Fechei o zíper da mala e olhei a hora no celular: 17:38. Meu ônibus para Florianópolis saía às 18 horas. Peguei minha bolsa, e coloquei os equipamentos simples de sobrevivência: fones de ouvido, meu livro, celular, carregador, dinheiro e um halls sabor cereja. Botei meu caderno de literatura e meu estojo também, me lembrando de que vou ter que fazer aquela droga de trabalho para entregar segunda.
Posicionei a alça da bolsa no meu ombro e peguei a mala. Olhei em volta para ver se eu não tinha esquecido de nada. Concluindo que não, fui em direção à saída do meu quarto e desci as escadas. Minha mãe estava mexendo no celular quando eu a chamei:
– Estou pronta, vamos?
Ela iria me levar até a rodoviária, onde eu pegaria o ônibus.
– Vamos, tem certeza que não se esqueceu de nada? Pegou um casaco? Tu sabe que às vezes faz frio lá.
– Peguei, ta tudo aqui.
Dona Isabel sempre me perguntava a mesma coisa quando eu estava prestes a viajar. Mães.
– Ok, então vamos.
Larguei a mala no porta-malas do carro, entrei pela porta do passageiro e seguimos rumo à rodoviária.
Quando chegamos, peguei a mala e fomos comprar a passagem. Feito isso, fomos para o ponto onde o ônibus iria parar e descobrimos que ele já estava lá.
– Se cuida, filha, quando chegar me avisa. –ela disse me abraçando.
– Sim mãe, pode deixar. –respondi
Dei a passagem do ônibus para o motorista e entrei no ônibus. Escolhi o banco do lado da janela, no lado esquerdo do ônibus e coloquei minha mala no banco ao lado. Peguei meu celular e meus fones de ouvido e dei play na música Chained do The xx. Meu gosto musical era bem variado, gostava de tudo um pouco. A questão sempre envolvia meu humor e o lugar onde eu estava. No momento, eu estava dentro de um ônibus, e meu humor estava, hum, vejamos. Eu me sentia ansiosa. Então colocar um indie era a melhor opção para me acalmar da ansiedade, e aquela música combinava perfeitamente enquanto deixava os olhos vagarem sobre a paisagem que corria na janela do ônibus.
***
Depois de pouco mais de meia hora de viagem, fui recebida pelo meu pai na rodoviária de Floripa.
– E aí gatinha – cumprimentou com ele com seu apelido carinhoso, pegando minha mala e em seguida me abraçando.
– Oi pai! – devolvo o abraço.
– Como foi de viagem?
– Tudo certo.
– Não se esqueça de avisar sua mãe que você chegou bem.
– Obrigada, tinha esquecido. – peguei meu celular e mandei uma mensagem para ela, avisando que eu ainda estava viva. – E a Mia? – perguntei após guardar o celular no bolso.
– Ta em casa, ela estava terminando de assistir um episódio daquela série maluca que vocês amam.
– American Horror Story?
– Isso aí.
Entramos no carro e ele deu partida.
– Pai, o que tem em casa para comer? – questionei
– Hummmm, deixa eu lembrar –ele passou a mão sobre as sobrancelhas – Tem pipoca e aquele macarrão instantâneo, sabe?
– Miojo? Só tem isso? – digo incrédula.
– É, creio que sim.
Olhei indignada para o meu pai e disse:
– Como é que vocês dois vivem só disso? Vamos no mercado por que eu estou morta de fome.
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Cidades Incertas
Fiksi RemajaDesde aquele dezesseis de julho, Blumenau se tornou um lugar cruel para se viver, o sentimento de culpa assombrava a cabeça de Olívia Queiroz causando uma série de turbulências emocionais.Três anos depois, a oportunidade de se mudar bate em sua por...