O Semideus Perdido (Livro 2)

7-Ian me ajuda a ganhar nossa aposta

Okay, estamos quatro seres no meio da praia planejando uma missão fugitiva em busca de um garoto muito chato que sumiu.

E no meio dessa sentença, há uma profecia, que Rachel anotou.

Um semideus um tanto diferente.
Não atrai atenção de muita gente.
Levado para não tão longe assim,
Deve pensar que este é o fim.
Os filhos dos três
O buscam pelo mar
Mas cuidado, o adormecido
Como isca o usará.

-"o adormecido"? Que bizarro.-comento.

Bom, essa profecia parecia três coisas:

1-estranha.
2-grande
3-perigosa

Essa ia ser a missão mais perigosa da minha vida.

Ah, e a segunda também.

Ian esfrega as mãos.

-Certo, então por onde começamos?
-pelo começo-responde a Ruiva. Não, pera, Lúcia. Tem duas.

-bom gente, eu tenho que ir, ta na hora do café. À propósito, deveriam comer antes de irem.-Rachel

-concordo-digo sentindo o estômago vazio.

Ian me estende uma mini-barrinha de cereal.

-sério? Tipo, sério mesmo?-desdenho com as sobrancelhas arqueadas.

-então sinta-se à vontade para tomar café com os outros, alteza.

Pego a barrinha e dela tasco um pedaço.

-vou mesmo, mas vou esperar todos saírem. Guardem minhas palavras: teremos comida fresca antes das onze horas.

-quer apostar?

Oooopaaa.

-quanto?

-duas dracmas.

-fechado-embora eu ache isso pouco, dá menos riscos.

-certo, então, como vai pegar a comida com a cozinha fechada?-pergunta Lúcia.

Quaaase me pegou.

Faço a cara mais maléfica que consigo, e devo dizer que eu sou boa nisso.

-eu dou um jeito.

Espero que isso tenha soado maléfico.

**************************

Dez horas e 45 minutos.

Estou indo em direção à cozinha com os dois me observando. E sinceramente, não sei o que fazer. Bem, entrar escondida, pegar a comida, sair sem ser vista, correr para o barco. Antes das onze horas.

parece que houve treino coletivo, pois o caminho foi tranquilo e a cozinha está quase vazia. Há duas arpias. Vejo isso pelo buraco da fechadura que tenho que tentar abrir.

Olho para baixo, a fim de pensar em algo para abrir, então tenho uma ideia. Um tanto óbvia, mas uma ideia.

Desembainho (será que posso dizer isso?) Trylos, agora uma adaga, pressiono contra a fechadura com força e giro.

Tlinc!

Aberto.

O barulho chamou as arpias, elas se viram desconfiadas, e um olho olha no meu na fechadura.

Ooooops!

Levo um susto, a arpia abre a porta, materializo a primeiríssima coisa que vem à minha cabeça, e a arpia quase cai no chão com meu jato de água atingindo a sua cara em cheio. Seria cômico se ela não tivesse desmaiado e eu soubesse de onde tirei essa água.

Ninguém tem o direito de me culpar, eu estava sem opções.

Quando a mulher-galinha cai e a água cessa, vejo de onde veio, (embora fosse óbvio, eu estava meio assustada, e nem pensei) a pia.

Um problema resolvido. Mas ainda tem uma.

E ela está brava por eu ter invadido a cozinha.

"E agora?"-penso-"não posso dar um banho nela. Pense rápido, Margo!"

ela está vindo até mim, mas antes que possa me segurar, um vento muito, mas muito, muito forte passa pelas janelas, em todas as direções, nos empurrando. Resisto me segurando nas coisas, até que ele para, e antes que possa aliviar a pressão, volta e é tão forte que eu caio no chão com um baque surdo, de trás, causando uma dor forte nas minhas costas.

Aí eu penso:" puxa! O que ou quem raios causou essa ventania? "

A resposta é clara:a droga do filho de Zeus está me ajudando.

Melhor usar isso a meu favor. Vejo por cima da cabeça que a arpia se esconde em um armário para se proteger. Continuo resistindo, com os pés apoiados na parede, até que o vento para abruptamente e cairia no chão de cara, se não tivesse me segurado com os braços antes de bater.

Dou uma respirada e levanto-me, indo até o armário. Lá acho barras de cereal, pacotes de biscoito e diet Coke na geladeira. Não sabia que tinha isso aqui.

Bom, deve servir. Melhor que só barrinhas de cereal, mas eu podia ter conseguido sozinha.

Saio da cozinha e encontro Ian e Lúcia me esperando. Na hora explodo:

-por que RAIOS você me ajudou?

-opa, raios são comigo-ele nota que não ri-você ia se dar mal.

-eu me virava-digo carrancuda.

-claaro-ele revira os olhos.

-ora, por que acha que eu não podia sozinha? Era só uma arpia!-dessa vez já altero a voz.

-porque aquela ia te entregar pro Quíron! Ou pior! Te punir sozinha.

-e por que a preocupação?

-porque eu sou seu amigo, caramba!

Fico meio sem palavras. Mas também, o que eu diria?

-gente, parem. Olhem o que vocês fizeram.-aponta Lúcia.

Realmente. Nossa pequena discussão acabou fazendo ondas enormes no mar, causando um barulho absurdo, e nuvens negras cobriam toda a volta do acampamento.

-uou!-diz Ian.-legal!

-não é legal, imagina se alguém nota! Dou graças por ninguém ter nos visto.

Lúcia olha para o céu

-vamos logo.

E assim, seguimos em silêncio até o barco, de onde Rachel já saiu e onde começa nossa jornada.

Passa um tempo, digo:

-hey, você ainda me deve duas dracmas.
-mas eu te ajudei.

-ninguém mandou, passa o ouro.

Ian bufa, mas me entrega duas moedas, e eu as guardo na mochila

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É, e foi asim que começou aquela missão, com três crianças, (agora nenhuma) de mal, uma com fome e outra tentando guiar o barco.

E agora você já sabe como tudo aconteceu. Zarpamos para a mort...cof cof, quer dizer, para o mar relativamente limpo, de onde eu via os peixes nadando e até corais mais pro fundo, e de onde eu pensava:"puxa, como eu NÃO queria estar indo buscar o idiota do Cristopher".

:V :V :V :V :V
Recadinho:

Oi seus nóia, beleza?

Bom, eu vim dizer que eu to muito feliz com os votos, comentários e tal, e percebi que a primeira temporada ta com mais de 4 mil visualizações! Eu sei que pra muita gente parece pouco, mas pra mim é bastante.

E sempre tem aqueles livros com 4 milhões, pra humilhar qualquer um. :P

E peço pra continuarem votando e comentando, que eu simplesmente a-mo.

-Laurinha