Capítulo 30

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Beatriz narrando...

Depois de passar quase uma hora esperando meu pai no portão de desembarque, finalmente eu o vejo e enfim posso derramar lágrimas que a muito tempo quiserem escorrer de meus olhos.

Sei que o que mais fiz nesses últimos dias foi chorar em meu quarto, mas estar nos braços do meu pai, a pessoa pra quem eu sempre corria quando tinha um joelho ralado, dessa fez não podia fazer diferente, mas dessa fez meu machucado era mais profundo, difícil de se secatrizar, era no coração.

- Como vai você princesinha? - Perguntou ele enxugando as lágrimas que caíam dos meus olhos.

- Nada bem, pai. - Sorri fraco. - Mas teremos tempo pra conversar. - Falei no momento que vi o semblante cansado do meu pai.

- Claro. - Sussurou ele.

- O senhor parece cansado. - Falei tocando de leve o rosto de meu papai.

- Ah meu anjo, não estava fácil lá. - Falou. - Mas conseguimos. - Sorriu.

- Pelo menos tudo está bem agora. - Falei e nesse momento senti um aperto no meu peito.

- Sim meu anjo. - Falou meu pai preocupado me dando um beijo na testa.

Ficamos mais um pouco no aeroporto esperando suas malas, dentro de poucos minutos às mesmas chegaram e enfim fomos para casa.

Andamos tranquilamente pelo aeroporto, por dias não me sentia assim, leve, tranquila e feliz.

Meu pai tinha esse dom, o dom de fazer qualquer um feliz somente com sua presença. Sempre foi assim. As vezes eu ficava estressada com mamãe e era ele quem me acalmava, me levava pra esfriar a cabeça e me deixava novamente de bem com a vida.

Talvez ter meu pai de volta em casa, perto de mim, faça com que as coisas pra vim voltem ao normal, que eu possa ficar de bem com a vida novamente.

Dessa vez pedimos um táxi, já que o tempo ameaçava chuva.

Fui perdida em pensamentos com a cabeça encostada no vidro do táxi enquanto eu via a chuva enfim cair e pegar várias pessoas desprevenidas fazendo as mesmas ficarem encharcadas em poucos segundos.

"Ainda que perdesse a memória teria o coração.
Ainda que essa parte da história seja solidão.
Eu não vou deixar, não vou desistir de nós dois, de você."

Essa música voava pela minha cabeça que acabei não reparando que papai e eu já havíamos chegado em casa.

- Vamos, aproveite que a chuva deu uma parada. - Falou meu pai saindo do carro.

Peguei minha bolsa e sai do táxi parando na mesma hora.

Tinham dois carros estacionados em frente a minha casa. A do meu tio e do Otávio, pra piorar tudo.

Olhei para meu pai que sorria fraco ao ver os carros estacionados em frente a nossa casa e me lembrei que ele não sabia de nada que havia acontecido entre todos nós enquanto estava fora.

Não queria entrar, pelo contrário, queria sair correndo pelas ruas e me esconder até eles irem embora. Não aguentaria olhares de acusação em cima de mim, sem contar que talvez Andressa estivesse lá dentro de casa bancando a noiva perfeita.

- Vamos? - Perguntou meu pai me chamando.

- E-eu... - Não conseguia falar. - Eu acho que vou ir pra casa da Joana. - Falei.

- Nada disso. - Falou meu pai. - Está chovendo, vamos! Depois eu te levo na casa da Joana. - Falou ele sorrindo.

Não havia o que fazer, só encarar. Foi o que fiz.

Dentro de casa, com o coração acelerado, vi minha mãe, meus tios e Otávio sentados nos sofás da sala conversando sobre algo que não prestei atenção.

- Amor! - Falou mamãe se levantando e quase pulando em cima do meu pai.

- Assim meu velho não aguenta. - Falei baixinho ao lado dos dois que se abraçavam.

Abaixei a cabeça sem coragem de olhar para as pessoas que na sala estavam. Não tinha visto Otávio desde o dia no parque e sabia que se olhasse para ele, choraria.

- Carlos. - Falou meu tio se levantando vindo abraçar meu pai.

Ambos se abraçaram e gargalharam.

- Beatriz. - Falou meu tio seco me olhando feio.

- Oi. - Respondi.

Meu pai me encarou feio e confuso com aquilo.

- Mãe, vou pro meu quarto. - Falei pela primeira vez olhando para minha tia que me olhava triste e Otávio.

Ele me olhava de forma estranha, não tinha raiva ou ódio em seus olhos, mas sim dor. O que me deixou mais confusa. Seus olhos diziam coisas que palavras não eram capazes de traduzir, senti meu coração se apertar ao me lembrar de todas as suas palavras.

Por mais que tentasse esquecer, suas palavras apreciam tatuagem, não saiam de mim de jeito nenhum e me atormentavam. Apesar de ver ele ali, tão lindo bem na minha frente, não consegui deixar a mágoa de lado, como tinha dito a mim mesma, ele agora não passava de um conhecido para mim.

- Não vai cumprimentar sua tia e o Otávio? - Perguntou meu pai confuso.

Olhei para meu pai e já imaginei a briga que teria aqui em casa quando ele descobrisse tudo.

- Desculpa pai. - Falei já sentindo as malditas lágrimas. - Oi tia. - Falei olhando minha tia firme. Não iria chorar, não ali.

- Oi. - Me respondeu ela. Sua voz não era seca como a do meu tio, mas havia tristeza nela, o que me matou por dentro.

Suspirei fundo.

- Oi Otávio. - Falei.

A sala toda se calou e senti a tensão de todos e a confusão do meu pai.

- Oi Beatriz. - Falou ele firme.

Sua voz parecia cantiga, calma, linda. Senti minhas pernas vacilarem e precisei lembrar a mim que não haveria, nunca mais, algo entre eu e ele.

- Agora eu já vou indo. - Falei enquanto a meus tios e meus pais se perdiam em uma conversa animada e alegre.

Durante todo o trajeto da sala até as escada senti um par de olhos em cima de mim.

Subi as escadas o mais rápido possível e me tranquei no meu quarto me deitando no chão fechando meus olhos.

Ele ainda fazia efeito em mim. Mas por que? Como posso sentir algo assim por uma pessoa que só me usou e depois de tratou feito lixo?

Meu coração já tinha a resposta. E o amava.

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Amores! O que estão achando?
Eeeh! Ela ama o Otávio!
Seria uma boa oportunidade dele ir falar com ela não é mesmo? O que acham? Ele deve ir falar com ela?

Comentem! Amo ler seus comentários e dou muitas risadas dos mesmos. Vocês são demais! Sério gente! Amo ter vocês como leitoras.

Enfim meu amores, até o próximo ❤

Lembrando que: estamos chegando na reta final de mais um livro.
( comentem se vocês acham que deve ter conversa entre Otávio e Beatriz no próximo capítulo. )

Maktub - 3 Livro de A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora