Capítulo 26

2.9K 259 21
                                    

Otávio narrando...

Domingo às 14:30

Eu não tinha escolha. Estava nas mãos daquele nojento de Vinícius e daquela Andressa.

Teria que tratar mal a única pessoa que eu mais queria bem. Não sei se seria forte o suficiente para ser frio com ela, falar absurdos. Não sei se série capaz de me perdoar por isso.

Cheguei cedo no parque, me sentei em um banco debaixo de uma grande árvore e fiquei vendo várias crianças inocentes brincando e se divertindo ao meu redor.

- Meu amor! - Falou um ser nojento se sentado ao meu lado no banco.

- O que você faz aqui? - Perguntei a Andressa.

- Calma. - Falou ela. - Só vim dizer o que você tem que fazer.

Fiquei sem reação.

- Bom, pra começar, você vai tratar a pirralha super mal, dizer várias barbaridades a ela. - Começou. - Vai dizer que ela está mentindo e que ela é uma mentirosa. E que passou a tarde comigo e não tem cabimento eu estar te traindo com seu melhor amigo. - Riu.

- E o que eu ganho com isso? - Perguntei saco.

- Você não ganha nada, mas mantém seu amorzinho vivo e bem. - Falou ela.

- Eu tenho nojo de você! - Rosnei.

- Não cuspa no prato que comeu, meu bem. - Piscou para mim. - E pra ter certeza que você vai fazer tudo certo, meu pai está por aqui, em algum lugar observando você. - Falou ela e eu olhei ao redor tentando encontra-lo.

- Até mais meu amor. - Falou ela saindo e desaparecendo segundos depois da minha vista.

Estava tenso, minha cabeça girava. Se tivesse um jeito de eu falar para Beatirz que era tudo mentira, mas sabendo que Vinicius estará em algum ligar nos observando, não posso arriscar.

Fechei os olhos tentado acalmar tudo dentro de mim. Não sei quanto tempo fiquei assim, só abri meus olhos quando ouvi uma voz angelical ao meu lado. Beatriz.

- Oi... - Falou ela baixinho ao meu lado.

- Oi. - Respondi seco ainda incapaz de olhar eu seu rosto.

- Você chegou cedo. - Falou ela, pelo que me pareceu, dando um sorriso fraco se sentado ao meu lado.

- Quando mais rápido eu ouvir o que você tem a dizer, melhor. - Falei tentando parecer o mais frio possível, mas por dentro meu coração se apertava por tudo isso.

- Aconteceu algo? - Perguntou. - Você parece estranho.

- Não. - Falei a ela. - O que você tem a dizer. - Falei pela primeira vez olhando para ela. Seus olhos estavam tristes, sem brilho.

- Eu não sei por onde começar... - Falou ela nervosa.

- Que tal do começo? - Falei irônico.

- Ok. - Falou ela suspirando fundo. - E difícil para mim, mas vai ser muito mais pra você.

- Vamos! - Apressei.

- Tá. - Concordou ela. - Olha, eu sei que não tenho o direito de me meter em sua vida, mas Andressa não ama você.

Fiquei imóvel, sem reação. Queria gritar e dizer que sabia de tudo, queria naquele momento beija-lá. Mas não podia...

- E por que diz isso? - Foi a única coisa que fui capaz de dizer.

- O-Ontem. - Começou ela fechando os olhos. - Ontem eu peguei ela com Felipe na cama.

Pisquei várias vezes. Beatriz continuava com os olhos fechados, parecia com medo, medo do que tinha acabado de dizer, medo de mim. A única coisa que pode fazer, foi rir ironicamente.

- Então você me chamou até aqui pra me dizer essa barbaridade? - Perguntei irônico. - A que nível você foi capaz de se rebaixar?

- Que...? - Sussurrou ela já com os olhos cheios de lágrimas.

- Andressa me avisou que você iria inventar algo pra separar nos dois. - Menti. - Ontem ela passou a tarde comigo, não tem como ela estar me traindo com Felipe.

- Que...? - Ela parecia desnorteada. - Otávio, por favor, acredita em mim. Eu peguei os dois, eu vi com meus próprios olhos.

- Chega! - Falei em alto tom me levantando. - Você acha que vou acreditar que minha noiva está me traindo com meu melhor amigo?

- Sim! - Falou ela se levantando também.- É a verdade!

- Me poupe! - Ri ironicamente. - Bem que Andressa me avisou. - Peguei Beatriz pelo braço, apertando mais do que eu queria, assustando a mesma. -Escuta aqui. - Continuei. - O que aconteceu com nós dois antes, eu esqueci. Vi que não passou de desejo ou sei lá que tenha sido. Você não passa de uma pirralha e eu nunca iria querer algo com você. Agora, eu não sabia que você seria tão baixa ao ponto de fazer isso. - Ri. - Vá brincar de barbie e para de inventar mentiras.

Soltei ela.

- Que? Você não vê? Como pode falar desse jeito comigo? Você não é o Otavio que eu conheço. - Falou ela em lágrimas.

- Todos nós temos duas faces, anjo. - Falei tentando ser o mais frio possível. - Agora vá embora e me deixe em paz, pirralha. E não me invente mais mentiras sem cabimento.

- Você. - Falou ela aproximando de mim. - Eu tentei de alertar, a escolha é sua. Você vai se arrepender por cada palavra que me disse.

bufei e sorri ironicamente.

Ela simplesmente saiu correndo dali. Minha vontade era de ir atrás dela, abraca-lá, beija-lá e dizer o quanto me mata ver ela daquele jeito.

Meu coração se quebrou em mil pedaços só de ve-lá daquele jeito, ver lágrimas em seus olhos foi o fim para mim.

Sai dali o mais rápido possível. Entrei no meu carro e enfim deixei uma lágrima solitária escorrer dos meus olhos.

Me assustei com o barulho do meu celular me avisando que tinha recebido uma nova mensagem de um número desconhecido.

"Bom trabalho, moço.
Vinícius. "

- Você vai pagar por isso... - Respondi.

Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora