Beatriz narrando...
Dor de cabeça, dor no corpo, medo, frio, todos esses sentimentos estavam misturados dentro de mim.
Abri meus olhos lentamente vendo onde estava. Me encontra dentro de uma cabana toda de madeira, não havia móveis ou coisas tecnológicas, somente uma cadeira velha, alguns galões de gasolina destampados e uma lamparina acesa.
Acordei no chão frio, meu mundo girava, não sabia onde estava ou o motivo de estar ali, mas me deu medo, muito medo...
Procurei meu celular mas vi que estava sem meu casaco, sem minha bolsa e celular. Estava apenas de calça e uma fina blusa de frio preta, estava começando a escurecer e o frio aumentar.
Olhei ao redor, através das grandes frestas da cabana e vi que estava no meio do nada, no mato.
Desespero me invadiu até que ouvi barulho de um automóvel se aproximando, não sabia se sentia medo ou aliviada.
Ouvia sussurros lá fora e me encolhi no chão tremendo de medo.
Segundos depois vejo o homem que me salvou de ser atropelada entrando na cabana com uma enorme arma em suas mãos, olhei em seus olhos e vi nos mesmo ódio, seu sorriso era diabólico.
- Vejo que alguém já acordou. - Falou ele fechando a porta e encostando sua arma na parede.
- Quem é você? - Perguntei em sussurro.
- Pergunta errada flor. - Falou ele calmo. - A pergunta certa é: O que você está fazendo aqui. - Falou ele puxando a velha cadeira e se sentando em minha reta.
- O que eu estou fazendo aqui...? - Perguntei já sentindo as lágrimas de pânico. Meu coração batia a mil.
- Bom, você veio aqui pra morrer. - Falou ele dando de ombros. - Não vou fazer do mesmo jeito que fiz com a sua tia Thay, ela consegui se safar, você não.
Meu coração faltou saltar pela boca. Aquele psicopata! Minha cabeça dava voltas...
- Não... - Sussurrei. - Você não vai querer fazer isso.
- Ae? - Falou ele mais exaltado. - E por que não?
- Você vai acabar com a sua vida. - Tentei convence-lo.
- Jura? - Falou irônico. - Minha vida já acabou! Eu conheci o inferno na terra quando, por culpa da sua tia, fui para a cadeia. Sabe o que é você viver em uma prisão e apanhar todo dia? Tenho cicatrizes em meu corpo que nunca vão sair, e tudo isso por culpa Sá desgraçada da sua tia.
Ele gritava. Neguei com a cabeça. Seus olhos transmitiam dor, medo, é o mais assustador, ódio.
- Eu passei anos preso naquele inferno. - Continuou. - Perdi a mulher que eu amava, perdi o crescimento da minha filha e tudo por culpa da sua tia! - Ele gritava cada vez mais alto. - Enquanto ela vivia no bem bom e criava seu filho.
Me arrepiei quando ele falou no filho da minha tia. Será que ele iria ser capaz de fazer algo a Otávio? Meu coração se apertou só com o pensamento.
- Eu não sabia... - Falei fraco.
- E claro que não. - Falou ele vindo até mim e ficando na minha altura no chão. - E por isso que vou fazer todos se lembrarem de mim, matando você. - Sorriu diabolicamente.
- Você é um louco. - Falei com raiva. - Me solta, se você foi preso e passou por todo esse inferno você deve ter merecido. Eu não tive nada a ver com seu passado e pelos erros que você cometeu lá. Você está livre, devia viver o resto que tem da sua vida ao invés se ficar querendo vingança. - Falei.
Não sei da onde tirei coragem pra falar aquilo, só sei que senti uma forte mão me atingir em cheio no rosto e o gosto de sangue envadir minha boca.
- Não fala desde jeito comigo sua puta! - Rosnou para mim. - Eu vou viver o resto da minha vida, mas antes eu vou matar você e acabar com a vida da sua família perfeita.
Nesses instante aquele homem me pegou pelos cabelos me arrastando até o meio daquela cabana e me dando um forte chute bem no estômago.
Não sei se chorava do dor ou se gritava de agonia. Era muita dor em todo o meu corpo que agora parecia flácido, meu mundo dava voltas e senti mas forte ainda o gosto de sangue em minha boca.
- Me solta... - Sussurrei tentando me levantar, coisa que não deu certo e eu caí do novo no chão sentindo mais dor. - Isso dói... Por favor.
Ele simplesmente me olhava lá de cima. Sorria seu sorriso de vitoria mais ou mesmo tempo aquele sorriso diabólico.
O mesmo se aproximou de mim, que estava encolhida no chão, e com toda a sua força possível pisou em minha perna direita me fazendo gritar de dor.
Doeu, doeu na alma aquilo. Meus olhos no mesmo instante se encheram de lágrimas, tentei mover minha perna mas a dor só aumentou, tudo era alucinante, um borrão, minha perna latejava e doía mais que todas as dores que já havia sentido antes, ela estava quebrada.
- Isso é pra deixar de ser atrevida. - Falou ele.
- Vai pro inferno! - Cuspi em seu rosto que estava próximo ao meu.
Fechei os olhos mais uma fez já me preparando para receber um golpe dele. E assim ele fez, outro tapa forte em minha cara.
- Você acha que pode falar desde jeito comigo não é? - Falou ele chutando um os galões de gasolina fazendo o mesmo virar todo não chão.
O cheiro de gasolina infestou o lugar, seu cheiro era forte. Houve uma pequena explosão quando o líquido se encontrou com a lamparina que estava acesa no chão. Um fogo pequeno começou aumentando ao poucos e mais desespero entrou dentro de mim.
- Me tira daqui, tudo vai pegar fogo. - Falei mais uma vez tentando ficar de pé mas fui atingida por algo forte em minha cabeça me fazendo cair com tudo mais uma fez no chão.
- Não pense em levantar. - Falou aquele homem com a sua arma na mão. - Essa é a morte perfeita, morrer queimada.
Olhei ao redor e vi mais o fogo se alastrar, o cheiro de fumaça já era quase insuportável e sabia que se o fogo alcançasse os outros galões estaria perdida.
Orei para aparecer alguém, era impossível que ninguém tenha sentido falta minha. Quis mais ainda chorar, será que minha família me odiava tanto ao ponto de me deixar morrer queimada nas mãos de um psicopata?
A dor aumentou e aquela fumaça também. Comecei a me sentir fraca, tonta inalando tudo aquilo, senti meus sentidos ficarem fracos e sabia que iria apagar logo em seguida.
Mas antes dos meus olhos se fecharem por completo, ouvi um grande estrondo na porta e a mesma se abrir bruscamente. Olhei junto com aquele homem em direção da porta no momento em que Otávio entra na cabana todo suado.
Deus olhos se encontram os meus. No meio daquilo tudo sinto alívio em ve-lo em minha frente. Vejo em seus olhos horror com aquilo tudo, lanço um sorriso fraco para o mesmo e depois disso tudo... escuridão.
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Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoy
RomanceA continuidade irá contar a história de amor de Otávio, filho de Thomaz com Thay, e a filha de Vic com Carlos, seu marido. Otávio, um garoto dono de uma beleza surreal, popular e apaixonado por teatro. Beatriz, uma garota doce, na dela e apaixonad...