar me explicar. - Falou ele em sussurro.

- Não! - Falei. - Você acabou comigo, acabou com minha relação com meus tios. Sabe o quanto é difícil pra mim ver eles me olhando com raiva? Enquanto você continua com aquela puta que finje ser inocente....

Antes que pudesse terminar, Otávio me agarrou selando nosso lábios.

Ah como eu sentia falta do beijo dele, do seu toque quente... Ele me puxava mais pra si, parecia com medo de me perder...

- Me solta! - Falei dando um tapa em sua cara.

Ele me olhou incrédulo com meu recém ato.

- Não toca mais em mim. - Falei com as malditas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. - Não quero te ver mais na minha frete. Vá embora e se gabe que acabou de arrancar mais um beijo da menina mimada aqui. Volta pra sua noiva e esqueça que um dia em senti algo por você, que um dia eu fui capaz de... de te amar...

Aquelas últimas palavras sairam da minha boca sem minha permissão. Mas era a verdade, eu o amava, não como irmão mas de um jeito diferente, mais forte. Mas ele não era digno disso, iria sufocar esse sentimento até, enfim, ele morrer.

Olhei em seus olhos e vi neles confusão. Ele parecia incrédulo com a minha recém revelação. Mas quem não ficaria?

- Bea. - Começou ele fechando os olhos. - Não posso dizer nada, mas espero que algum dia você possa me perdoar.

Se meus olhos não estivessem embaçados e se não tivesse escuro, podia jurar que vi lágrimas caindo dos olhos de Otávio.

- Um dia você vai entender. - Continuou. - Só peço que se cuide e não confie em estranhos.

Suas últimas palavras me causou arrepios.

- Vá embora. - Apontei para a porta.

Ele simplesmente foi até a mesma destrancando, me olhando pela última vez, e mais uma vez, se eu não tivesse naquelas circunstâncias, poderia jurar que de longe ele sussurrou pra mim "Também te amo Bea"".

Ele se foi, fechando a porta e me deixando lá sozinha mais confusa que tudo.

Desabei no chão que agora estava frio, meu coração estava frio. Chorei e pedi a Deus uma luz, pedi a solução para os meus problemas, para essa sensação ruim que me invadia, por essa dor que me dominava.

Acabei dormindo no chão frio, em meio às lágrimas e aquela chuva lá fora que só aumentava como se ela protestasse minha dor...


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Três capítulos em um dia! Encerramos por hoje. Só amanhã! Ok?

Espero que tenham gostado ❤
Amo vocês é até o próximo amores

Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora