Otávio narrando...
Quando minha mãe me disse que Beatriz iria voltar, não me aguentei de felicidade. Estava morrendo de saudades daquelas pirralha.
Não via a hora de poder matar a saudade, conversar e ouvir novamente aquela risada descontrolada dela.
Fazia mais de um ano que a gente não se via. E acreditem se quiser, viver longe daquela pirralha bagunceira era foda.
Nós fomos criados juntos, como irmãos. Aprontamos horrores quando criança e ela é a segunda mulher que me conhece bem, só perde para a minha mãe.
Agora, aqui no quarto dela, vendo tudo dela aqui em seu devido lugar e vendo as nossas fotos quando criança sinto meu coração acelerar só de pensar que em poucos minutos ela estará de volta.
Joana chegou na porta sem fôlego de subir às escadas correndo.
- Ela chegou! - Falou ela recuperando o fôlego é logo saiu correndo para cumprimentar sua amiga.
Suspirei fundo e sai do quarto fechando a porta atrás de mim. Desci as escadas da casa da minha tia com cuidado pois minhas pernas, junto com o resto do meu corpo tremiam por um motivo desconhecido.
- Amiga! - Ouvi Joana gritando na porta que tava para o quintal.
- Joo! - Beatriz veio correndo entrando na casa e abraçando sua amiga.
- Saudades! Tenho tanta coisa pra te contar! - Falou Joo para Beatriz.
- Mas antes será que posso abraçar a pirralha? - Falei ficando um pouco atrás delas.
Beatriz saiu do abraço de Joo e ficou parada me encarando por um momento. Ela continuava a mesma nanica perto dos meus 1,80 de altura. Seus cabelos loiros estavam maiores do que posso me lembrar e seus lindos e apaixonantes olhos azuis brilhavam como nunca. Meu coração batia acelerado ao ver ela na minha frente depois de um ano muito longo.
- Tavio! - Falou ela correndo e pulando no meu colo.
- Também senti sua falta pirralha. - Falei soltando uma risada rouca e sentindo o seu cheiro de sempre, baunilha com menta.
- Continua meu fã né?! - Deu sua risada desengonçada de sempre.
- Sempre! - Pisquei para ela.
Nos ficamos agora cara a cara. Ela ainda estava presa em meu abraço. Nos olhávamos intensamente o que fez meu coração bater mais forte.
- Será que pode soltar meu namorado agora fofa? - Falou Andressa atrás de nós.
Eu a soltei e percebi que tinha ficado sem jeito.
- Menos Andressa. A gente só tá matando as saudades, não é pirralha? - Falei meio irritado com a atitude de Andressa.
- Sim. - Respondeu Beatriz com um sorriso fraco.
- Mata a saudade de longe. Não precisa pular no meu namorado. - Falou Andressa olhando feio para a Beatriz.
- Como queira. - Falou Beatriz erguendo as mãos em rendição.
- Vem Bea, a gente tem muito que conversar ainda. - Falou Joo puxando a Beatriz e a levando para o segundo andar deixando Andressa e eu sozinhos na sala.
- Limpa essa baba sua aí. - Falou Andressa com raiva me dando um tapa no peito.
- Ai! O que eu fiz? - Perguntei confuso.
- Ficou babando naquela loira tingida quando ela chegou aqui. - Falou ela com muita raiva na voz.
- Olha como fala da Bea, ela não fez nada pra ti. E eu não dava babando nela ok?
- Que se foda! - Falou Andressa jogando aos mãos ao ar e saindo para o quintal.
Um tempo depois o almoço ficou pronto e Joana e Beatriz desceram para o quintal.
Todo mundo se reuniu na mesa e ficamos conversando sobre um monte de coisas. Beatriz nos contava de como foi bom, por um lado, passar um ano no colégio interno e também nos contou histórias engraçadas que acabamos nos deitando de tanto rir. Contamos à ela coisas que haviam acontecido na cidade enquanto ele esteve longe e o papo foi longe.
Andressa ficou de bico virado mas não dei muita bola. Ela era assim as vezes.
Por volta das 15:30, Andressa disse que queria ir embora então fui leva-lá em casa mas disse que depois voltaria para a janta.
Chegamos na casa de Andressa que ficava em um luxuoso condomínio de luxo e desliguei o carro e um silêncio tenso ficou entre nós.
- Eu acho que já vou indo. - Falou ela abrindo a porta do carro mas a impedi.
- Ei... me conta o que tá acontecendo. - Falei a ela.
- Acontece que eu não aguento mais. E você vinte quatro horas por dia falando, pensando ou conversando com aquela menina por telefone. E quando você viu ela, faltou latir feito um cachorro pra ela. Eu não aguento!
- Eu, calma. - Falei passando a mão no rosto dela.
- Como você quer que eu tenha calma quando meu namorado da mais atenção à uma pirralha do que a mim? - Lágrimas caiam de seus olhos.
- Eu prometo não fazer mais isso. - Falei. - Me desculpa meu amor. - Dei um beijo em sua boca.
- Promete que vai parar com isso? - Perguntou.
- Prometo. - Falei.
Depois de um longo beijo, ela desceu do carro dizendo que me veria amanhã na escola.
Durante o caminho de volta para a casa da tia Vic, fiquei pensando no que Andressa havia me falado. Eu falava vinte quatro horas da Bea? Pensava nela do jeito que Andressa falou? Não! Claro que não! Eu só estava com saudades da minha irmãzinha. Era isso não é? Acredito que sim.
Quando enfim cheguei na casa dos meus tios, fui pelos fundos e pude ver Joana junto com a Beatriz na piscina. As duas brincavam e jogavam água uma na outra igual a quando éramos crianças.
Me sentei em uma cadeira dobrável perto da beira a piscina e fiquei observando as duas brincarem.
Quando por fim a que guerra sessou, Beatriz percebeu minha presença e me deu um lindo sorriso.
- Oi. - Disse ela.
- Oi. - Respondi sorrindo.
E mais uma vez ficamos nos olhando intensamente e meu coração mais uma vez disparou.
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Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoy
RomanceA continuidade irá contar a história de amor de Otávio, filho de Thomaz com Thay, e a filha de Vic com Carlos, seu marido. Otávio, um garoto dono de uma beleza surreal, popular e apaixonado por teatro. Beatriz, uma garota doce, na dela e apaixonad...