15-um passeio no restaurante acaba muito mal.

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Gente, consegui postar antes de viajar, a viajem foi adiada então talvez eu poste mais um capítulo antes.

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Sim, um lugar bem legal.

Ei, nós estávamos numa missão secreta em busca de um garoto filho da deusa da névoa que foi capturado por monstros que na teoria, estavam se organizando pra acabar com a minha vida.

Nós podemos socializar um pouco como adolescentes normais não?

Não.

E já, já irá ver por que.

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Fomos num restaurante especializado em tacos mexicanos que era cheio de gente falando espanhol. Eu não gosto muito de tacos, então peguei um hambúrguer. À propósito, já estava anoitecendo.

Faz tanto tempo que não como algo realmente gostoso que devorei um hambúrguer em menos de dez minutos. E geralmente eu demoro para comer.

Depois, um milk shake e tudo pago pela minha prima. Esqueci de argumentar que a família dela tem certo dinheiro e ela sempre cresceu com as vontades feitas. Eu sempre tive duas vontades, e agora adicionarei uma vontade:

1-rever minha mãe.

2-ter um supercomputador que faça minha lição de casa e entregue, além de ir à escola por mim.

E a adicionada:

3-SAIR DESSA SITUAÇÃO.

Sabe como é desconfortável ter a pressão de saber que tem alguém sofrendo muito e possivelmente sendo torturado em cima de você? E ainda:estar com pessoas comuns e indefesas ao seu redor e não poder contar a elas? Assim, fácil de lidar.

Costumava pensar que alguém tão novo não deveria ser tão estressado ou sofrer essa pressão, mas aí me lembrei que semideuses (ainda mais na minha condição de filha de Poseidon) morrem mais cedo ainda e nunca tem um final feliz.

E ainda mais com a Saraah. Eu contava tudo pra ela. Tantas coisas aconteceram que eu havia até me esquecido dela.

-então Margo, o que anda fazendo?-pergunta me tirando como uma linha de pesca de meus devaneios.

Ah, prima, só caçando monstros e salvando semideuses! Nada demais.

-ah, estou de...férias.

-hum, legal. Acho que todo mundo no país também. -sua amiga Jenny abafa uma risadinha.

-ei! O que quer que eu diga?-reviro os olhos- Minha vida não é lá muito interessante.

-sei lá, como vão os amigos, o verão, -ela dá um sorriso malicioso.-e outras coisas.

Suspiro. Namorado? É sério isso, produção?

-eu estou em um acampamento. De verão.

Recebo um leve chute de Lúcia, minha vontade é de gritar CARAMBA, JÁ ENTENDI! Mas apenas fito-a com as sobrancelhas erguidas.

-legal. Mas e então, amigos da Margo, acho que não nos apresentamos.

Eu nem notara, acho que estava um pouco tensa demais para lembrar dos nomes de meus amigos.

-ah, estes, hã, Lúcia e Ian.

Assim que termino de falar, sinto um arrepio sinistro na espinha que reconheço como sinal de perigo, olho instintivamente para trás e para os lados, procurando a origem, sem nem escutar o que dizem a seguir, como se me desligasse da realidade para olhar num mundo paralelo. Nesse mundo paralelo, ouço o som de vidro quebrando, e me sinto fria, como se entrasse num túnel de gelo e enxergasse algo ao longe difícil de distinguir, mas que sei que está ali.

O Semideus Perdido (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora