Capítulo 34 - É o fim?

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Filipe Pov

Já era uma vez de muitas no mês onde eu desmaiava. Isso não era comum para mim, mas parece que estava se tornando bastante...
Acordei no porão da minha própria casa. Acorrentado e preso num círculo mágico. Quando me dei conta, eu não estava sozinho. Na minha frente estava ela, Lúcia. Presa também num círculo mágico. Ela tentava gritar algo. Mas eu não podia ouvir. E nem ela me ouvir, tudo devido ao círculo mágico. Lúcia apontava para o fundo do porão.
- O que?! - Falei mesmo que ela não conseguisse me ouvir.
Ela continuava apontando. Virei o rosto e vi que havia outro círculo mágico e um homem mais velho deitado, provávelmente desacordado.
- Quem é ele? - Tentei me comunicar usando as mãos.
- Seu... Beijo... Bebê? - Eu repetia as palavras que ela tentava fazer mímica para mim.
- Meu? Beijo? Bebê? - Foi ai que eu entendi. Era o pai de Sam, que eu não tinha reconhecido no escuro. Tudo fez sentido.
Um híbrido como Hugh não tem tanta magia para realizar encantamentos tão poderosos. Por isso ele estava usando Lúcia e um mago, no caso o Pai de Sam.
- Como diabos que nos vamos sair daqui? - Fiz um esforço para que Lúcia me entendesse.
- Não tem jeito. - Entendi ela dizendo.
Tentei quebrar o chão. Era a úncia superfície, já que eu estava no circulo mágico.
- Me desculpe... - Falei chorando e enxugando minhas lágrimas. - Eu falhei com todos nós Lúcia. Todos morreram por minha causa. Se eu tivesse me esforçado um pouco mais. Sabe? - As lágrimas continuavam a escorrer.
- Não...Chorar. - Lúcia gesticulou.
- Droga! - Bati com toda força que eu consegui no chão.
Percebi que uma poeira caiu no teto do porão. E de repente um buraco se abriu no mesmo, alguém pulou nele.
- Graças...
- Como eu tiro vocês daí? - Eu li os lábios de Ana.
- Você tem que puxar a gente pra fora! Mas bem rápido. Se não você ficará presa também!
- Entendi. Velocidade não é um problema pra mim agora.
Em um segundo ela puxou eu e Lúcia para fora dos círculos de uma vez.
- Lúcia! - Corri e a abracei forte. Não estava acreditando que depois de tanto tempo eu estava tendo contato com ela.
- Eu não quero quebrar o momento, mas a Samanta ta aguentando ali em cima o Hugh.
- Sam?!
Pulei para sair do porão pelo menos buraco que Ana havia aberto. E logo vi Sam furiosa em uma batalha com Hugh.
- Sam! - Eu a gritei.
- Filipe! Você está bem!?- Num momento que ela se dsitraiu Hugh jogou longe.
- Não! Hugh, eu prometo, eu vou te matar, e vai ser agora.
- Filipe! - Ana me gritou atrás de mim junto a Lúcia. - Olhe!
Corri e Lúcia havia caído no chão. Seus olhos ficavam cheios de veias aparentes e de cor vermelha e ela se levantou.
- Você tem que morrer Filipe.
- Lúcia? Isso nao é você.
- É sim.
- Chris? - Ana disse.
Um daqueles homens da agência dela. vinha em sua direção.
- Ana... Eu tenho que te explicar... Eu estou com a doença...
- Filipe! Seu sangue! - Ana gritou.
- Não... Ela também. - Ignorei Ana quando vi quem vinha.
Sofia também estava ali, novamente com aqueles olhos vermelhos cheios de veias aparentes.
Olhei de um lado pro outro e estávamos cercados. Todos tinham olhares maléficos.
- Ana, segura. - Encostei nela e me transportei para onde Sam tinha sido jogada.
- Sam! Beba agora! - Ofereci meu braço com meu sangue.
- Obrigada Filipe... Eu não sei como eu... - A interrompi, com um beijo. Um beijo com gosto de sangue, com gosto de perigo e medo.
- Eles são quatro e nós somos três.
- Eu cuido do Chris e da Loba, eu já cuidei dela uma vez, não faz mal mais uma vez.
- Sam, você acha que consegue derrotar Lúcia sem machucar muito?
Ela assentiu com a cabeça.
- Então, Hugh é meu.
Ana foi em direção, mas Sofia parecia estar motivada, e as duas começaram a se enfrentar, quebrando ossos uma da outra.
Samanta entrou em uma batalha psíquica com Lúcia, onde envolve apenas a Magia. Felizmente Samanta é uma maga, apesar de Lúcia ser muito poderosa.
- Hugh. Está acabado. Eu vou te destruir e vai ser agora.
- Você não pode Treveli.
- Eu posso e vou.
- Eu já venci essa guerra. Os seus pais, mortos. Sua irmã, sobre o meu controle. Sua cidade, morta. Até sua casa eu tomei. Não adianta mais. Seria mais fácil se você cedesse.
- Nunca!
- Avancei até ele. Mas fui paralisado. Eu não conseguia me mover, estava totalmente paralisado.
- Escute Treveli. Eu te dei uma chance, mas você, como sempre foi burro, não aceitou. Olhe em volta. - Ele girou meu corpo. - Seus amigos, estão todos perdendo. A minha lobisomen esta carregada com magia, sua irmã também, nenhuma delas vai desistir até morrer.
- Eu... Eu desisto. - Consegui mover minha boca.
- Desiste?
- S...Sim.
- Mas eu não.
Senti uma dor insuportável. Minha cabeça parecia querer sair do meu corpo.
- É o seu fim Treveli.
De repente tudo parou. Lúcia caiu no chão, Sofia fez a mesma coisa. E eu recuperei o controle do meu corpo.
- O que aconteceu, você desistiu?
- Não! Algo deve ter acontecido! Eu vou te matar mesmo assim Treveli.
- Não, você não vai. - Segurei em seu pescoço. Ele foi se debatendo até se transformar na forma de lobo.
Fomos rolando pela rua. Pareciam dois cachorros brigando. Um mordia o outro, e usava magia ao mesmo tempo.
Ele rosnou na minha face e estava prestes a morder meu rosto quando de parou. Naquela mesma posição.
- Filipe! - Gritou Sam.
- Você?
- Eu voltei. Eu descobri um jeito de salvar todos nós.
- Porque você voltou?
- O motorista do ônibus morreu enquanto o dirigia. E eu percebi uma coisa. Eu não posso simplesmente ver espíritos, eu posso interagir!
- Samanta, seu pai está aqui comigo. - Elisa completou.
- Então é por isso que ele perdeu as forças. - Falei.
- E porque ele está ali parado olhando? - Ana perguntou.
- Eu contatei alguém. Alguem especial para ele. Sua mãe.
- Ela está ali? - Perguntei.
- Sim. E eu posso fazer com que ele veja. E vocês também.
Assim que ela disse isso nós vimos tanto a mãe de Hugh quando o Pai de Sam.
- E agora?
- Isso é só uma distração. - Elisa falou.
- Vocês precisam fugir. O pai da Samanta sabe o que fazer.
- Escutem garotos, não conheço ninguém que já fez isso na vida. Mas há uma lenda sobre um feitiço de retrocesso. Isso quebra as leis da magia e do universo. Mas vocês precisam tentar, cada vez mais o mundo espiritual está se enchendo, a doença de bruxa está se espalhando para outras cidades. Não vai sobrar mais nada.
- Feitiço de Retrocesso!? Isso é impossível pai!
- Também não acho que seja algo possível. - Lúcia disse sua primeira coisa após se recuperar.
- Nos temos que tentar. - Ana falou.
- É.... também acho. Nos devíamos tentar.
Sentamos eu, Lúcia, Sam. E começamos a repetir as palavras que o Pai de Sam nos diz
- Horogium quod nunc temporis eripit penetrarunt non potest manere in praesens!
- Horologium quod nunc temporis eripit penetrarunt non potest manere in praesens. - Falávamos juntos.
- Nada está acontecendo! - Falei!
- Vocês precisam de mais magia! - O pai de Sam disse.
- Ana! Vem aqui, nos vamos canalizar seu sangue. - Ela falava com o rapaz da sua agência, mas veio.
- Horologium quod nunc temporis eripit penetrarunt non potest manere in praesens.
- Não funciona... - Sam disse, sem surpresas.
- Treveli! - Hugh parecia ter acabado com a distração que Elisa colocou. Mas aquele homem, amigo de ana pulou nele e gritou:
- Continuem!
- Vamos pessoal! Tem que funcionar! - Falei.
- Horologium quod nunc temporis eripit penetrarunt non potest manere in praesens!
- É o fim Filipe. - Lúcia lamentou.
- Não!
- Elisa! Vem aqui! Você pode nos ajudar também?
Ela sentou na roda. Todos nós demos as mãos e repetimos as palavras.
- Horologium quod nunc temporis eripit penetrarunt non potest manere in praesens!
Um esfera branca de um milímetro surgiu no centro.
- Está funcionando! - Ana gritou!
- Horologium quod nunc temporis eripit penetrarunt non potest manere in praesens!!!
Naquela hora eu fechei meus olhos e foquei em toda a minha magia, mas quando abri, pude ver aquilo que todos olhavam. Meu pai, minha mãe, a família de Ana, os pais de Elisa, Riley, e até a Senhora que eu havia transformado certa vez. Todos eles apoiavam suas mãos em nossas costas.
A esfera branca subiu e foi se expandindo, até que ninguém mais conseguia manter os olhos abertos.
Quando du abri novamente estava em minha casa.
- Filipe! Você vai vir me ajudar a colocar essa pelicula ou não?
- O que? Pai?
- Que foi?
- Pai! - Eu corri e abracei ele tão forte. Que parecia que eu havia quebrado sua coluna.
- Filipe? Realmente funcionou?
- Funcionou Lúcia.
- E agora?
- Eu tenho um amor para encontrar.

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