Capítulo 11

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"O quê?".

Foi o que eu disse quando minha mãe falou que tinham finalmente achado a pessoa que armou para cima de mim. Eu não conseguia nem acreditar que além de acharem a pessoa, também CONFESSARAM. Confessaram tudo. E disseram que eu era inocente.

Era bom demais pra ser verdade, eu estava até estranhando.

Fala sério, um beijo do Caio e uma notícia dessas? Ta muito estranho.

E quando eu digo muito estranho, estou querendo dizer estranho ao extremo, porque ultimamente estava tudo dando errado na minha vida.

Mas no momento em que minha mãe disse que iria na escola amanhã de novo, porque a diretora tinha a convidado para tratarem desse assunto, foi nessa hora que eu me toquei que não, eu não estava sonhando!

Eu mal podia esperar para amanhã chegar. Minha cabeça estava tão lotada. Não tinha espaço para pensar sobre os temas para amanhã ou qualquer outra coisa do tipo. Eu ficava imaginando quem era essa pessoa que tinha confessado: se ela tinha ido de livre e espontânea vontade confessar e como chegou nessa conclusão. Eu ficava imaginando como ela era e quem era: Feminino ou masculino? Da minha turma ou não? Fez isso de raiva de mim ou da Paloma? Ou das duas? E depois eu pensava em Caio de novo.

Até porque era demais para minha cabeça. Eu beijei o Caio. Eu o beijei e agora eu estava total e completamente extasiada já esperando pelo próximo beijo.

***

– Primeiro eu preciso dizer a vocês que a pessoa confessou tudo ontem, disse que armou para a Olívia por causa de... Enfim, essa pessoa é da sua turma, Olívia! – diz a diretora depois que eu e minha mãe nos acomodamos nas poltronas da velha sala da direção por onde eu já tinha passado grande sufoco.

– Da minha turma... – repito baixinho para eu refletir.

– É isso mesmo que você ouviu, ela é da sua turma – disse a diretora, pensando que foi uma pergunta.

– Pelo amor de Deus, a senhora esta me matando aqui, quem é? – digo.

Ela respira fundo, desconfortável.

– Rebecca Schmitt.

Sabe a sensação de quando alguém larga uma bomba no chão e essa bomba explode, demolindo toda a superfície por baixo dos seus pés, fazendo com que você caia tão fundo, tão fundo...

Como eu não falei nada – fiquei apenas observando a diretora com os olhos arregalados desde que ela disse o nome dela – Minha mãe se pronunciou no meu lugar.

– E o que ela disse?

– Ela disse que pegou o colar que estava na mochila da Paloma antes do sinal soar para o recreio, mas que não conseguiu colocá-lo no lugar que queria a tempo e por isso acabou escondendo ele na sua mochila. Ela iria pegar o colar de volta na sua mochila depois, mas a Paloma notou a falta do mesmo e já tinha me comunicado. E essa parte vocês já sabem, olhamos nas câmeras e deu o azar da Olívia estar lá na hora e no lugar errado.

– Minha nossa! – exclamei depois de ouvir o que elas falavam.

– Eu sinto muito por todo o transtorno que vocês passaram. Foi tudo um mal entendido, como dizia a Olívia.

– Tudo bem, nós compreendemos, não é Olívia?

– Ahh... s-sim, é claro.

– Então ta bom, tudo resolvido! Agradeço a atenção de vocês – diz a diretora nos dispensando.

Eu saio da sala dela acompanhada da minha mãe e depois vou até o pátio da escola, encontrar quem eu precisava: Caio, Breno e Ágatha.

Meu Deus, meu Deus, meu Deus!

Cidades IncertasOnde histórias criam vida. Descubra agora