Capítulo 9

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Beatriz narrando...

Na segunda sai da cama com muita dificuldade. Confesso que levei um susto ao ver meu reflexo no espelho. Estava acabada. Olhos inchados e  olheiras profundas embaixo dos mesmos.

Era uma confusão dentro de mim. Como se eu tivesse vivido um filme de terror, um príncipe encantado tivesse me salvado e me levando para o conto de fadas mas do nada, simplesmente o encanto acabou, o príncipe desapareceu e o terror voltou a tona.

Não consegui pensar, era tudo uma confusão dentro de mim. Precisava de um amigo pra desabafar. Pra me ouvir.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Cauã.

Início.

- Preciso de ti... - Mandei.

- O que aconteceu? Quer que eu vá aí na sua casa? - Respondeu ele segundos depois.

Eu não queria que ele viesse aqui em casa. O clima aqui estava pesado e eu queria respirar ar fresco.

- Não. Eu irei aí na sua casa. Tem problema?

- Você sabe que não né? Vem logo. Vou estar te esperando. - Falou.

- Ok.

Término.

Vesti uma calça jeans, uma regata preta, meu vans e coloquei um moletom pois fazia frio naquele dia.

Desci as escadas correndo e encontrei minha mãe na cozinha.

- Mãe, tô indo na casa do Cauã. - Gritei da sala.

- É melhor não. Vai chover daqui a pouco e já já seu pai está em casa. - Falou ela vindo da cozinha.

- Eu vou de táxi. E é por causa do meu pai que vou lá. Preciso pensar, esfriar a cabeça.

Ela abriu a boca para falar algo mas logo em seguida fechou.

- Eu não vou demorar. Daqui a pouco estou em casa. - Disse indo até ela é lhe dando um beijo na bochecha.

- Tá. Tá. Mas não demore e se cuide na rua.

- Ok mãe. - Falei saindo de casa.

Lá fora o dia estava frio e nublado. Iria cair uma tempestade das boas!

Chamei um táxi e dei o endereço da casa de Cauã. Ele não morava muito longe da minha casa, mas naquele dia não estava com ânimo da andar ou muito menos de pegar chuva pelo caminho.

Virando a esquina da casa de Cauã, meu sangue esfriou.

Na porta de sua casa estava seu irmão mais velho, Felipe, e a Andressa batendo papo bem animadamente. Mais isso não me incomodava. O que me chamou a atenção foi a grande intimidade que haviam entre ambos.

Ele a pegou pela cintura sussurrando coisas em seu ouvindo a fazendo rir descontroladamente.

Fiquei dentro do táxi só observando aquela sena até que Andressa se despediu de Felipe com um selinho e entrou no seu carro dando partida.

Minha cabeça pereceu girar na hora que vi aquela cena. Os dois estariam tendo um caso? Mas... Mas Felipe, por incrível que parece, era o melhor amigo de Otávio. Não era possível. Andressa não seria capaz de fazer isso com seu noivo e nem Felipe com seu melhor amigo. Por mais galinha que Felipe fosse, me nego a acreditar que ele era capaz de fazer isso...

- Ei! Não vai descer garota? Eu tenho mais pessoas pra pegar. - Falou nervoso o motorista do táxi me tirando dos meus pensamentos.

- Ah- Sim. Desculpe. - Respondi lhe entregando o dinheiro e saindo do táxi.

Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora