10-a ilha era bem pior do que eu pensava

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Certo. Deixa eu ver. Estamos navegando rápido em direção a uma ilha/cidade em ruínas que foi basicamente feita para matar seres da nossa espécie.

Só mais um dia normal na minha monótona vida.

Fico olhando pelo binóculo, e a ilha não parece estar tão perto, mas quando percebo, um forte solavanco quase me derruba. Atracamos.

Truques do binóculo. Melhor guardar na mochila.

Assim que tiro o binóculo dou de cara com a ilha mais linda e assustadora que já vi.( Não que eu tenha visto muitas, mas eu sempre gostei delas).

Agora sei porque quem entra nunca volta. Aquele lugar parecia estar me chamando a subir, deitar-me na relva e dormir. Tinha um morro, plantas maravilhosamente exóticas com frutas que pareciam deliciosas, lagos cristalinos e tal. Tudo ali era um chamariz para humanos. Pelo menos, para humanos antigos. O que deixa bem claro o porquê de não ir ali. Aprendi faz um tempo que tudo o que é bom demais é uma armadilha. E essa era óbvia, se você já viu as Aventuras de Pi. Meu filme favorito, depois de Piratas do Caribe.

Mas enfim, eu queria muito mesmo ir lá.

Desço do barco e pulo direto na grama fofa e muito verde, e observo pássaros passando perto de mim. Acho fofinho, até notar seus bicos cerrilhados ótimos para mordidas e ver que não estavam gostando de mim:estavam dando rasantes.
Ian pula também e Lúcia recomenda-nos cuidado, mas acaba descendo.

-isso vai dar ruim.

-sossega-respondo.

Ela revira os olhos, e adentramos na floresta. Um único passo coletivo. Nada. Começamos a andar.

As plantas não nos mataram. Já era um começo. Ian se vira.

-viu? Não foi tão difícil ass...

Mas logo que entramos, pássaros laranjas muito grandes brotam de trás das árvores e tentam nos bicar com seus bicos enormes, e eu(que estava na frente) levo tamanho susto que solto um grito alto e sou derrubada por um pássaro especialmente enorme, derrubando Ian, que derruba Lúcia. (Quer alguém mais desastrado que eu?)

Os pássaros monstros atacam fortemente, mas nos levantamos rápido e disparamos mata adentro.

Batemos em galhos, folhas, fugimos de animais e nem sei mais quantos arranhões tenho na cara. Devemos ter corrido muito, porque quando paramos, tudo parecia em paz e silencioso. Eu geralmente sou bem resistente, mas essa corrida me deixou esbaforida.

Lúcia parece ainda mais cansada.

-(arf), o que (arf) era aqui (arf) lo?

-pareciam pássaros selvagens, depois gatos selvagens, e plantas selvagens, e muitas bestas definitivamente selvagens.-arfa Ian.

-essa parece a típica ilha selvagem de filme.

Deito-me na grama e tento desacelerar a batida frenética do meu coração.

(Isso parece frase de sertanejo. Abafa o caso.)

-ah, e ainda entramos muuito fundo nessa mata. Vai demorar pra gente conseguir sair vivo.

-ó se vai. Esses bichos... são monstros-geme a ruiva.

-eu meio que tenho que pedir desculpas, eu que nos meti aqui.

-agora não é hora pra se lamentar. A gente tem que se cuidar. E lembrar do propósito de estarmos nessa missão. -resmunga Ian sentando-se-já que estamos aqui pra explorar, vamos fazê-lo.

O Semideus Perdido (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora