Capítulo VI - As Pessoas Mudam (part.1)

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Olá pessoal!!!!
Desculpem a demora! :'(
Mas bem... aí está mais um capítulo pra vocês.!!!
Espero que gostem!!!
Boa leitura!!! >.<

POV: Isabella

"Querido diário:

Eu acordei bem mais cedo hoje, bem mais cedo mesmo. Agora são apenas quatro da manhã. Sei disso pois acabei de olhar o relógio na parede de meu quarto. O motivo de eu ter acordado tão cedo? Simples. Posso te dar uma pista: Edward Cullen. Desde ontem eu não o tiro da cabeça, ou bem melhor dizendo, desde o dia do nosso primeiro beijo. É loucura ficar sempre esperando por um segundo beijo?
Fico sempre imaginando se vou vê-lo novamente ou se o vi a última vez na minha vida. Por alguma razão, isso me dói o peito. Faz com que eu queira sair por aí sem rumo, apenas para abraçá-lo e pedir que nunca saia da minha vida. Mas algo dentro de mim diz que não devo fazê-lo, pois Edward é apenas uma pessoa que eu salvei a vida outro dia. Ele não é nada mais que isso. Acho que nem mesmo ele pode fazer com que eu acredite no amor outra vez.
Às vezes me pergunto ser serei capaz de sorrir de verdade novamente. Eu me lembro que sorrir era tão fácil quanto respirar. Mas também me lembro que não era real. Hoje eu percebo claramente que tudo o que eu senti por uma pessoa, era apenas o meu Eu interior desejando ser feliz a todo custo.
Sabe diário, uma vez ouvi uma colega de classe dizer para a outra: ' amor? Falar disso é fácil. Todo mundo fala.' Por um minuto eu pensei que sou estranha até mesmo na faculdade. Mas sabe o que eu acho? Eu acho que gostaria de conversar sobre tudo nessa vida, menos sobre amor. Porque tudo o que eu sei dele, é que machuca, e que quando você pensa que a outra pessoa também te ama, é quando você percebe que amou sozinha. Eu também descobri que o amor é algo que cicatriza. Mas as cicatrizes servem apenas para nos lembrar que algo importante aconteceu, e que a ferida foi grave a ponto de nos marcar pelo resto da vida.

Um dia eu espero te contar o que aconteceu comigo. O porquê de eu ser assim tão estranha se tratando de amor. Perdão se agora eu não tenho tempo, tenho que me arrumar para ir trabalhar. Mas mais tarde eu volto."
Eu fecho meu diário e o jogo em algum canto de minha cama. Aproveito que estou sentada sobre a mesma e já me deito olhando fixamente para cima. Algumas memórias me vem à cabeça e deixo escapar algumas lágrimas por meus olhos. Me lembrar dos fatos que me ocorreram naquele dia fazem com que meu estômago se revire de tanto nojo que sinto.
Fico olhando para o teto de meu quarto por um tempo incontável. Apenas sei que ao olhar no relógio já eram sete e vinte da manhã. E eu deveria estar no hospital às oito.
Normalmente em dias de semana, eu estudo, mas é uma exceção apenas em dias de terça quinta e domingo, que são os dias em que trabalho no hospital.
Levanto em um pulo e vou até o banheiro fazer minha higiene pessoal. Não dava tempo para esquentar a água, então tomei meu banho em uma água fria, bem fria. Vou até meu roupeiro e pego um vestido bege com mangas 7/8 e com renda na cor azul clara nas mangas e com botões nas costas e mangas. Coloco meu espartilho e tento a todo custo amarrá-lo da forma correta, mas eu apenas dei um nó mal feito e coloquei o vestido por cima do mesmo. Não dava tempo de pedir a juda da minha mãe, mas para abotoar meu vestido eu precisaria. Calcei minhas botas e fui rumo a penteadeira. Fiz um rabo de cavalo e coloquei uma fita azul clara para sustentar o penteado.
Desci as escadas com bastante pressa ao ver que faltavam apenas vinte minutos para chegar ao hospital. Se desse sorte chegaria bem encima da hora. Avistei minha mãe na cozinha. Ela vestia um vestido rosa claro com mangas curtas e vestia um avental por cima de tudo.
- Mãe?! - A chamo para que olhe em minha direção.
Minha mãe me olha surpresa e enxuga às mãos no avental.
- Bella? O que faz aqui? Pensei que já tivesse saído.
- Eu me atrasei hoje. - Não quis dizer a ela o real motivo de meu atraso - Pode me ajudar aqui? - Pergunto virando-me para ela de costas.
- Claro.
Eu percebo que minha mãe demora um pouco para abotoar meu vestido, pois as entradas para encaixá-los são menores do que os botões, o que é um problema. Sinto que minha mãe abotoa no máximo uns quatro botões, logo depois ela pára.
- Por que a senhora parou? - Pergunto com um pouco de espanto na voz.
- Porque alguém tem que arrumar esse espartilho, não é Srta. Swan? - Diz ainda o amarrando.
- A senhora pode andar um pouco mais rápido? - Eu pergunto olhando para o relógio na parede da cozinha e vendo que já são cinco minutos faltando para as oito.
- Pronto, Bella. - Ela diz voltando a abotoar meu vestido.
De repente olho para o relógio e vejo que faltam apenas três minutos. Me solto das mãos de minha mãe e corro em direção à porta.
- Bella ainda faltam três bo... - Não deixei minha mãe terminar de falar e saí.
Não dava tempo de falar com ela, então vou deixar para me desculpar mais tarde. Saio correndo pelas ruas de Forks como uma louca. As pessoas me olham como se eu fosse uma aberração, mas eu não me importo muito com isso.
Depois de alguns minutos correndo como se estivesse em uma maratona, avisto a entrada do hospital. Paro um pouco para tomar o fôlego necessário para tornar minha respiração instável e vou andando normalmente.
Ao entrar no hospital, avisto uma figura rabugenta e furiosa a me olhar. A Sra. Mills não me parece estar de bom humor hoje. O que vai dificultar bastante meu trabalho.
- Bom dia, Sra. Mills. - Digo rapidamente tentando me esquivar dela, mas a mesma me puxa pelo pulso, fazendo com que eu fique de frente com ela.
- Bom dia, Srta. Swan. Sabe que horas são? - Me pergunta arqueando uma sobrancelha.
- Hã... Não senhora. - Digo com um olhar de dúvida à Sra. Mills.
- Mas eu sei. Muito tarde, Srta. Swan. - Me diz com olhar de fúria.
- Sinto muito, Sra. Mills. Isso não vai se repetir. - Eu digo me desculpando.
- Acho bom mesmo.
Ainda bem que a Sra. Mills não me perguntou o que eu estava fazendo que me atrasei. Tudo bem que eram apenas cinco minutos, mas ainda assim era um atraso. Eu ficaria muito sem graça de lhe dizer que perdi meu tempo olhando para o teto de meu quarto.
- Você entendeu, Srta. Swan? - Me pergunta cruzando os braços.
E agora, o que eu digo? Eu não ouvi uma palavra se quer do que ela disse.
- Não. Sinto muito, Sra. Mills.
- Mas o que está acontecendo com você hoje, Isabella? - Me pergunta mais como se estivesse me analisando.
- Eu estava distraída, desculpe. - Digo me desculpando mais uma vez.
- Tudo bem. Eu estava dizendo que hoje chegarão dois médicos novos que farão residência conosco.
- Dois médicos? - Pergunto apenas para saber se ouvi direito.
- Sim, exatamente. E você ficará a serviço deles em tudo o que precisarem. Entendeu? - Me pergunta novamente para ter certeza se estou prestando atenção.
- Entendi, Sra. Mills. Se me der licença. - Digo tentando sair, mas mais uma vez ela me pára colocando-me de frente para ela.
