Estava assistindo mais um episódio de Hannibal quando meu celular começou a vibrar do meu lado mostrando mensagens de Ágatha no painel de notificações.
Ágatha: Ei, pronta para a viagem amanhã?
Demorei 30 segundos para entender do que Ágatha estava falando. E a resposta veio como num estalo na minha cabeça: Nos dias em que fiquei em casa por ter brigado com Paloma na escola, tinham comunicado os alunos sobre uma certa viagem que ocorreria na próxima semana. Seriam dois dias (segunda e terça) de "viagem educativa" aonde iríamos para um tipo de acampamento. Haveria trilhas na mata entre outras coisas legais.
E eu tinha me esquecido completamente disso.
A questão é que já tinham ligado para minha mãe, a comunicando sobre isso e pedindo sua permissão para me levar junto com os outros alunos. Minha mãe achou o máximo, disse que iria ser uma ótima oportunidade para recarregar as energias que essa semana conturbada me tirou.
Eu tinha minha presença confirmada até surgir a viagem para Florianópolis de última hora.
E agora eu estava sem ânimo para fazer qualquer coisa que exercesse atividades físicas ou o simples fato de arrumar a mala de novo.
Só de pensar que quem não fosse à viagem não teria aula já era um bom motivo para ficar.
"Na realidade, não estou arranjando disposição para ir". E enviei para ela em resposta.
A mensagem foi visualizada logo em seguida e Ágatha rapidamente começou a digitar.
Ágatha: Ah Olívia, para de doce, você vai SIM.
Não sei por que eu ainda revirei os olhos quando terminei de ler. Era óbvio que Ágatha iria mandar eu ir.
Olívia: Ahhh ta bom. O que você está levando na mala?
Ágatha: Utensílios básicos: garrafa de água, protetor solar, camisetas de manga curta, um casaco caso abaixe a temperatura, fones de ouvido, dinheiro, toalha de banho...
Olívia: Humm, ok, então vou ir lá arrumar minha mala e abandonar meu seriado (estou chorando sangue).
Ágatha: Ok, vai lá Olidrámatica.
***
O sol da manhã de segunda feira invade meu quarto, e sou prestigiada com várias lambidas na cara de bom dia do meu gato que ainda não tinha nome.
- Bom dia, pequeno – digo acariciando suas costas e observando o quanto ele tinha crescido nas últimas semanas.
Olho o relógio que estava em cima do meu criado mudo: 06h23min da manhã. Faltavam 7 minutos para meu alarme despertar. Então fiquei na cama mais um pouco enquanto aguardava a hora de levantar. E quando o celular começou a produzir um som irritantemente alto e repetido eu me lembrei de como odiava o toque daquele despertador. Odiava quando esse toque me despertava e eu tinha que infelizmente começar meu dia de novo.
Afastei as cobertas de cima de mim e fui para o banheiro fazer minha higiene pessoal. Tomei um bom banho para afastar qualquer sinal de sono e depois escovei meus dentes ainda com a toalha enrolada na cabeça. Enquanto isso voltei para meu quarto para trocar o pijama pela regata cinza e calça bege que eu tinha separado no dia anterior. Coloquei meu tênis preto e voltei para o banheiro terminar de escovar os dentes e tirar a toalha da cabeça. Feito isso, terminei de me arrumar com um colar de pedra e muito rímel nos olhos, então peguei meu casaco azul marinho juntamente com meu celular e apanhei a mala pronta para descer as escadas.
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Cidades Incertas
Teen FictionDesde aquele dezesseis de julho, Blumenau se tornou um lugar cruel para se viver, o sentimento de culpa assombrava a cabeça de Olívia Queiroz causando uma série de turbulências emocionais.Três anos depois, a oportunidade de se mudar bate em sua por...