POV : Filipe Treveli
Lúcia e eu fomos para um restaurante, eu nem comi nada mas ela estava faminta. Consegui explicar tudo que estava acontecendo e mais um pouco.
- Você não vê Filipe?
- O que?
- Conecte as coisas. Khran espalhados pela cidade, mortes, dominações de corpos, e uma garota que consegue se comunicar com os mortos! Você não acha suspeito? Todos esses anos eu venho estudando a magia arcana e nunca vi algo parecido sem demanda de sacrifícios.
- Você acha?
- Talvez ela seja um deles. E a parte de se comunicar com os mortos seja apenas uma comunicação entre os próprios puladores.
- Lúcia! Talvez você tenha razão... Melhor eu avisar a Ana! Eu dei meu cartão com meu telefone mas até agora ela não me contatou. Eu vou ir até a casa dela. É para o melhor de todos.
- Você acha que é o melhor a se fazer? Ela é uma caçadora. Não sei se você pode confiar nela...
- Não confio. Mas preciso de uma cooperação mútua. Entende?
Lúcia confirmou com a cabeça e fomos para o carro. O caminho foi rápido e a casa de Ana era meio destacada em sua vizinhança.
- Olha, tem uma garota saindo ali.
- É ela. A que fala com os mortos. O que ela faz aqui?
Sem pensar no que estava fazendo bati na porta da casa de Ana fortemente. Ela abriu a porta rápido e pareceu surpresa por me ver ali.
- O que ela estava fazendo aqui!?
- Quem?
- A Garota! Elisa!
- Você está me espionando? - Ela disse.
- Não! Eu acabei de ver ela saindo... Ah esquece! Ela disse algo estranho? Sobre "puladores" ou algo do tipo.
Houve um silêncio momentâneo.
- Como você sabe? Ela falou realmente coisas estranhas. Sobre minha avó e...
- Eu sabia! Você não pode confiar nela! Você é você mesma?!
- O que você quer? - Ana parecia assustada com tantas perguntas rápidas.
- Lúcia e eu achamos que ela é um deles. Eu estava tentando conversar com você mas...
- Quem é Lúcia?!
- Minha meia-irmã... Não interessa. Todos nós estamos em perigo! Você tem que vir comigo.
- Você está louco? Eu não vou com você pra lugar nenhum seu anormal. Eu não acredito em nenhum de vocês.
- Ah ok! Você tem visto Matt? Qual foi a última vez que você o viu pessoalmente?
- Hm... Por que quer saber?
- Hugh é um deles! Riley também! Eu os vi, eles me pegaram e quase...
- Riley?
- Não perca o foco, por favor! - Eu já perdia a paciência.
De repente Lúcia desse do carro e vem até a porta.
- Filipe. Você não sabe como conversar com uma garota. Você é a Ana certo?
- Você é ... Lúcia?
- Sabe... - Lúcia foi empurrando Ana para dentro de casa de um jeito estranho e elas entraram e eu fiquei de fora. Elas passaram uma hora conversando, e provávelmente eu nunca vou saber sobre o que.
- Nós estamos indo para a casa dela. - Lúcia disse com Ana, assim que aparecem na porta. Já estava escurecendo.
- Dela?
- A Garota. Elisa. Eu preciso saber a verdade.
- Eu fiz um feitiço para que os pais dela pensem que ela ainda está no quarto. - Lúcia falou enquanto Ana se dirigia para o nosso carro.
- Como você convenceu ela? - Cochichei.
- É segredo. Só nos duas sabemos.
Encarei mas ignorei. Estávamos indo para a casa da possível ameaça.
- Sabe, vocês deviam ir na frente. Eu preciso ver uma pessoa antes.
- Tudo bem.
Deixei as duas com o carro e fui correndo até o The Wiz. A parte superior era onde morava a pessoa que eu precisava ver.
- Samanta! - Bati na porta.
- Olá. Você está bem? - Ela abriu alguns segundos depois.
- Eu preciso que você venha comigo. Se algo acontecer você é a única que pode salvar alguém.
- O que aconteceu?!
- Não tenho tempo para explicações, então preciso que você leia minha mente. Eu sei que você pode fazer isso, já que eu posso.
- Ah... ok. - Ela pareceu desconfiada mas enconstou a ponta de um de seus dedos na minha testa.
- Você é burro Filipe Treveli?
- O quê? Eu preciso que você venha comigo agora.
- Ela não é um deles. Puladores estão interessados em matar, e não em se comunicar.
- Você tem certeza?
- Absoluta. Mas eu ainda sim vou com você. Aposto que você não percebeu a garota te observando enquanto você estava sentado na frente da casa da caçadora.
- Que garota?!
- Riley? Não sei. Não absorvi todos os seus pensamentos.
- Não!
- Nós temos que ir agora! - Nós demos as mãos e desaparecemos no feitiço de fumaça.
- Filipe! - Ana Gritou quando me viu.
- É tudo sua culpa, estúpido! - A Elisa gritou.
- Eles levaram sua irmã!
- O quê?! - Eu fiquei furioso.
- Filipe... - Samanta deu leve puxão em minha mão esquerda. - Eles ainda estão aqui. Venham pra perto de mim rápido.
De repente um apagão e eu me senti leve e desmaiei.
Quando eu abri os olhos estavamos nós todos, Elisa, Ana, Samanta, eu e mais uma pessoa que eu não reconhecia numa sala. Estava super escura e não possuía janelas. Provavelmente no subsolo.
- Samanta. - Eu cheguei perto dela. Com minha audição eu conseguia enxergar. - Sua mágica funciona?
- Não...
De repente uma luz roxa iluminou a sala. Era o colar de Ana, ela havia tirado ele do bolso.
- Você! - A garota estranha gritou. Você tem que me ajudar. Eu sei que nós já tivemos nossas diferenças mas...
- Quem é você ?
- Você não se lembra? Eu conheço ela também! - Ela tentava apontar com a cabeça para Ana. Suas mãos estavam acorrentadas.
- Eu? - Ana perguntou.
- Sou eu! Sofia! Eu sou um...
- Lobisomem. Eu sei, consigo cheirar de longe. - Falei.
- Eu também consigo, mas não estou aqui para discussões bestas.
- Você consegue achar uma saída? - A Garota Elisa falava mais uma vez para o nada.
- Elisa, eu sinto muito... - Falei.
Ela me ignorou. Também tinha razão, eu duvidara da honestidade dela.
- Hey! Você pode me soltar?
- Você não pode se soltar sozinha? Achei que vocês também tinham força sobre humana.
- Mágica não funciona aqui. Eu não posso me transformar. Mas você... Um Vampiro, tem força o tempo todo então...
- Ok... - Fui até a garota e arranquei as correntes de onde estavam presas na parede.
- Você realmente não se lembra de mim? E nem você, Ana?
- Eu deveria? - Ana perguntou.
- Vocês dois... Nem sei como explicar. É tudo tão confuso.
- Por quanto tempo você está aqui? - Samanta perguntou.
- Eu não sei, talvez... anos.
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Ascensão
FantasyVocê não é o único por perto que esconde segredos. Uma vantagem pode se tornar uma fraqueza a qualquer momento. Ninguém é o que parece, nada é o que parece, e nem você é o que pensa que é. Qualquer coisa pode acontecer, ainda mais se tudo envolve br...