- Espere um minuto, Srta. Swan. Você ainda não me disse o motivo de seu atraso.
Eu retiro o que eu disse. Acho que ela não se esqueceu. Apenas esperou a hora certa para isso.
- B-Bom... Eu... - Eu começo a gaguejar procurando as palavras certas, mas elas não vêem, então decido falar a verdade. Respiro fundo e digo: - Eu estava...
Quando eu ia dizer à Sra. Mills o motivo de meu atraso, sinto uma mão tocar meu ombro e ouço uma voz que reconheceria a uma milha de distância. Eu não acredito que ele está aqui.
- Ela estava comigo. - Diz ele à Sra. Mills.
Logo após suas palavras, ficamos eu e a Sra. Mills surpresas com as palavras dele. Agora mesmo eu me pergunto: " O que ele faz aqui?"
- Perdão, o senhor é o Dr. Cullen? - Pergunta Sra. Mills ainda surpresa.
- Sim. Mas pode me chamar apenas de Dr. Edward. As pessoas podem confundir o meu sobrenome com o de meu pai. - Diz Edward educadamente.
- Ah sim. Muito prazer Dr. Edward. Sou a Sra. Mills, mas pode me chamar de Miranda. - Diz ela estendendo a mão pra Edward.
Eu estava estática. Não sabia o que dizer ou não dizer. Ver Edward aqui no hospital não faz o mínimo sentido para mim.
- Então quer dizer que você estava com o Dr. Edward, Isabella? Porque não disse antes, eu teria lhe pedido para pegar um café a ele.
- E-Eu... er... - Eu começo a gaguejar novamente.
- Não foi culpa de Isabella, Sra. Miranda. Ela não sabia de nada. Decidi fazer uma surpresa. - Diz Edward piscando um olho para ela.
- Uma ótima surpresa, Dr. Edward. - Diz ela retribuindo a piscada de olho e ajeita seu decote que antes era discreto, mas agora estou sem palavras para descrever.
- Muito bem, agora se nos der licença Sra. Miranda, eu gostaria de explicar à Isabella a forma como gosto de trabalhar. - Diz Edward com um leve sorriso e apertando de leve o meu ombro.
- O senhor tem toda a licença do mundo, Dr. Edward. E faz muito bem de explicar a sua forma de trabalho a ela.
Eles se despedem e ficamos eu e Edward esperando que a Sra. Mills atravessasse à porta principal, que dava acesso aos pacientes, e de repente sinto-me ser puxada por Edward hospital a fora.
- Onde estamos indo, Edward? - Pergunto a ele.
- A um lugar onde possamos conversar.
Edward, literalmente, me arrastava pelos corredores do hospital. Eu era uma das poucas mulheres que trabalhava lá. Mas as que haviam, só faltavam se arrastar aos pés dele. Eu tinha ouvidos muito bons e olhos melhores ainda, por isso, eu prestei muita atenção à forma como ficaram ao verem um homem feito o Edward. E posso dizer que suas reações não me agradaram nem um pouco. Será que Edward era cego a esse ponto? Ou as estava ignorando?
Edward me conduzia até a parte de fora do hospital, lá era onde nós, enfermeiros, levávamos os pacientes para tomarem um pouco de sol e ar fresco. Andamos até um banco de pedra, que se encontrava debaixo de uma grande árvore e em uma parte onde o chão era coberto por verdes gramas.
Paramos um de frente para o outro. Nos olhávamos como se quiséssemos guardar em nossa mente cada detalhe das roupas, pele, olhos, lábios... tudo o que se podia aproveitar daquele instante.
Edward se manifestou e quebrou o silêncio ali estabelecido.
- Por favor. - Diz ele apontando uma mão para o banco ao nosso lado.
Eu não tenho uma reação de imediato. Eu espero até que ele faça menção de se sentar também, para que eu faça o mesmo.
- Você me arrastou até aqui. Então, o que queria me dizer? - Eu digo já sendo bastante direta.
- Bella, eu aposto que você tem muitas outras perguntas para me fazer. Essa eu te garanto que respondo depois. - Diz ele pegando em minha mão.
Eu dou um grande suspiro, mas faço uma afirmação com a cabeça. Antes de iniciar minha pergunta, olho em seus olhos e os analiso mais uma vez.
- Por que você está aqui? - Faço a primeira pergunta que me vem a cabeça.
- Bom, meu pai acha melhor eu começar a trabalhar em um lugar onde eu não dependa dele. Para as pessoas não acharem que ele vai acobertar tudo o que eu fizer.
- Por que você mentiu para a Sra. Mills?
- Porque eu não queria que ela te demitisse. Até porque você é a única aqui com quem eu me importo e quero que trabalhe o tempo todo comigo. - Diz alisando o dorso de minha mão.
- E se eu tivesse feito algo errado e você tivesse me acobertado? - Eu pergunto arqueando uma sobrancelha.
- Então eu negaria até a morte o seu envolvimento. - Diz ele sorrindo para mim.
- Certo. Então agora me responda, o que você quer tanto conversar comigo? - Volto a fazer minha primeira pergunta.
- Quando eu fiz o meu cadastro aqui neste hospital, a Sra. Miranda me mostrou uma lista de profissionais na área da enfermagem, quando vi o nome Isabella Swan, eu pensei: "não pode ser coincidência. Tem que ser ela. E se não for, arranjo outra pessoa para o cargo". E quando eu estava adentrando o lugar, vejo que você estava em "apuros" - Diz ele fazendo aspas com as mãos - e você não imagina a felicidade que senti na hora que te vi, Bella.
Eu não sabia o que dizer à ele, se bem que "não saber o que dizer", é típico de mim quando estou perto de Edward, ele faz com que cada certeza que eu achava que tinha na vida, na verdade não passam de incertezas. Ele faz com que eu duvide que a existência das pessoas são o acaso, que elas se encontram sem ser pelo destino, ou até mesmo, amam sem ao menos saber qual é o nome da pessoa a sua frente.
Edward me traz um sentimento que eu não queria que existisse. Eu sei quais as consequências do amor. Eu sei que apesar de ser o mais bonito dos sentimentos, é o que mais machuca. E eu não quero sofrer de novo. Sei que vivo dizendo isso, mas eu tenho que dizer. Quanto mais eu repito, mais eu quero acreditar que um dia essas palavras se tornarão verdadeiras.
- Era isso o que você tinha a me dizer? - Pergunto já fazendo menção de me levantar, mas Edward segura em minha mão me impedindo.
- Não... quer dizer... Eu ainda não disse nem o início do que eu queria. - Diz ele me olhando nos olhos ainda segurando em minha mão.
- Então continue, por favor. - Eu digo já voltando a me sentar normalmente.
Edward dá um longo suspiro. Ele ainda tem a sua mão junto à minha. Sinto que está nervoso, pois sua mão começa a suar, mas ele tem seu olhar fixo ao meu.
- Eu sempre tenho a sensação de que a última vez que eu te vejo, será realmente a última... - Diz ele agora quebrando o silêncio e nosso olhar, pois neste instante ele está a olhar para baixo - E isso me incomoda, Bella. Eu me pego pensando em você, quando na verdade eu nem sei o porquê de estar pensando nos seus olhos, na sua pele, na sua boca... - Diz ele tocando em cada parte citada.
- Edward, eu... - De repente Edward me interrompe.
- Por favor Bella, não me diga que é apenas eu que me sinto dessa forma. Diga que você sente pelo menos algo por mim também. - Pede ele segurando em meu rosto para eu olhá-lo.
- Não, Edward. Não é apenas você que se sente assim. - Minha voz sai como um sussurro.
- Eu sabia, Bella. Eu vejo a forma como você fica quando eu estou por perto. - Diz ele sorrindo e sussurrando em meu ouvido.
Ter o Edward assim tão perto de mim, faz com que o meu corpo, literalmente, se acenda. Eu sinto como se meu corpo fosse pegar fogo a cada toque ou que cada pêlo reagisse apenas ao ouvir sua doce voz.
Eu fiquei por um tempo apenas sentindo sua mão sobre a minha. E seus lábios assim tão perto dos meus. Nós estávamos tão próximos. Nossos olhos ficavam fixos olhando apenas a pessoa que havia a nossa frente.
- Edward não podemos... - Digo mais uma vez tão baixo que tenho medo dele não ter ouvido.
- Por que não? - Pergunta ele ainda me olhando e usando a sua outra mão que está desocupada para tocar em meu rosto.
- Porque... - Eu paro por aí e quando vejo que não tenho palavras para lhe explicar, abaixo minha cabeça.
- Está vendo? Nem você sabe me explicar o porquê. - Diz ele levantando minha cabeça novamente para olhá-lo - Vai me dizer que não gosta de sentir o meu toque. - Diz ele tocando em meu braço - Meus olhos presos somente nos seus. - Diz agora me olhando bem profundamente - Ou, então, meus lábios em contato com os seus... - Diz agora sussurrando bem baixinho em meu ouvido.
Edward foi se aproximando cada vez mais de mim, isto é se ainda era possível, já estávamos tão próximos, nos aproximar ainda mais eu diria, em outras circunstâncias, que era impossível, mas agora não foi. E quando seus lábios estavam quase em encontro com os meus, ouvimos alguém chamar por Edward. Olhamos em sua direção. Era uma mulher linda que o chamava. Ela, com certeza, não trabalhava aqui no hospital. Ela é uma mulher alta, com cabelos loiros está trajando um belo vestido branco com mangas longas e não é muito decotado, possuindo também um lindo detalhe de renda no busto.
Eu estava a olhar fixamente a mulher que caminhava em nossa direção. Quando a reconheci, não acreditei. Ela está de volta. Que bom faz tantos anos que não nos vemos, que mal vejo a hora de abraçá-la.
- Tanya?! - Eu a chamo assim que pára a nossa frente.
Ela direciona seu olhar meio em dúvida para mim. Tanya me olha de cima a baixo, como se nunca tivesse me visto na vida.
- Desculpe. Eu te conheço? - Me pergunta Tanya e me olha com repulsa.
Eu estava estática. Como Tanya poderia ter se esquecido de mim? Tudo bem que as pessoas mudam, mas eu não mudei tanto desde que eu era pequena, minhas fotos podem confirmar isso.
- T-Tanya... Sou eu, Bella. Lembra? - Tento mais uma vez para ver se ela realmente não se lembrava de mim.
- Desculpe, não me lembro, você deve ter me confundindo com alguém. E eu não conheço ninguém com este nome. - Diz ela da forma mais rude que poderia.
Eu estava em choque. Eu e Tanya, éramos grandes amigas, eu diria que até mais do que isso, éramos como irmãs. Como ela pode não se lembrar?
Neste momento Tanya continua a me olhar com repulsa. Sem saber o que fazer ou dizer, apenas deixo uma lágrima solitária a cair por meu rosto.

CONTINUA


Bom pessoal é isso!!!
Fiz um capítulo maior para compensar o meu atraso...
Até o próximo capítulo!!!
Beijos!!!! >.<

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