Capítulo XXXIII - Eu Não Vou Desistir De Você

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Olá pessoal, tudo bem?
O capítulo de hj é um dos mais emocionantes, dramáticos e românticos que essa autora já escreveu...
Dica: Teremos o ponto de vista do Jacob durante o tempo em que os nossos heróis estavam fora da cidade.
Bem, sem mais delongas, boa leitura... :)

POV Jacob

Já faz uma semana que Bella e Edward estão hospedados aqui em casa. É muito bom poder ver a Bella novamente. Depois do nosso casamento, ou fracassado casamento, achei que não a veria novamente.
Edward conversou com a sua família e explicou toda a situação da Bella. Eles entenderam e de vez enquando, a mãe de Edward vem visitá-lo, ou ele vai até a casa dos pais. A Sra. Cullen não chegou a ver a Bella ainda. Pois, não contamos à Bella como perdeu a memória, apenas lhe dissemos que foi um acidente. E a Sra. Cullen apenas vem visitar o filho em um horário em que tem certeza que Bella está dormindo.
Tanya e seu namorado, Caius, vêem aqui todos os dias. Como ela é médica, está auxiliando o Cullen no tratamento da Bella.
Leah recebeu Bella e Edward muito bem. Minha esposa sempre trata eles como parte da família.
Minha esposa. Este termo ainda é tão difícil para mim. Mas é tudo o que eu venho usando nesses últimos tempos.

Flashback On:

Forks, Janeiro de 1961

A Bella está correndo por essa igreja e, por mais que eu queira pedir, implorar que fique ao meu lado, não o farei. O futuro dela, além do seu amor, está do lado de fora dessa igreja. Eu fui egoísta por muito tempo, mas agora que ela está grávida, não posso ser egoísta por mais tempo.
Eu ouvia a minha mãe gritar e me sacudir, para que eu a impeça, mas eu estava em transe. Ver a mulher que eu amo, partir atrás de outro homem, acabava comigo.
Assim que Bella atravessa a porta da igreja, saio de meu transe e de minha pequena bolha particular e foco nas pessoas nessa igreja.
- O casamento acabou. - digo firme me virando para o lado dos convidados.
Minha mãe começa tocar em minha roupa e com brutalidade, pergunta:
- O QUE VOCÊ FEZ, JACOB? VÁ ATRÁS DELA, AGORA! - grita.
Me viro para ela bruscamente e digo alto:
- ACABOU, MÃE! VOCÊ NÃO PERCEBE? EU ESTOU DEIXANDO ELA IR, PORQUE EU A AMO! - deixo uma lágrima solitária escapar por meu rosto, mas rapidamente a limpo - EU SEI QUE A FELICIDADE DELA ESTÁ DO LADO DE FORA DESSA IGREJA!
Minha mãe me olha incrédula e diz:
- Depois de tudo o que eu fiz! Depois de tudo o que eu tive de fazer para conseguir te fazer casar com ela, você me diz que "a felicidade dela está do lado de fora dessa igreja"? - pergunta revoltada.
- Não posso fazer nada se você está infeliz. Mas quer saber de uma coisa? - pergunto e ela apenas continua a me olhar - Eu não me arrependo. Pois é isso que significa amar. Você ama a pessoa mesmo que isso significa que ela vai viver feliz com outra pessoa do lado.
Antes que minha mãe possa me dizer mais alguma coisa, olho para onde está o meu pai e ele me direciona um sorriso orgulhoso em meu apoio. Me viro para ir embora, mas antes digo para todos os presentes:
- Podem ir embora. O show por aqui acabou.
Os pais de Bella estavam tão surpresos, que eles nada diziam. Eles se olhavam e estavam visivelmente surpresos, mas assim ficaram: em puro silêncio. Até Cora não se atreveu a dizer nada. Da forma como estou nervoso e triste com toda essa situação, seria bem capaz de eu não responder por mim, se ela se intrometesse nessa história.
Todos os presentes na igreja me olham confusos, surpresos e estupefatos, eles cochicham, enquanto analisam cada passo meu. Ainda assim permaneço o meu caminho, até a saída da igreja. Não ligo para as suas opiniões. Até porque, não conheço metade dessa gente.
