Capítulo 10 - Leve-me com você

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Sem Correção...



Fim do Ano...

Valentina

--- Hoje queremos agradecer as nossas famílias e aos nossos professores por tudo que fizeram por nós. Mais uma etapa de nossas vidas vencida e saber que estamos a caminho de mais vitórias nos dá ânimos para continuar nossas batalhas.

E olha que foram muitas vitórias esse ano. Olho para trás e imagino o que se passa na cabeça de meus pais nesse momento ouvindo essas palavras. Se o ano não foi fácil para mim, com certeza não foi para eles também. Quando se vive em família não se sofre sozinho. Meu pai sorri e eu volto minha atenção à oradora novamente.

Veio o juramento e o juramentista. Todos nós ficamos de e pé. E em momento solene prometemos. "Eu prometo ao sair desta escola, e cumprir fielmente tudo que aqui aprendi: Amar e respeitar meus pais e mestres, ser bom filho e bom aluno na graduação e em outros estudos, ter sempre em meu coração a presença amiga de todos que ajudaram na minha formação. Agradeço também aos meus colegas de classe, com os que junto vivi momentos únicos, de aprendizagem e companheirismo, que nossa amizade não acabe aqui e que possamos nos encontrar daqui a alguns anos, muito melhor do que agora, com uma boa profissão e junto com as pessoas que amamos. A todos, eterna gratidão! E o meu muito obrigado." O Juramento terminou e nos sentamos novamente.

--- Queridos formandos... Convidamos a aluna Ana Clara para as considerações finais. – Ela foi minha melhor amiga na escola este ano. Uma menina simples... Estava estudando através de bolsa e se esforçava muito para manter suas notas sempre as melhores possíveis. Sempre que eu faltava por causa das sessões de quimioterapias ou por causa das dores, ela copiava no meu caderno e levava para que eu lesse a matéria do dia ou até mesmo da semana. Ajudava-me com os trabalhos e explicava alguma matéria que eu viesse a não entender.

--- Queridos professores e colegas... Venho por escolha de nossos amigos trazer essas flores. – Eram rosas vermelhas, lindas realmente. Devia ser para nossa professora madrinha. Não me lembrava de ter participado desse momento da escolha das flores. --- Essas flores são pra uma colega de nossa classe... – Todos olharam para mim e a sorrir. Mentira que estavam fazendo aquilo. --- Queria pedir licença a Valentina, para falar sobre ela, mas quero que ela venha aqui na frente.

Todos começaram chamar meu nome... E toda sem jeito me levantei e comecei a caminhar até ela. Nos abraçamos, mas ela não me entregou as flores... Ao contrário, entregou à professora que estava perto. Perguntou em meu ouvido se podia falar sobre a doença e eu já quase chorando disse que sim.

--- Bom... Família e a amigos... Para quem não conhece, esta é a Valentina. Um dia a diretora veio dizer que teríamos uma colega no segundo ano e que tivéssemos paciência porque ela estava atravessando um momento difícil da vida dela. Ela não viria à aula todos os dias, e que se precisasse poderia ir embora para casa quando quisesse e teria alguns privilégios que nós não tínhamos. Então logo começamos a questionar o por que. Então a diretora disse que ela estava com câncer. Mas que a tratássemos com carinho, respeito, mas principalmente que a tratássemos igual a todos ali. Os privilégios não era porque a doença a fazia diferente... É porque às vezes ela precisava de cuidados naquele momento. – Nessa hora quando olhei para as pessoas, minhas lágrimas não me deixavam ver muitos rostos. Mas os que via também via lágrimas.

As minhas eu sei de onde vinham... Era das lembranças das quantas vezes sai correndo da sala de aula para o banheiro e acabei vomitando no corredor. E a paciência da senhora da limpeza quando eu toda envergonhada pedia um pano para limpar e ela me ajudava sem mesmo ser sua obrigação.

Leva-me com você. - A história de George e Valentina.Onde histórias criam vida. Descubra agora