Capítulo XX - Futuro Perfeito?

279 16 29
                                    

Olá pessoal, tudo bem? :)
O capítulo de hoje está surpreendente e emocionante (como sempre, né)
Bom, pela capa dá pra perceber que hoje a narrativa será de nossa "amada" vilã ♥ e seu... parceiro (kkk)
Dica: Tanya terá uma grande surpresa...
Bom, sem mais delongas, boa leitura... :)

POV Tanya

Abro meus olhos lentamente e sinto a claridade do sol irritar meus olhos. Olho para o lado e vejo, através de meu reflexo no espelho, que estou com o mesmo vestido do baile de ontem a noite.
Minha cabeça está explodindo de dor e parece que o mundo inteiro está girando a minha volta. Minhas vistas estão embaçadas e parece que quero pôr para fora, tudo aquilo que ainda não comi.
Ontem minha família e eu estávamos na casa do Dr. Cullen, devido a um baile de fim de ano, que ele e sua esposa nos convidou. E, como eu havia dito, comprei um lindo vestido para usar neste dia. Eu estava super feliz e satisfeita, até ver o vestido de Isabella. Aquela mosca morta não tem nem onde cair morta, quem dirá comprar um vestido daquele. Quem será que o comprou para ela? Será que foi Jacob? Não pode ter sido a sua família. Aqueles são piores que abutres. Ou será que foi...? Não! Edward não faria isso. Não é?
Jacob veio falar comigo e com Irina. Mas desde aquela hora, eu já não me sentia muito bem. Respondi à ele da melhor forma que consegui. Eu estava tão fraca, que mal aguentava o peso de meu corpo. E, enquanto todos se divertiam na festa, eu ficava sentada, vendo se meu pequeno mal estar passava.
Quando deu meia noite, me lembro que meus pais me pediram para levantar e comemorar juntamente com todos. Cumprimento a todos com risos e abraços, mesmo me sentindo mal, fiz o melhor que pude. Mas quando vou abraçar minha irmã Kate, sinto todo o mundo girar e daí não me lembro de nada mais.
Minha cabeça dói ainda mais com as lembranças. Tento me levantar de minha cama, mas caio, logo em seguida, ao sentir uma forte tontura.
O que está havendo comigo?
Me sento novamente em minha cama, aspirando todo o ar que consigo. Ouço três batidas na porta e ouço a voz de Kate, perguntar:
- Posso entrar?
- Pode. - digo baixo, quase que num sussurro.
Ouço a maçaneta da porta girar e quando olho na direção de minha irmã, vejo tudo de forma embaçada.
Me ajeito mais em minha cama e sinto que dou uma leve melhora.
Kate coloca a bandeja em suas mãos sobre a mesinha ao meu lado, me olha curiosa e pergunta:
- Está melhor?
Por mais que eu esteja me sentindo um pouco indisposta, não quero que as pessoas sintam dó de mim. E pela voz de Kate, percebo que ela está começando a sentir pena de minha situação.
- Eu pareço melhor? - respondo com outra pergunta de forma rude.
Kate me repreende com o olhar. Sei que não estou certa em tratá-la desta forma, mas não quero que comece a "sessão de pena" sobre mim. Eu já passei por isso antes. Não estou afim de passar por isso de novo.
- Trouxe o seu café da manhã. - diz Kate pegando a bandeja, a colocando sobre minha cama. Ela pega a uma cadeira, que estava no canto superior de meu quarto, a arrasta até que fique perto o suficiente de minha cama e se senta logo em seguida.
Olho para Kate e percebo que ela está realmente preocupada comigo. Por isso, decido que vou pegar um pouco mais leve com ela.
- Obrigada. - digo baixo e ela me direciona um gentil sorriso.
Kate trouxe tudo o que eu gosto de comer. Torradas, geléias, chá de ervas, manteiga, leite... um café da manhã completo.
Pego ao bule de chá, sobre a bandeja, e despejo um pouco de chá de ervas sobre a xícara. Pelo cheiro parece estar delicioso. Dou uma pequena golada e o sinto cair sobre meu estômago como uma grande rocha sobre um precipício. Fecho meus olhos fortemente, mas logo rapidamente os abro. Deve ser pelo fato de eu ainda não ter comido nada.
Kate não parece ter notado esse fato. Ela me observa pegar a uma torrada, passar a geléia sobre a mesma e diz:
- Você nos deu um belo susto ontem. Achamos que não acordaria mais.
Dou uma pequena mordida na pequena torrada e sinto meu estômago embrulhar. Corro até o banheiro do meu quarto rapidamente e coloco as poucas coisas que comi, para fora.
Certamente devo estar com algum tipo de virose.
Lavo minha boca, que está com um terrível gosto amargo, e abro meu pequeno armário, onde guardo os artigos de minha higiene pessoal. Quando o abro, vejo um enorme pacote de absorventes que ainda não havia utilizado. E é aí que me lembro. Minhas regras estão atrasadas. Não apenas atrasadas, mas atrasadíssimas. Faz mais de três meses que minha menstruação não desce.
De repente sinto meu coração se acelerar fortemente. E se...? Não! Impossível.
Volto para meu quarto, enquanto Kate permanece no mesmo lugar que a deixei, minutos atrás, antes de sair correndo para o banheiro. Seu semblante é sério e preocupado. Mas decido não prestar muita atenção nela. Minha cabeça está fervilhando, só de pensar em certas possibilidades.
Antes de me sentar novamente em minha cama, ouço a voz de Kate dizendo:
- Tanya, o que está acontecendo com você?
Eu a olho surpresa por um segundo, mas logo respondo a sua pergunta, dizendo:
- Nada. Eu estou bem.
Kate me olha como se me analisasse e diz:
- Tanya, você está grávida?
Grávida. A palavra que eu tenho tentado evitar em minha mente, até agora. Eu não posso estar grávida. Eu tenho planos a serem executados e uma criança não está neles.
Apesar de estar sentindo todos os sintomas da gravidez, prefiro acreditar que estou apenas com uma virose boba e que logo, logo voltarei ao normal.
- É claro que não, Kate. De onde tirou essa idéia?
Ela me olha como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, que só eu não estivesse vendo e diz:
- Quer mesmo que eu responda?
Eu sou uma médica formada. Sei que existem casos em que pensamos ser uma coisa, sendo que na verdade é outra. A esperança dentro de mim, quer me fazer acreditar que meu caso é um desses.
- Não. - digo baixo.
Kate me olha surpresa, mas não me repreende, pelo menos não com seu olhar. Mas estou tão preocupada com a possibilidade de ser mãe, que qualquer olhar que Kate me direcione, mesmo que seja mortal, eu não perceberia no momento.
- Como você não percebeu isso antes, Tanya? Você é médica. Deveria pelo me...
- Eu sei. - digo a interrompendo - Eu sei, mas não percebi, está bem? Eu me cuidei...
- Você tem certeza? - pergunta em seguida me interrompendo.
- Sim... - digo, mas de repente me vêm as lembranças. Eu sempre tomei a um chá de ervas que me impediam de engravidar. Essas ervas não são cultivadas na cidade, então, quando acabou, tive de encomendá-las. Por isso fiquei, mais ou menos, uma semana sem tomar deste chá. - Não. - digo por fim.
Kate se levanta de sua cadeira e vem ao meu encontro. Ela me olha como se me pedisse permissão para me dar um abraço. Como nada faço, ela entende como um "sim". De repente sinto um forte e quente abraço a me envolver e, por um breve momento, me senti segura nos braços de minha irmã.
- Vai ficar tudo bem. Vamos dar um jeito. - diz baixo em meu ouvido.
- É apenas uma possibilidade. Não quer dizer que...
- Você disse tudo, Tanya. "É uma possibilidade". - diz me interrompendo. Kate se solta de nosso abraço, me olha profundamente e diz: - O Caius sabe?
Eu ainda me pergunto de onde ela conhece o Caius. Mas prefiro deixar essa questão para outro dia. Agora preciso resolver outra bem diferente.
Faço uma negação com a cabeça e digo:
- Eu também nem desconfiava. Até abrir o meu armário e encontrar um pacote de absorventes intacto.
- Quando foi isso? - pergunta Kate.
- Agora a pouco. - digo um pouco triste.
Por mais que eu pense em mim e em minha vingança contra Isabella, pensar que eu posso estar gerando uma vida dentro de mim, é aterrorizante.
Eu não sou um exemplo de pessoa. Jamais fui e, talvez, jamais serei. Meu filho não merece ter uma mãe como eu. Alguém que não tem escrúpulo de ensiná-lo os valores básicos da vida e do ser humano. Talvez a única coisa pela qual eu possa ensiná-lo, é a se vingar de quem lhe fez mal.
Kate pega em minhas mãos, fazendo com que eu a olhe confusa. Ela as aperta de leve e diz:
- Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui e vou ficar do seu lado sempre. Não importa o quanto, o quê ou quem irá te julgar. Estou aqui para ser seu apoio.
Não consigo entender. Desde sempre estou acostumada a tratar Kate como um lixo. Por que ela está fazendo isso por mim? Ela nem sabe se estou realmente grávida. Como pode afirmar que ficará do meu lado?
- Por quê? - pergunto confusa.
Ela me olha com ternura e diz:
- Porque, apesar de tudo o que você faz, você ainda é minha irmã, é minha família. E família é proteção.
As palavras de Kate, de uma forma bastante estranha, entraram em minha mente, fazendo com que uma onda de emoção transcorresse por meu corpo - O que você vai fazer em relação a isso? - pergunta me olhando séria.
Eu ainda não havia parado para pensar nisso. Estou tão apavorada com a possibilidade de ser mãe, que me esqueci que para ter certeza deste fato, é necessário que eu faça o exame antes.
- Ainda não sei. Não tinha parado para pensar nisso. - digo olhando para a parede a minha frente - Vou fazer o exame antes, sei lá. - digo dando de ombros.
- Quer que eu vá com você? - pergunta preocupada.
- Não precisa. Vou passar na casa de Caius depois. - digo e ela me olha surpresa - Independente do resultado. - digo num suspiro.
- Está bem. - diz Kate depositando um beijo em minha testa.
Kate pega a bandeja em minha cama e a leva junto com ela. Fecha a porta, me deixando novamente sozinha, enquanto fico parada pensando em como isso pode estar acontecendo em minha vida.
Vou até meu banheiro novamente e deixo a banheira se enchendo para eu poder tomar ao meu banho matinal.
Vou até meu roupeiro, pego a uma toalha na cor branca e a deixo perto da banheira, na pia. Chego no exato momento em que ela está completamente cheia.
Tiro minhas roupas, da noite anterior, as jogando no chão, e entro dentro da banheira.
Sinto os músculos de meu corpo completamente tensos. A água quente estava me fazendo muito bem, neste momento.
Fecho meus olhos lentamente, para aproveitar a sensação da água em meus poros e, quando dou por mim, minha mente está viajando em lembranças minhas com Caius, que eu já não me lembrava há muito tempo.

Fique ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora