Capítulo 22

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Naquele dia mais tarde, Louis acabou levando uma bela bronca. Mas até que ele aceitou bem, já que a sua consciência lhe dizia que ele não havia sido um bom filho e que aquilo era justo por ter deixado sua mãe preocupada.

Mas agora, cerca de uma semana depois do "sumiço" de Louis, era outra coisa que estava deixando Johannah preocupada: Louis estava passando mal frequentemente e fazia questão de esconder isso.

-Acho melhor marcarmos uma consulta com seu médico Louis. - Diz Johannah, enquanto colocava uma compressa fria na testa do filho, depois de ele ter passado enquanto ajudava a mãe nas tarefas de casa.

-Mãe, eu já disse que isso é só o efeito do tratamento! - Louis diz, se sentando rapidamente em sua cama, onde estava deitado segundos antes.

-Não seja teimoso Louis! Você já fez várias outras sessões e as reações só duravam um dia! Chega, se você não quiser fazer isso por você mesmo, faça pelo Harry. - Johannah diz com a voz alterada. Ela sabia que falar em Harry era golpe baixo, já que Louis fazia de tudo para agradar o garoto.

-Por isso mesmo mãe! Eu já fiz outras sessões e é sempre a mesma coisa! - Louis nem repara, mas grossas lágrimas começam a descer por seu belo rosto e quando ele finalmente se dá conta disso, já se encontra chorando abertamente. - Mãe, eu não quero ficar careca e gordo para sempre. É estranho andar ao lado de Harry desse jeito. - Acontece que na cabecinha de Louis estava uma ideia nem um pouco legal: o que ele mais queria agora era parar o tratamento para que seu cabelo começasse a crescer novamente. Mas ele não poderia fazer isso, já que com sua doença em nível avançado, a quimioterapia era a sua única e última chance, além do transplante de medula, mas essa segunda estava fora de cogitação pelo tamanho da fila de espera. Até se achar um doador compatível pode ser tarde demais.

-Ah filho... - Johannah diz com os olhos marejados. - Se Harry está com você é porque ele te aceita do jeitinho que você é, sem tirar nem pôr.

-E até quando ele vai gostar desse meu jeitinho? - Diz Louis. Ele também já estava cansado, chega uma hora que até os mais fortes cansam.

***

POV. HARRY

Dois dias depois

-Acho que vou levar esse. - Diz a garota, que depois de descer várias prateleiras finalmente escolhe o que vai levar.

Eu realmente pensei que trabalhar em uma biblioteca seria moleza. Que nada... Eu tenho que devolver todos os livros que os alunos retiraram e colocá-los de volta nas prateleiras, catalogar os livros novos que chegaram, fazer uns relatórios bizarros sobre o movimento de livros, e finalmente, toda semana erguer TODOS eles e retirar o pó que se acumula embaixo. Resultado disso: Um final de dia com o corpo todo dolorido e muito pouco tempo para Louis.

Sem falar que de noite eu tenho faculdade, que por sinal é de jornalismo. Parece pouco para uma pessoa que pretendia fazer medicina, mas com certeza é mais do que passar o resto da vida em uma cafeteria (ou biblioteca).

Deixo Natalie atendendo a moça e continuo a catalogar alguns novos livros. Esse trabalho até que não cansa fisicamente, mas psicologicamente ele quase me deixa louco de tão chato que é.

Recebo uma mensagem e um sorriso se abre em meu rosto ao perceber de quem é

"Você pode vir aqui em casa hoje depois da aula?" - Louis

Meus dedos correm pelo telefone ao digitar a resposta. Faz praticamente uma semana que não o vejo e isso me causa uma certa saudade.

"Claro. H."

-Senhor Styles, caso não se lembre, celulares não são permitidos enquanto estiver aqui dentro. - Natalie diz e aponta para uma folha pendurada na porta que diz "Proibido celulares e quaisquer outros tipos de aparelhos eletrônicos."

"Quaisquer outros tipos de aparelhos eletrônicos"?O que eles esperam, que alguém entre aqui com um forno microondas nas costas? - Me desculpe senhora. - Digo, segurando a risada pelo meu pensamento.

O dia passa rápido e a aula também, quando me dou conta já está na hora de ir para a casa de Louis.

Ao chegar lá Johannah me recebe alegremente e diz que Louis está no quarto. Peço permissão para subir, coisa que me é concedida pela mãe sorridente.

-Toc toc - Digo ao chegar ao quarto do Louis, que estava com a porta aberta. Ele me olha sorridente, porém é um sorriso estranho, mas responde:

-Quem é? - Diz com olhar brincalhão que faz seus olhos terem a tonalidade de um azul mais claro. É uma tonalidade linda.

-O amor da sua vida. - Respondo me sentando ao seu lado e dando um beijo casto em seus lábios.

-Você não acha que está sendo meio convencido não? - Ele diz brincando.

-Foi você que disse que eu era o amor da sua vida. Agora aguenta. - Ele dá uma risada alegre, porém seus olhos não parecem acompanhar essa alegria.  Aí eu me lembro de uma coisa: Louis me contou á um tempo atrás que havia tido uma namorada, mas nunca disse nada sobre ela além daquilo. Tinha algo estranho aí. -Louis, você se lembra de quando me contou sobre sua ex namorada? - Ele franze a testa e concorda lentamente. - Você não me contou a história toda, contou?

E então acontece: Louis começa a ficar vermelho e a desviar o olhar. Ele abre a boca várias vezes como se quisesse dizer algo, mas nenhum som sai de sua boca. Ele espera uns minutos, respira, e fala tudo de uma vez:

-Aquela história é verdade, mas na época você tinha acabado de terminar uma namoro com uma garota e eu achei que você seria um preconceituoso idiota se eu te contasse, eu não te conhecia muito bem ainda... Acontece que eu não tinha uma namorada, eu tinha um namorado. Era um garoto. - Ele diz com as bochechas ainda coradas e os olhos baixos, como se quisesse evitar que eu o repreendesse por ele ter "mentido". E então eu caio na gargalhada.

-Sério?? Ah bebê, não precisa ficar envergonhado. - Eu digo e dou pequenos beijos em seu rosto até ele voltar para sua cor normal.

-Eu tenho que te falar uma coisa. - Ele diz com receio, olhando no fundo de meus olhos.

-Achei que tinha. - Dou um suspiro e olho para ele, encorajando-o a falar. Me assusto quando seus olhos ficam marejados.

-Ontem a minha mãe me levou no médico e eles fizeram um exame de emergência por causa do que eu estava sentindo ultimamente. Acontece que o tratamento convencional não tá mais fazendo efeito Harry. Eu fui encaminhado para a fila de espera de doação de medula óssea.

Oii !!! Tudo bem com vocês?? POIS SAIBAM QUE COMIGO NÃO! Doeu escrever esse capitulo... acho que é bem mais impactante pelo fato de uma realidade estar presente aí: a fila de espera para medula. Se vc puder, ajude, não custa nada ;) Um pouquinho de vc pode salvar muitas vidas. Obs: Maiores de 18 podem doar... somente.

era isso, espero que gostem. Amo vcs xxxx

Love me Harder ||L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora