Leva-me com você. - A história de George e Valentina.

Capítulo 03 - Descobertas

Sem correção... - Joshua na foto

George

Foram as horas mais longas que já percorri de avião em toda minha vida... Eu contei cada minuto. Cada segundo.

Assim que a tia May disse sobre o destino do Joshua, o olhar do meu pai foi meu incentivo a fazer o mesmo caminho. Com várias escalas levamos aproximadamente treze horas para chegar até lá.

Eu tinha um endereço para o qual eu enviava as correspondências... E por falar em correspondência, devia ter trago a que deixei na casa dela.

Havia muitos seguranças no local e minha sorte foi que o doutor Cairon estava chegando com um embrulho nas mãos.

--- Meritíssimo. – Gritei e fui correndo ao seu encontro. Estava visivelmente cansado da viagem. Os agentes me olharam e o Murilo me viu de longe, fazendo sinal para que me deixassem passar.

--- Bom dia George. Que bons ventos o traz por aqui?

--- Eu estava no Brasil ontem... – Ontem ou anteontem? Estava perdido no tempo. --- Pensei que a Val... Quer dizer... – Sabia que ele não gostava que a chamasse pelo apelido. --- Que a Valentina fosse passar o aniversário por lá. Mas o Benjamin me disse que ela não foi nem mesmo para as festas de fim de ano.

--- Verdade... Vamos subir. Vamos tomar um café.

Nós subimos, mas em nenhum momento eles falaram sobre a Val. O Murilo checava o telefone de dois em dois minutos e quando entramos no apartamento para minha surpresa o Joshua estava sentando ao sofá esperando pelo doutor Cairon.

--- Não precisam apresentações uma vez que são primos. – Ele me indicou o sofá onde meu "primo" estava sentado. --- Por que não vieram juntos se ambos estavam no Brasil?

--- Eu não sabia que meu primo viria ver a Valentina.

--- É eu... – Ele estava de todas as cores possíveis. Devia ser de vergonha por sua atitude horrível. --- Eu tomei a decisão no caminho para o aeroporto.

--- Sei. – O Juiz não era burro... Olhava para nós e sabia que tinha algo errado. E se me perguntasse eu falaria com todas as palavras sobre minha suspeita da armação do Joshua. Pobre tia May. Já não bastava ter sofrido com o marido, agora ainda teria que ver o filho ser reflexo do caráter do pai.

Assim que o doutor se afastou e nos vimos sozinhos ele se levantou rapidamente... Claro. Sou bem maior que ele e em todas as nossas brincadeiras ele saia perdendo.

E em todas as nossas disputas também. Principalmente nas artes marciais, as quais, praticávamos desde pequenos.

--- No que estava pensando quando embarcou para cá ontem Joshua? – Levantei-me e fui até ele.

--- Você deixou bem claro que não tinham mais nada.

--- Disse por que não tenho que dar satisfações da minha vida a você.

--- Não. – Ele me encarou. --- Disse por que sabe que ela não quer mais você. Encare a verdade primo e saia da situação com dignidade enquanto ainda há tempo.

--- Deixa de ser idiota Joshua. A Valentina será inteligente o suficiente para saber que você jogou no esquema das garotas.

--- Eu joguei? Como assim? Eu apresentei as meninas a você, mas você foi para a cama com a garota porque quis. – Minha vontade foi de esmurrar a cara dele logo ali, naquele exato momento. --- Não venha colocar a culpa em mim se foi um fraco George.

--- Não me desafie Joshua... Não me conhece quando fico com raiva de algo.

--- Conheço George... Sempre vivi a sua sombra. Tudo é para o George... O queridinho da família. O que encanta todo mundo, aí se sobrar algo deem para o Joshua.