Capítulo 23

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Beatriz narrando...

Hoje é domingo, então como de costume, fui para a casa se Joana passar o dia com ela.

Fui pra sua casa logo de manhã. Ficamos a maior parte do tempo assistindo séries e conversando sobre assuntos aleatórios, o que me ajudou a manter a cabeça ocupada e não pensar no que eu tinha que fazer em poucas horas: Contar tudo a Otávio.

Já era 14:55 quando estava pronta pra sair da casa de Joana.

- Espera! - Gritou ela descendo as escadas correndo.

- O que foi? - Perguntei.

- Eu vou contigo.

- Que? Não, não vai.

- Sim, eu vou. - Falou ela cruzando os braços. - Não me venha com essa de que só você tem que ir, que vocês tem que conversar a sós. E vou, eu fico de longe, mas vou.

Suspirei.

- Não tem como eu te convencer a ficar, não é? - Perguntei.

- Não. - Concordou ela.

- Ok. Vamos. - Falei saindo da casa dela. - Mas que você fique longe.

- Ok. - Falou ela sorrindo em vitoria.

Fomos andando pela rua, cada passo que eu dava meu coração batia mais rápido e para a minha infelicidade, não demoramos a chegar ao parque.

- Vou ficar ali perto daquele carrinho de picolé, qualquer coisa é só ir lá. - Falou Joana assim que chegamos ao parque.

Concordei com a cabeça e vi minha amiga se afastar.

Comecei a olhar ao redo, vi vários pais com seus filhos deitados na grama debaixo das árvores conversando, brincando, vi também várias crianças se divertindo no parque e por fim, vi ele. Otávio estava sentado em um banco debaixo de uma grande árvore vendo as crianças brincando nos brinquedos próximos.

Respirei fundo várias vezes até que criei coragem para ir até ele.

- Oi... - Falei ficando em pé ao seu lado.

- Oi. - Me respondeu seco.

- Você chegou cedo. - Falei dando um sorriso fraco me sentando ao lado dele.

- Quando mais rápido eu ouvir o que você tem a dizer, melhor. - Falou ele seco sem olhar para mim.

- Aconteceu algo? - Perguntei. - Você parece estranho.

- Não. - Falou ele. - O que você tem a dizer. - Falou ele, que pela primeira vez desde que cheguei aqui, olhou em meus olhos.

- Eu não sei por onde começar...

- Que tal do começo? - Falou ele irônico.

- Ok. - Suspirei fundo tentando ignorar seu jeito frio de me tratar. - E difícil para mim, mas vai ser muito mais pra você.

- Vamos!

- Tá. - Concordei. - Olha, eu sei que não tenho o direito de me meter em sua vida, mas Andressa não ama você.

Ele ficou imóvel, apenas me encarando com olhos frios.

- E por que fiz isso? - Foi a única coisa que disse.

- O-Ontem. - Comecei fechando os olhos. - Ontem eu peguei ela com Felipe na cama. - Falei de uma vez.

Eu ainda estava com os olhos fechados com medo da sua reação, mas a única coisa que ouvi foi sua risada irônica, coisa que levou arrepios por todo o meu corpo.

- Então você me chamou até aqui pra me dizer essa barbaridade? - Perguntou irônico. - A que nível você foi capaz de se rebaixar?

- Que...? - Sussurrei. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

- Andressa me avisou que você iria inventar algo pra separar nos dois. - Começou ele. - Ontem ela passou a tarde comigo, não tem como ela estar me traindo com Felipe.

- Que...? - Não conseguia falar. - Otávio, por favor, acredita em mim. Eu peguei os dois, eu vi com meus próprios olhos.

- Chega! - Falou ele se levantando. - Você acha que vou acreditar que minha noiva está me traindo com meu melhor amigo?

- Sim! - Me levantei também. - É a verdade!

- Me poupe! - Riu ironicamente. - Bem que Andressa me avisou.

Eu não sabia o que dizer, fazer, estava desnorteada.

- Escuta aqui. - Falou ele pegando no meu braço. - O que aconteceu com nós dois antes, eu esqueci. Vi que não passou de desejo ou sei lá que tenha sido. Você não passa de uma pirralha e eu nunca iria querer algo com você. Agora, eu não sabia que você seria tão baixa ao ponto de fazer isso. - Riu. - Vá brincar de barbie e para de inventar mentiras.

Me soltou.

- Que? Você não vê? Como pode falar desse jeito comigo? Você não é o Otavio que eu conheço. - Falei em lágrimas.

- Todos nós temos duas faces, anjo. - Falou ele com os olhos frios. - Agora vá embora e me deixe em paz, pirralha. E não me invente mais mentiras sem cabimento.

- Você. - Falei me aproximando dele. - Eu tentei de alertar, a escolha é sua. Você vai se arrepender por cada palavra que me disse.

Ele bufou e sorriu ironicamente.

Sai andando, ou melhor, correndo dali. Ouvi alguém chamar meu nome mas não dei ouvidos. A única coisa que eu queria era sair dali e me esconder do mundo, chorar até minhas lágrimas se esgotarem... isso dói tanto.

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O que foi isso sociedade? comentem!

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Até o próximo amores! ❤

Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora