Capítulo XXVII - Nova Itália

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Olá pessoal, tudo bem?
Bom, o capítulo de hoje está imperdivel... :O
Dica: teremos revelações, desesperanças e esperanças. Além de personagem novo na área.
Bom, sem mais delongas, boa leitura...

POV Isabella

- Era um bilhete dele. - diz olhando para a mulher ruiva. Ela apenas assente e ouço a voz de Tanya, dizendo:
- Dele?
- Advinhem só, - diz James colocando suas mãos na grade da cela novamente - Vamos viajar. Ele quer ver você. - diz olhando para Tanya.
A mulher ruiva apenas ouvia a James e sorria maléficamente o tempo todo. É claro que para ela não era uma surpresa. Já deve ter aberto o tal envelope e já sabia do que se tratava.
Mas por que alguém iria querer que James sequestrasse a Tanya? O que eles querem?
- Como assim? Ele quem? - pergunta Tanya assustada.
Olho para ela e a vejo tão confusa quanto eu. Será que este maníaco não está vendo a situação de Tanya?
- Para onde vamos? - pergunto e James direciona a sua atenção para mim.
- Está curiosa, amor? - pergunta James e a mulher ruiva o olha com fúria.
- Não chame esta mulher assim, James. Sabe que eu não gosto. - diz demonstrando bastante raiva.
- Não precisa ficar com ciúmes, minha ruiva. Você sabe o que eu sinto por você.
Por um longo tempo, James e a mulher ficam se encarando e pareciam estar em um tipo de bolha particular.
Após alguns minutos, James volta a sua atenção para mim e diz:
- Bom, tudo o que eu posso dizer por agora, é que não vamos muito longe. A chefia está com pressa em falar com a loira. - aponta para Tanya.
Tanya nada dizia a James. Ela estava completamente espantada e com medo. O que ainda não conseguimos entender é o porquê de alguém estar atrás de Tanya, se ela simplesmente não faz a mínima ideia de saber quem a está procurando.
- Acho melhor prepararem as malas. Partiremos, logo pela manhã.
- Querido, mas que malas? - pergunta a mulher rindo alto de forma irônica.
- É mesmo. - diz como se tivesse se tocado do que acabou de falar - Piada de véspera de viagem. Vocês entenderam, não é? - pergunta para mim e Tanya e nada dizemos a ele.
Ao contrário do que aconteceu comigo e com Tanya, eu não sinto que James é alguém que se perdeu no caminho e está buscando o rumo de volta. Sinto que ele já era esse tipo de pessoa, desde que éramos noivos, talvez até antes disso.
Agora, eu não sinto a necessidade de perdoá-lo, como fiz com Tanya. Agora, sinto apenas a necessidade de sentir pena de tudo o que ele se tornou.

→→→→◆←←←←

Horas e mais horas se passaram. Olho pela janela e vejo que já está a noite e Tanya e eu nada comemos até agora. Estamos sentadas sobre o frio piso, de frente uma para a outra, só que nada falamos. O silêncio se faz bem presente neste ambiente.
- Estou com fome. - diz Tanya quase que num sussurro e vejo que ela não está falando comigo.
Olho para trás e vejo James andando em nossa direção.
- Calma aí, vadia. Você vai comer daqui a pouco. - diz James.
Me levanto rapidamente e digo:
- Não fale assim com ela! - falo entre dentes.
James se aproxima da cela, pegando com suas enormes mãos nas grades e me olha, dizendo:
- Não a proteja, Bella. Uma pessoa como eu e como ela - diz olhando e apontando para Tanya - Não merece a bondade de um anjo como você.
- Você está errado. - digo e ele me olha novamente - Tanya não é como você. Ela é humana. Tem sentimentos. E você? No que você se tornou? Ou melhor dizendo, o que você é?
- Eu sou o mesmo de antes... - diz e dou um sorriso sem graça como se fosse óbvia a sua resposta - Só que um pouco menos malvado do que antes.
Olho para James incrédula. Eu não consigo acreditar que passei anos da minha vida me culpando por algo que o único responsável está bem em minha frente.
Eu poderia reclamar de estar neste lugar ao invés de ter tentado procurar por Edward, mas não vou. Finalmente posso ver e sentir que os meus sentimentos por ele, são claros como a mais cristalina das águas. Eu amo o Edward. Eu realmente o amo. E não é uma ilusão da minha cabeça. É real, verdadeiro e puro.
- Aqui está a comida. - diz a mulher ruiva chegando com uma bandeija e dois pratos. Ela passa o objeto por debaixo da cela e Tanya e eu ficamos olhando para toda aquela mistura a nossa frente.
- Eu espero que não reparem na forma e sabor da comida. Infelizmente a minha ruiva não tem dons para a culinária. - diz James abraçando a mulher por trás.
- Espero que gostem. - diz a mulher de forma irônica - Bom apetite.
- Comam logo. Sairemos antes do nascer do sol. - diz James.
James e a mulher saem rindo alto e quando já não os ouvimos mais, ficamos um bom tempo olhando para aquilo que eles chamavam de "comida".
Tanya se abaixa e pega a um prato da comida e um garfo. Ela se senta no mesmo local que estava antes da chegada de James e dá uma boa garfada da comida.
Faço o mesmo que ela. Só que ainda não experimentei da comida que aquela mulher fez.
No prato há uma mistura de várias coisas. Não sei definir bem o que é, mas não cheira muito bem e a aparência também não é boa.
Depois de tanto remexer pelo prato todo, tomo coragem e dou a primeira garfada da comida. Sinto meu estômago se revirar. A comida tem gosto de lixo quente e vegetais vencidos.
Coloco o prato de lado e fico me segurando para não colocar tudo para fora. Tanya me olha em alerta e quando vê que estou melhor, seu semblante já não é mais preocupado.
Após algum tempo, Tanya me perguntou se eu comeria a comida do prato que eu afastei o mais longe possível de mim. Quando eu disse que não, ela me perguntou se poderia comer e eu disse que sim.
Para uma mulher que está grávida, não é saudável comer essa comida que James e a mulher ruiva ofereceram, mas pelo menos é melhor do que nada.
Eu queria poder conseguir alimentar o meu filho e ter a força que Tanya está tendo agora, mas eu não consigo. E meu filho terá que ser forte, até que eu consiga nos tirar desse lugar.
Algumas horas se passaram desde que Tanya terminou de comer toda aquela comida. Eu estava sentada, olhando através das pequenas janelas, as estrelas que iluminavam a cela que Tanya e eu estávamos.
Como sempre, Tanya e eu estávamos em silêncio, acho que tudo o que tínhamos a dizer uma para a outra, dissemos mais cedo.
Tanya quebra o nosso silêncio ao dizer:
- Você não me contou como conheceu o Edward. - diz e a olho surpresa.
Com toda a certeza eu não esperava por essa fala de Tanya. Mesmo que tenhamos feito as pazes, não achei que ela fosse querer saber sobre a minha vida com Edward. Certamente ela está diferente.  Sinto que a Tanya que eu conhecia está de volta.
- Essa é uma longa história. - digo sorrindo fraco, me lembrando do sorriso de Edward todas as vezes que ele me olhava.
- Bom, temos a noite toda para isso. - diz Tanya insistente.
As lembranças vêm em minha mente como um grande tsunami. Cada palavra, cada beijo e cada toque que trocamos, está vindo em minha memória em forma de flashes.
Olho para a pequena janela, observando as lindas estrelas que brilham lá fora e digo:
- Era apenas um dia normal. Pelo menos era para ter sido. Mas eu sentia que algo aconteceria, eu só não sabia o que era.
Naquele dia decidi sair mais cedo de casa, para não ter que andar com pressa. E no meio do caminho, foi quando o vi. A carruagem de Edward estava prestes a ser roubada e o bandido queria atingi-lo. De uma forma bem estranha, no momento que vi aquela cena, senti um grande desespero. Então tudo o que pude fazer foi alertá-lo. O bandido se assustou e acabou me atingindo no local de Edward. - conto e Tanya me olha com espanto.
- Que horror. E o que houve depois?
- Eu estava prestes a desmaiar. Eu sabia que o meu corpo não resistiria muito tempo, mas eu tinha que ver que ele estava bem. - digo olhando agora para Tanya profundamente - Só me deixei cair na inconsciência quando vi seus olhos azuis a me olharem preocupados. E quando vi que ele estava bem, simplesmente me permiti dormir.
- Nossa. - diz Tanya parecendo maravilhada - Que linda a história de vocês. Com certeza daria um belo romance. - diz e sorrio com um pouco de vergonha - Só de pensar que eu poderia ter estragado a vida de vocês, me sinto a pior pessoa do mundo. - diz triste.
- Esqueça isso, Tanya. Tudo isso ficou no passado. Agora temos que pensar no futuro. - digo - E você tem que pensar nesse serzinho aí dentro. - digo apontado para a sua barriga.
- Tem razão. - diz sorrindo parecendo mais animada, passando a mão em seu ventre, como que por impulso, faço o mesmo, só que de forma mais discreta.
- Como está a sua vida? - pergunto e ela me olha confusa - Depois de tudo o que houve na sua casa, como você está?
Tanya abre sua boca pelo menos umas três vezes, mas antes de dizer algo, ela mesma se interrompia. Parece que ela está querendo escolher as palavras certas para falar.
- Sinceramente? - pergunta e faço uma afirmação - Eu finalmente estou... bem, feliz. - diz e posso ver verdade em cada palavra e em seus olhos - Antes de descobrir a minha gravidez, tudo o que eu mais queria, era me vingar de você. Eu pensava que toda a causa do meu sofrimento era culpa sua. Antes de descobrir, eu achava que era infeliz...
- E não era? - pergunto.
Tanya olha profundamente em meus olhos e diz:
- Não. Eu nunca fui infeliz. Pelo menos não ao lado do Caius. Ele sempre teve essa preocupação: me deixar feliz. Eu é que nunca tinha percebido isso antes.
- Fico feliz que você tenha uma pessoa assim ao seu lado, Tanya. Esse homem lhe fez muito bem. - digo sorrindo para ela.
- É verdade. E quando eu sair daqui, quero poder abraçar e beijar muito o Caius. Quero poder dizer a ele tudo o que eu nunca tive coragem de lhe dizer. - diz e tudo o que eu fico pensando é em Edward.
Eu não deveria fazer o mesmo? Eu não deveria pensar em ir atrás do Edward para lhe contar do nosso bebê? Mas tudo o que eu consigo pensar é que talvez eu não venha mais a vê-lo. A esperança que eu sentia dentro de mim, já não se faz mais presente.
- E você deveria fazer o mesmo. - diz Tanya e saio dos meus pensamentos.
- Como?! - pergunto confusa.
- Você deveria ir atrás do Edward.

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