16-monstros e Cristopher

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-Cristopher?-pergunto.

Ele revira os olhos.

-óbvio! Agora me fala:vocês estavam realmente tentando me salvar? Isso é muito irônico.

Fito incrédula sua expressão mortalmente calma, como se toda noite ele tivesse que lidar com garotas com vontade de estrangulá-lo. A luz da lua cheia fazia seu rosto parecer sombrio.

-mas e aí? Gostou do truque com as lembranças? É incrivelmente útil, todos têm coisas das quais não gostam de lembrar, e trazê-las à tona é uma ótima forma de obrigá-las a fazer o que eu quero.

Tento manter-me calma, mas minha vontade é de levantar Trylos e fazer espetinho de peste agora mesmo.

-só me esclarece uma coisa aqui:se você é filho de Hécate, e pode controlar a névoa, como mexe com a mente alheia, se seu departamento é mostrar o que as pessoas querem ver?

Ele pensa por um instante. Depois ri como se eu tivesse lembrado uma piada interna muito tosca.

-ora, há uma linha muito fina entre o que as pessoas querem ver e o que não querem. É só você saber puxar essa linha, e consegue atingir as duas partes.-ele fala como se eu entendesse essas metáforas.

Tento me manter superior na conversa, ao mesmo tempo que tento bolar um plano para distraí-lo e imobilizá-lo.

-é tão besta você usar seus dons para o mal...o que afinal pretende com isso senhor Launter?

Seguro a espada atrás de mim e ela se transforma em uma adaga dourada.

-bom, você sabe que eu nunca dei muita bola pra esse negócio de deuses, né?

Adaga pronta.

-então, eu fui raptado por um cão infernal e arrastado pra uma ilha aqui perto do mar de monstros, e adivinha? Ninguém tentou me ajudar! Você sabe o que é ficar sozinho numa ilha cheia de monstros? É um terror! Mas há uma força maior por trás disso. Algo que pode ser maior que os semideuses. Cronos foi derrotado, Gaia foi derroada! Mas o que dizer de...monstros? Eles são tão subestimados que se digamos... se organizassem com ajuda de mentes afiadas, ninguém notaria até ser tarde demais.

Minha mão coça para atacá-lo de uma vez, mas preciso dixá-lo contar toda a história.

-e então? O que me diz? Eu já pensei em chamar vocês três, mas vocês são muito fiéis ao Olimpo, bancam os tolos aceitando tudo o que os olimpianos os mandam fazer.

Agora! penso.

-aí é que você se engana, meu caro. Ninguém. Manda. Em. Mim.

Avanço por trás dele e seguro seus braços atrás dele, a adaga posicionada na sua garganta.

Acho que o idiota ficou tããão arrogante que esqueceu que eu também sou uma semideusa e que EU NÃO SOU TROUXA!

-o quê...

-se ferrou, querido, agora você vem comi...

Ele tira uma faca do cinto e tenta me cortar na lateral da barriga, eu consigo desviar, e sai um corte de raspão no meu rosto, várias formas escuras saem da esquina do beco em nossa direção. Fico tão atordoada que ele acaba se desvensihando e apontando uma faca para MIM!

(O.K., talvez eu seja meio trouxa.)

Nessa hora só um pensamento passa por minha cabeça e eu o obedeço:

Corra, garota!!

Disparo para o fim do beco com Trylos inutilmente em forma de espada, estourando canos, formando uma lagoa na parte baixa da rua. Ao chegar no final, pulo um degrau pra baixo e Lúcia e Ian já estão ali, as armas em riste.

-o que aconteceu lá? -pergunta um Ian ofegante.

-aquele monstro sumiu assim que cheguei perto, e saí correndo pra cá-fala a ruiva.

-eu... depois que matei aquele, vieram dois cães infernais de não-sei-onde que tentaram me arrastar.-comenta Ian-Margo? Você está bem?

Estava estirada no chão.

-estou bem-minto-mas aconteceu uma coisa muito...-levanto-me e olho para de onde saí. Cristopher sumiu.-eu conto depois. O que fazemos agora?

-tem certeza de que quer contar depois?-pergunta Lúcia.

-não-respondo-tem que ser agora.

Assim, sentamo-nos num banco e conto toda a história. Do cão, de Cristopher, e sobre os monstros e os deuses.

Lúcia fica pasma.

-então a gente ter fugido, tudo o mais foi à toa? O desgraçado tava atrás da gente?

-é.-conto-ele disse algo sobre sermos fiéis aos deuses, e sobre ajuda de mentes afiadas...

-que papo estranho-comenta Ian.

-é.-de repente me ligo- E a minha prima?

-ai, é mesmo! Ela ainda ta no restaurante!-Lúcia se levanta.

E assim, começamos a caminhada de volta para o restaurante e pensando em como explicar o ocorrido.

             -Lau...

POSTEI! ME AMEM INCONDICIONALMENTE!!!

Eu sei que tá megacurto, mas é só pra esclarecer o negócio do Cristopher ter brotado no meio da história.

Beijos com gosto de néctar.

O Semideus Perdido (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora