Capítulo 28

2.9K 248 7
                                    

Beatriz narrando...

Os dias parecem passar em câmera lenta, as coisas parecem perder a graça e não ter mais sentido pra mim. Tudo ao meu redor parece desconhecido, sem vida. Mas eu sei que eu que sou a sem vida no meio disso tudo, pois as pessoas continuam vivendo suas vidas agitadas e cheias mas eu, eu pareci parar no tempo, parece que não vejo mais graça em simplesmente existir, e porque? Pelo motivo mais fútil do mundo. Coração partido.

Sim! Coração partido, ou melhor, despedaçado! Não só pelo fato de Otávio ter me tratado feito lixo, mas também por toda minha família estar ao lado de Andressa e acharem que eu sou a mentirosa na história.

Minha mãe acabou contado toda a história ao meus tios, eles foram correndo falar com Otávio que desmentiu tudo, disse que era invenção minha e eu eu devia crescer.

Todos agora me olham como se eu fosse a culpada por tudo, e isso dói. Mas não estou sozinha, pelo menos no meio disso tudo tenho meus amigos e minha mãe, únicos que não foram enfeitiçados pela cobra da Andressa.

A única coisa boa realmente que me aconteceu nos últimos dias e que hoje em fim meu pai chegaria.

Estava me arrumando em frente ao espelho, pois iria sozinha ao aeroporto busca-lo já que minha mãe tinha que trabalhar e não podia faltar e eu não queria encomodar meus amigos.

Coloquei uma calsa de lavagem clara, uma blusa larga preta, meus tênis, fiz um coque alto em meu cabelo e passei uma maquiagem só pra esconder minhas olheiras fundas de tanto passar noites em claro chorando. Pois é! Não estava sendo fácil.

- Já está pronta? - Perguntou minha mãe assim que desci as escadas.

- Sim. - Falei dando um sorriso fraco.

- Meu amor. - Veio ela até mim me abraçando forte e beijando o topo da minha cabeça. - Se anima! Sei que esses dias não estão sendo fácies pra ninguém, não fique com raiva dos seus tios, eles só não veem a verdade. Mas prometo que tudo vai melhorar e vamos voltar a ser o que era antes.

- Espero que sim. - Falei cabisbaixa.

Peguei meu casaco, pois hoje fazia um frio de lascar, minha bolsa e dei um beijo em minha mãe.

- Volto logo e com papai. - Sorri.

- Se cuida meu amor, olha pros lados quando for atravessar as ruas. - Falou ela com o semblante sério.

- Tá. - Respondi saindo e casa.

Era pra mim chamar um táxi mas decidi ir andando.

Peguei meu celular e coloquei uma música brasileira chamada 'Ainda' de uma grupo chamado 'Tróia' que Joana havia me mostrado e tinha me apaixonado pela música no mesmo instante.

" Ainda que perdesse a memória teria o coração.
Ainda que essa parte da história seja solidão.
Eu não vou deixar, não vou desistir de nós dois, de você. "

Acabei parando em uma cafeteira e pedindo um café bem quente.

A música me levava, meu coração batia forte com essa música e meus pensamentos, por mais que tente reagir, foram para Otávio.

Ou eu estou mesmo apegada a ele ou sou muito trouxa mesmo ao ponto de não tirar ele da cabeça. Tentava me manter ocupada, mas tudo me fazia lembrar a ele, tudo. Ouvir minha mãe dizer que ele estava bem com a Andressa e que eles ainda planejavam o casamento me matava, me matava do pior jeito possível, bem lentamente.

Não estava preocupada em quanto eu tinha que andar já que o aeroporto era bastante longe, queria mesmo andar e arejar a cabeça. Ver as pessoas sorrindo, fazendo seus deveres me fez ter esperanças de que eu ainda esqueça tudo isso e possa voltar a ser a Beatriz de antes. Viva.

O vento bateu forte contra meu corpo levando arrepios por todo ele. Me abracei forte e comecei a andar em passo as largos e rápidos.

Sabe quando você tem a sensação de estar sendo seguida ou observada? Então.

Olhei várias vezes ao redor mas nada de suspeito. Apenas várias pessoas vivendo suas vidas corridas.

Já estava à um quarteirão de distância do aeroporto. Estava atravessando uma linda praça quando meu celular vibra. Pego o mesmo me distraindo lendo o mensagem que tinha recebido do mesmo número desconhecido de dias atrás.

"Belo casaco." Dizia a mensagem.

Me distrai por segundos quando atravessava a rua que não percebi que vinha um carro em alta velocidade em minha direção. Senti um puxão forte em meu ombro me fazendo ir para trás e por pouco não ser atingida pelo carro.

Olhei para o mesmo e não sei se foi a adrenalina ou o medo, mas posso jurar que vi Andressa no volante...

- Você está bem menina? - Perguntou um homem ao meu lado.

Olhei para o mesmo que me olhava preocupado.

- Sim. - Respondi me examinando.

- Tem que aprender a olhar para os lados quando vai atravessar a rua. - Falou ele.

- Eu acabei de distraindo com o celular. - Falei. - Graças a você não aconteceu nada de mais. Obrigada.

- Por nada menina. - Falou.

- Qual o seu nome? - Senti curiosidade em saber.

- Vinícius. - Falou dando um sorriso que eu diria diabólico.

Não sei porque mais ouvir seu nome e aquele sorriso me deu um certo medo e fez meu coração se apertar.

- Obrigada mais um vez. - Falei com pressa.

Sai de perto dele o mais de pressa possível. Ele tinha acabado de salvar a minha vida, eu sei, mas algo nele me dava medo.

Andei o mais rápido possível ainda com a sensação de estar sendo seguida e com aquela mensagem dançando em minha mente. Suspirei em alívio assim que entrei no aeroporto.

Iria finalmente ter meu papai de volta.

------------------------------------------------------------

Eita! Algo estranho está começando a acontecer!

No que dará isso tudo?

Até o próximo meus amores!

Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora