Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoy

Capítulo 15

Durante toda a viagem fui ouvindo música e perdida em meus pensamentos.

Se a intensão da viagem foi me manter distraída e não pensar no meu pai, falhou.

Durante toda a viagem, meus pensamentos ficaram voltados a ele. Dias já tinham se passado e ele nem se quer ligou e muito menos mandou mensagem para dizer se estava tudo bem. Minha mãe tentava me acalmar dizendo que ele estava bem e que só não ligou porque o trabalho estava muito puxado não só para ele, mas também para os outros policiais. Mas eu não me conformava, pois em outras missões em que ele foi, sempre me ligava e ficava conversando comigo. Mas dessa vez não...

Só voltei a prestar atenção nas coisas a minha volta quando chegamos ao nosso destino.

Desci do carro e soltei um sorriso discreto ao ver a casa que tanto fui apaixona quando criança.

Seu tamanho, sua cor e seu jardim florido e lindo, o mar e o por do sol continuavam os mesmo, com o mesmo encanto e beleza surreal que tanto amei quando criança.

Na varanda da casa vi o ser que tanto fui apagada quando criança. Álice. (Pra quem não lembra é a mãe da Thay.)

Corri o mais de pressa possível e me joguei naqueles braços que sempre me acolheram de uma forma inexplicável.

- Oi minha princesinha. - Falou Àlice acariciando meus cabelos.

- Saudades vó. - Falei.

- Também minha querida. - Falou ela. - Como vão as coisas com você?

- Depois a gente conversa sobre isso. - Falei quando vi que o resto do pessoal se aproximava da casa.

- Oi mãe. - Falou tia Thay abraçando Àlice.

Enquanto todos comprimentavam Álice, fui até o carro pegar as minhas malas para levar até o meu quarto.

- Tô tão feliz que estou aqui. Isso é o paraíso! - Falou Joana pulando de alegria ao meu lado.

- Pois é. Espero que esse tempo aqui possa melhorar as coisas pra mim. - Falei.

- Vão melhorar. - Falou Joana me dando um beijo na bochecha.

- Eu espero. - Falei pegando minhas malas e indo para dentro da casa.

Entrei na casa e logo subi as escadas entrando no meu quarto.

Ele era bem simples e pequeno. Tinha uma cama de casal, um quarda-roupa pequeno, uma escrivaninha e uma estante com alguns livros infantil e uma grande janela com uma sacada com vista para o mar.

Coloquei minha mala em cima da cama e fui para a sacada sentindo o vento fresco de fim de tarde e assistindo o espetacular por-do-sol.

Fiquei tão vidrada com a vista que nem percebi que minha mãe entrou no quarto.

- Seu pai quer falar com você. - Falou ela me entregando o seu celular.

- Pai? - Falei pegando o celular com o coração acelerado.

- Hey minha princesinha. - Falou meu pai com a voz cansada.

- Como você tá? - Falei já sentindo lágrimas em meus olhos.

- O pai tá bem. Só um pouco cansado. E você meu amor?

- Eu quero que você volte logo. - Falei.

- Eu também meu amor. - Falou ele. - Mas nós dois sabemos que não é bem assim. Assim que terminar voltarei. Só tenha um pouco de paciência ok?

- Ok. - Concordei.

- O pai te ama.

- Também te amo pai. - Falei em lágrimas.

- Agora passe o celular pra tua mãe pois tenho que conversar com ela. - Falou ele com a voz seria.

- Ok. - Falei. - Pai, por mim, por favor se cuide e não faça nada que coloque sua vida em risco. - Falei a ele. - Te amo.

Entreguei o celular a minha mãe que ouviu toda a conversa e chorou comigo.

Assim que ela pegou o celular sua expressão mudou, parecia muito preocupada. Sem dizer nada para mim saiu do quarto ainda falando com meu pai.

Voltei para a sacada ainda com os olhos cheios de lágrimas e fechei os olhos deixando a brisa leve secar as lágrimas que tinham caído em meu rosto.

Quando abri meus olhos novamente olhei para o lado e meu coração parou por um segundo vendo quem estava ali. Otávio.

Seus olhos estavam intensos, e o vendo ali tão perto de mim na sacada me fez lembrar da noite em que nossos lábios se encontraram e senti saudades daquela sensação de seus lábios nos meus.

Antes que eu pudesse dizer algo, ele foi mais rápido e falou primeiro.

- A gente precisa conversar. - Falou ele olhando em meus olhos.