Capítulo 02 - Primeiros Erros

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Sem Correção...  Na foto é a Zaahra.

George

Olhando para o papel novamente penso nas palavras corretas as quais devo colocar... "Querida"... Não. "Meu amor"... Ela odiaria isso. Acho que perdi as contas de quantas vezes comecei com querida ou meu amor... Ou me perdoa. Porque foram inúmeras as cartas que escrevi pedindo perdão, pedindo que ela voltasse para mim durante este um ano.

Hoje é o seu aniversário. Ela completa dezessete anos e provavelmente deve estar aqui Brasil com os pais como é de costume.

Por fim opto pelo óbvio... "Querida Valentina... Hoje é uma data muito importante para você... Quer dizer para mim e todos que conhecem você. Sinto-me na liberdade de lhe chamar de querida, porque segundo o dicionário usamos a palavra Querida para nos referir a uma pessoa que queremos bem. E embora você não tenha respondido nenhuma das quarenta e oito cartas que lhe enviei... Isso mesmo. Quarenta e oito cartas, uma por semana, desde quando sai de sua casa há um ano. E mesmo você não me respondendo eu insisto em dizer em todas elas o quanto te amo e que até o momento não ter te esquecido. Aguardo como diz minha mãe sempre... Que seu coração se cure de todas as palavras que eu disse, e das ações que não tive,  que possa tê-lo ferido e que assim você venha me perdoar. Como digo em todas as cartas... Nossa história ainda não acabou... Na verdade mal começou. Por isso insisto que me dê uma chance de me explicar e que em seu aniversário possa você me dar o presente... Mande-me um único sinal... Nem que seja um adeus."

Dobrei o papel e coloquei no bolso... Todas as outras eu colava e selava e levava ao correio todas as semanas para que fossem enviadas ao Brasil, mas essa eu queria entregar à porta da casa dela pessoalmente.

Sai do quarto do hotel sem que ninguém me visse... Mesmo que a família estivesse toda no Brasil, meus pais estavam na casa dos amigos... Dos pais da Anne e eu pude dirigir até a frente do condomínio da Valentina na esperança de vê-la nem que fosse de relance.

Fiquei um tempo parado e depois notei que as luzes do quarto dela estavam apagadas... Porém as da varanda se acenderam. Desci do carro e coloquei a carta na caixa de correio... Quando terminei de colocar dois homens se aproximaram e eu soube no momento que eu tinha encontrado problemas. É que meu carro estava parado a mais de vinte minutos próximo dali.

--- Podemos ajuda-lo?

--- Não... Eu... - Eles não esperaram... Sacaram suas armas e me pediram educadamente que eu os acompanhasse. Fiz o que pediram. Mas já informei que conhecia o juiz e que era namorado da filha dele.

Eles ligaram de imediato ao apartamento e depois de alguns minutos tive permissão para subir. O que fiz clamando a Deus para que tivesse partido dela ou que ao menos ela estivesse em casa.

Talvez estivessem comemorando o aniversário...

--- George! - O Benjamin veio me cumprimentando assim que atravessei à porta. --- Quanto tempo.

--- Um ano praticamente. - Sorri sem jeito.

--- É. Por aí. Sente-se. - Uma garota veio logo atrás... Não me lembrava do rosto dela. Não era a Manu... Da Manu me lembrava dos lanches que tomamos juntos quando estava por aqui ano passado.

Sentei-me todo sem jeito e não via mais ninguém por perto... Nem mãe... Nem o Juiz. Então me arrisquei a perguntar o que era óbvio.

--- A... Sua irmã...

--- Não cara... Ela esta ainda na Suíça... Não virá esse ano. Meus pais que foram na verdade. Eles vão passar por lá, darão um abraço nela e depois irão fazer aquele passeio deles.

Leva-me com você. - A história de George e Valentina.Onde histórias criam vida. Descubra agora