Antes que eu pudesse sair, ouço a voz da minha mãe, dizendo:
- NÃO SE ATREVA A SAIR DESSA IGREJA, JACOB! - grita - E NÃO DÊ AS COSTAS PARA MIM!
Decido ignorar a sua fala e permaneço andando. Eu não me importo mais com o que venha a acontecer. Daqui para frente, eu tenho certeza de que a Bella será feliz. Então posso seguir com a minha vida.
Depois de sair da igreja e de ter ainda mais olhares curiosos sobre mim, vou vagando pelas ruas de Forks, não sabendo bem para que rumo ir. Passo em alguns bares e compro algumas garrafas de bebidas. Com o passar das horas, esvaziei todas e avisto outro bar em minha frente. Decido ir até ele.
Não faço ideia de onde coloquei o paletó do meu terno, ou o que fiz com a gravata que eu usava. Apenas sei que estou com a minha camisa branca, que está desabotoada em alguns botões e, tenho certeza que estou um pouco descabelado também. Além do fato de estar bêbado.
Chegando no bar, digo a uma moça que está de costas para o balcão:
- Me dê uma dose da mais forte que tiver. De preferência uma dupla.
Me sento num banco e a moça diz:
- É para já.
Eu tive a impressão de que a conheço pela sua voz, mas não faço ideia de onde. Após pegar a minha bebida, a moça se vira para mim e a reconheço no mesmo instante. Leah.
- Coincidência, ein. - diz ela com um sorriso.
Pego ao pequeno copo, apenas o segurando, antes dela depositar a bebida e digo:
- Não acredito em coincidências.
Ela me olha, arqueando uma sobrancelha, me analisando e depositando uma bebida em meu copo diz:
- Parece que alguém está de mau humor.
Olho para ela sério e digo:
- Não estou de mau humor. Eu estou bêbado.
Ela dá uma pequena gargalhada e isso faz o meu coração se acelerar um pouco. O que está havendo comigo? Não era para eu estar bravo?
- Sei. Isso também. - diz ainda rindo.
Após terminar de depositar a bebida, eu a bebo rapidamente e olho para ela. Essa é de longe, a melhor bebida que bebi o dia todo. Por que será? Não deveriam ter sempre o mesmo gosto?
- Eu sei do que você gosta. - diz ela sorrindo para mim parecendo ter lido a minha mente.
Após mais umas quatro ou cinco doses e em um silêncio ensurdecedor, ela finalmente o quebra.
- Quer conversar? - apenas olho para ela, que continua: - Sabe que pode me contar o que quiser, não é?
Eu a olho profundamente e me perguntando como pode existir alguém assim. Alguém que é capaz de me transmitir tanta calma. Alguém que faz o meu coração se acelerar, mas que eu não acho isso ruim.
Dou um longo suspiro, enquanto ela me olha curiosa e tomando mais uma rápida dose, digo:
- É complicado.
Ela fica me olhando ainda por um bom tempo. Não sei o porquê, mas a sua opinião é muito importante para mim e tê-la me analisando com seu olhar, me deixa preocupado com o que ela possa estar pensando sobre mim.
- Isso tem haver com a roupa que você está vestindo?
Olho para ela surpreso, enquanto ela enche mais um pouco do meu copo. Como ela pode ter adivinhado? Como pode existir uma pessoa assim?
Meu olhar surpreso, se encontrou com o seu analisador e o meu foi substituído por um olhar profundo. Eu olho para ela querendo saber sobre a sua história. Mas eu não vejo nada. Leah ainda é a mesma mulher daquela noite. Com o seu lenço branco cobrindo os seus lindos cabelos negros e o seu avental, da mesma cor do lenço.
Como eu queria poder olhar para ela e saber sobre a sua vida também. Ou ao menos deduzir algo certo sobre ela.
Após vários segundos assim, apenas nos olhando, decido quebrar o silêncio, dizendo:
- Eu não vou começar a te contar sobre a minha vida, ou sobre os meus problemas. Acho que eles não vão te interessar.
Ela me olha dizendo aquilo e, mais uma vez, arqueia a sua sobrancelha para mim. Ela larga a garrafa encima do balcão e colocando as suas mãos sobre o mesmo, diz:
- Tudo bem se não quiser me falar nada. Mas não comece a bancar o machista comigo, só porque sou uma mulher que deveria ser do "sexo frágil". - eu olho para ela realmente surpreso. Leah é direta. Com ela não existem meios termos, ou meias palavras. E eu acho que estou realmente gostando disso nela - E também, - volta a falar comigo - eu não perguntaria se não me interessasse.
Ela é instigante. Está sempre me desafiando a ser uma pessoa que eu não sabia que eu era. Eu achava que hoje não encontraria alguém que me fizesse esquecer do fracasso do meu casamento, mas ela... Esse jeito dela está me fazendo esquecer de tudo e apenas fazendo pensar que a sua companhia é a melhor que eu poderia ter agora.
Eu nada digo a ela. Até porque, o que eu poderia lhe dizer? As palavras de Leah me deixaram sem fala. Apenas lhe estendo o meu copo e bebo a bebida de cor avermelhada de uma vez.
Assim que termino esta última dose, Leah começa a desamarrar o seu avental e tirar o seu lenço da cabeça e nada entendo. A olho confuso e ela sai de dentro do balcão e diz:
- Já está tarde. E o meu expediente acabou. - ela dá a volta e pega a garrafa, que já está na metade de seu conteúdo e faz um sinal para uma outra mulher mais velha, que vai até uma pequena entrada no bar e, quando volta, está com uma garrafa igual a que Leah tem na mão e a entrega para ela - Pode colocar na minha conta. - pega a garrafa da mão da mulher e esta apenas lhe direciona uma afirmação - Vamos? - pergunta para mim.
- Para onde? - pergunto confuso.
- Para a minha casa.
- Não sei se é uma boa...
- Você já foi lá antes e a conhece muito bem. - diz para mim, me interrompendo. Olho para ela e nada digo, ela coloca as garrafas de volta no balcão e pegando nas minhas mãos, diz: - Vamos lá, Jacob. Eu não quero te sequestrar. - ela dá uma pequena pausa e diz: - Bom, só um pouquinho. - dá um sorriso de lado e não posso evitar não rir de sua fala - Você não voltou para buscar a sua camisa. Ela ainda está lá no meu quarto esperando você ir buscá-la.
Olho para Leah e percebo que ela tem razão. De todas as pessoas que conheço, ela é a única que está tentando fazer algo para me ver bem. E ela seria a última de uma enorme lista, que eu pensaria que poderia fazer algo por mim.
- Está bem. - digo por fim.
Super feliz e animada, Leah pega as garrafas de volta do balcão e começamos a andar até onde fica a sua casa.
Eu estou bastante bêbado e ando meio cambaleante. Leah, além de sustentar o próprio peso do corpo e segurar as garrafas, ainda arranjava forças para me guiar até a sua casa.
Ela é uma mulher muito forte e eu admiro isso nela.
Chegamos até a sua casa e ela já abre a porta direto. A sua casa é a mesma de que me lembro. Pequena, simples e humilde, mas muito confortável e super arrumada. Tem o mesmo perfume que o dela.
- Pode ficar a vontade. - diz apontando para que eu me sente em seu sofá.
- Obrigado. - digo com um pouco de dificuldade.
Eu não sou acostumado a beber. Mas se eu não me afundasse em alguma coisa, acho que não aguentaria a pressão.
Leah demorou alguns minutos e isso foi tempo o suficiente para que eu reparasse melhor em sua casa. Não há fotos, ou retratos dela com os pais. Mas há vários dela com um rapaz mais baixo e mais novo do que ela. Suponho que ele seja um adolescente. Deve ser o seu irmão caçula, Seth.
Em todas as fotos ela tem um aspecto protetor sobre ele. Como se ele fosse tudo o que ela tivesse. Me pergunto se ela realmente não tem mais com quem contar.
Sou tirado de meu devaneio, ao ouvi-la chegando na sala.
- Desculpe a demora. Estava colocando as bebidas no gelo e eu precisava tomar um banho.
Leah está linda. Mesmo antes de se banhar ela já estava. Mas agora ela está ainda mais linda, com um vestido simples azul claro, com nenhum detalhe além de um bordado no busto, e ainda mais perfumada, com seu cheiro de rosas  do campo.
- Tudo bem. - digo.
Em suas mãos estava as bebidas em um balde, improvisado de metal, com gelo e dois copos simples de vidro também. Olho para ela surpreso e ela se senta ao meu lado, colocando a bebida, que está pela metade, nos dois copos. Ela finalmente percebe o meu olhar sobre ela e pergunta:
- O que foi? Uma mulher não pode beber também? - estende o copo para mim.
Apenas dou de ombros e ela estende a sua bebida para mim e damos um rápido brinde. Ela me surpreende cada vez mais. Eu só gostaria de ter me lembrado dela antes de entrar naquela igreja. Talvez não estivesse doendo agora.
Nós damos o primeiro gole e, mesmo achando impossível, a bebida parece ainda mais gostosa com a companhia dela. Como isso  é possível?
- Eu não sabia que você bebia. - puxo assunto.
Pela primeira vez, estou curioso para conhecer a história de alguém. De tentar mudar, pelo menos um pouco, a realidade de uma pessoa. De uma forma bastante estranha, eu não quero que seja qualquer um. Ou qualquer pessoa. Eu quero que seja  ela. Leah.
- Você não me perguntou. - dá outro pequeno gole - E eu aposto que se você soubesse, não iria querer beber sozinho nunca mais. - diz se aproximando de mim - Nada melhor do que desfrutar da companhia de uma mulher em uma bebida. - diz rente ao meu ouvido.
Sua voz. Sua fala. Tudo fez com que um grande arrepio tomasse o meu corpo. Que mulher é essa? Como ela pode me causar uma coisa dessas? Eu sei que não a amo. E talvez a nossa ligação seja só carnal. Mas...
Não! Nada de "mas". Eu amo a Bella! Eu amo a Bella!
Fecho meus olhos profundamente, tentando aspirar todo o ar que foi embora dos meus pulmões e quando os abro novamente, vejo ela tomando mais um gole de sua bebida, com um sorriso divertido nos lábios.
- Acho que agora podemos conversar. - diz ela - Acho que agora já pode me contar o que houve com você. - enche mais um pouco do seu copo, e só então percebo que minha bebida está praticamente intocada. Viro o copo de uma vez e a bebida desce por minha garganta como brasa. Ela enche meu copo novamente, na espera de uma resposta minha.
Viro-me para frente, não querendo olhar em seu rosto. Sinto vergonha em dizer que não fui capaz de segurar a mulher que eu amo. Talvez Leah me ache ridículo e fraco. E como eu disse: me importo com a opinião que ela tem sobre mim.
Os minutos foram se passando e passando. O silêncio se fazia cada vez mais presente. Eu mal bebia da minha bebida e ela também não. Sem que eu percebesse, meus olhos estavam marejados e nós dois olhávamos para frente, como se houvesse algo de muito interessante na parede de sua sala.
- Hoje era o meu casamento. - começo a falar e sinto ela olhar para mim surpreso, mas continuo com meu olhar fixo na parede - Eu ia me casar com a minha melhor amiga, mesmo sabendo que ela não me amava. Eu fui egoísta e só estava pensando em mim mesmo. Eu tentava me convencer que não, eu não estava sendo egoísta e que com esse casamento ela poderia esquecê-lo e me amaria algum dia também. Mas não. Era eu quem estava errado. - me viro para ela, ainda com os olhos marejados e pergunto: - Existe amor eterno? Ou um amor que nunca morre? - ela apenas dá de ombros e continua me olhando a espera que meu desabafo acabe - Eu descobri que ela está grávida. O amor da minha vida, se entregou ao amor da vida dela e tudo o que eu fiz foi dizer para ela ir atrás dele. - encosto o copo até meus lábios, mas não bebo da bebida - Que grande idiota eu fui, não é? - bebo a bebida, que desce por minha garganta com um gosto amargo, devido à imensa vontade de chorar e do grande nó formado em minha garanta.
Ela me olha por um bom tempo, mas não vejo pena em seu olhar. Ainda bem. Da última coisa que preciso agora, é de pessoas tendo pena de minha situação.
Deixo uma lágrima escorrer por meu rosto e a limpo rapidamente. Leah, me pegando complementamente de surpresa, me abraça bem forte e diz:
- Você não foi idiota, Jacob. Você provou a ela e a todos que estavam presentes no seu casamento, o quanto você a ama. - se solta do nosso abraço e diz: - Você pode ter cometido um erro ao pensar só em você e em seu benefício próprio. Mas você teve a consciência de que isso não estava certo e consertou tudo bem a tempo. - ela estende a sua mão até o meu rosto e dando um lindo e gentil sorriso, diz: - Eu tenho orgulho de você. Você foi um homem de verdade e fez o que poucos fariam.
Ela tem orgulho de mim? Por uma atitude tão covarde?
Mesmo achando um absurdo, e talvez um pouco porque ela queira me agradar, sinto algumas lágrimas se formarem em meus olhos e para ela não me ver chorar, a abraço rapidamente, a pegando completamente de surpresa.
Leah ficou, durante algumas horas, me confortando e dizendo o quanto fui corajoso e o quanto ela estava orgulhosa de mim. Ela disse isso tantas e tantas vezes, que estou quase acreditando.
Após tantas horas, o gelo começou a derreter e nós já não estávamos mais bebendo. Só a companhia dela já era o suficiente para mim. Quando me acalmei e voltamos a ficar em silêncio, tomo a iniciativa e pergunto:
- E quanto a você? - ela me olha surpresa e confusa - Me conte um pouco sobre a sua vida.
- Não tenho nada para dizer. - diz ela séria.
Olho para ela profundamente e, fico feliz, em perceber que ela está mentindo para mim.
- Qual é, não minta para mim. - me viro para ela e pego em suas mãos a incentivando - Eu quero saber sobre você também.
Ela dá um longo suspiro e derrotada, começa a dizer:
- Eu tinha dezesseis anos quando meus pais morreram. Ou pelo menos acho que morreram. Só sei que saíram um dia à noite e nunca mais voltaram. Eu venho cuidando do meu irmão desde essa época. - apenas faço uma afirmação, para incentivá-la e ela continua: - Com dezessete, conheci um homem mais velho, nisso eu já trabalhava em bares e em eventos, ou festas. Ele começou a flertar comigo e isso me incomodava bastante. Mas até então, ele não passava de apenas me falar algumas gracinhas e ia embora para a sua casa. - senti as suas mãos começarem a suar e vejo os seus olhos marejarem - Um dia eu voltava para casa, já era tarde da noite, como sempre, e lá estava ele. Em um beco escuro a minha espera. - suas mãos começavam a tremer e eu fico ainda mais preocupado com ela. Coloco minha minha mão em seu rosto e a outra ainda segurando sua mão e ela continua: - Ele abusou de mim por lá mesmo. Me deixando jogada, com as vestes rasgadas e toda machucada. Perdi a minha virgindade naquela noite. Eu não queria voltar a trabalhar, ou a sair na rua novamente. Eu tinha muito medo, mas eu não tinha escolha. Eu tinha um irmão para cuidar... - deixa algumas lágrimas caírem por seu rosto.
- Está tudo bem, Leah. - digo limpando suas lágrimas - Não precisa continuar se não quiser.
- Eu quero. - diz me olhando decidida - Daquele dia em diante, eu nunca mais fui a mesma. Principalmente, dois meses depois. Quando eu descobri que estava grávida. - olho para ela surpreso - Depois daquela noite, ele nunca mais apareceu. Ele havia sumido, desaparecido. Mas quando eu descobri que estava grávida, ele voltou. Não sei como ele descobriu. Só sei que mais uma vez, ele me levou até aquele beco e me fez perder o bebê.
Eu não sabia o que dizer a ela. Eu imaginava o quanto Leah tinha aprendido a ser forte, mas eu não imaginava que teria passado por tudo isso. Que a sua força foi dada nessas circunstâncias.
Ela se levanta, se soltando de minha mão e começa a desabotoar o seu vestido. Leah o deixa escorregar por seu corpo e fica completamente nua diante de mim.
Eu não me canso de olhá-la. Ela é tão perfeita. Tão linda. Seus cabelos negros e curtos da altura de seus ombros, dão um perfeito contraste com seu tom de pele. Seus seios medianos e redondos, servindo de atrativos para mim, fazendo com que eu fique imaginando como seria tê-la novamente em meus braços.
Saio de meu devaneio ao ouvi-la dizer:
- Essa cicatriz, - anda em minha direção, pega em minha mão e a deposita em sua barriga lisa e plana, fazendo-me tocar por cima de uma cicatriz enorme. Como não reparei nela antes? - foi ele quem fez isso em meu corpo. Eu estou marcada para sempre. - deixa algumas lágrimas escorrerem por seu rosto - Ele nem me deixou a mínima possibilidade de ser mãe. - chora ainda mais.

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