Como eu não confio no bilhete, me arrumo e vou direto para a casa de Dimitria. Quando me aproximo, percebo uma multidão na frente da casa dela, em volta de algo grande, uma árvore?
Chego e vou abrindo caminho, até ver algo inacreditável: a macieira que fica no quintal tinha crescido, mas crescido demais! Os galhos estão por toda a casa, entrando pelas paredes e saindo pelo telhado. As janelas quebradas, o muro caído. Dimitria?
Vejo um homem de uns quarenta anos que está com um machado cortando os troncos e galhos, junto com um grupo fazendo a mesma coisa, pergunto para ele:
- Desculpe senhor... - Ele para e se vira para mim - O que aconteceu aqui?
- Olha, rapaz, eu não sei. Agora de manhã, ouvimos um barulho e essa árvore estava assim.
- A Dimitria... Onde ela está?
- Aquela garota escandalosa do mercado? Meu filho disse que ela passou correndo pela rua mais cedo, não sei o que aconteceu.
Graças a Deus! Eu preciso encontrar ela.
- Hefesto! - Grita um homem mais novo que também está com um machado, perto da casa - Precisamos de ajuda aqui.
- Tenho que ir, garoto. Até.
E ele vai em direção a casa.
Quando me viro para correr até a floresta, esbarro em uma garota. Ela tem pele branca, olhos pretos, é ruiva e da minha altura e é bonita, mesmo com sua expressão de raiva. Percebo que ela olha fixamente para o chão, para um celular com a tela trincada.
- Babaca! - Ela grita - Olha, estragou meu celular.
Quando abro a boca para me desculpar, outra garota aparece ao lado dela.
- O que aconteceu, Kiera? - Ela pergunta.
- Esse cego inútil me fez derrubar meu celular, ESTÁ TRINCADO, QUEBRADO, EM PEDAÇOS E SEM UTILIDADE - A garota chamada Kiera grita histericamente.
Ela pega o celular do chão, e o fica olhando. A amiga dela parece com pena de mim quando fala:
- Calma Kiera... Foi um acidente.
- Eu pago outro, desculpe, não foi minha intenção, é que... - Tento falar.
- DANE-SE! SEU ESTÚPIDO!! Não quero outro! VOCÊ ME PAGA!
Kiera passa esbarrando propositalmente em mim, a amiga dela passa logo em seguida, pedindo desculpa pelo comportamento dela.
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Com a folha de Dimitria na mão, vou correndo, não tão rápido que nem ontem, até o mercado Boros. Chego ofegante. E triste. Quero a energia da lua novamente!!
Ando até atrás do mercado e vejo duas árvores formando um arco: a entrada da trilha. Passo pelas árvores e começo a caminhar pela floresta, seguindo a... Ponte? A trilha é uma interminável ponte que desaparece atrás das árvores... Parece com trilhos de trem, a floresta está meio escura, com feixes de luzes mais à frente. As árvores são gigantes e cobrem quase totalmente o céu.
Ando por uns cinco minutos.
- Dimitria! Dimitria!
Nada. Paro, e escuto uma cachoeira. Continuo andando.
Alguns minutos depois chego à pequena cachoeira com enormes pedras, a água é muito limpa, cristalina. Sento em uma pedra.
- Héditer?
É ela, procuro em volta por Dimitria:
- Cadê você?
Ouço a resposta, vinda de trás de uma enorme pedra, mais distante. Levanto-me para ir até lá:
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O filho de Hécate
FantasiaHéditer não é um garoto comum. Quando finalmente sai do orfanato, ele volta para sua antiga casa em outra cidade e logo percebe que os moradores de lá são estranhos. De outras dimensões e novas habilidades até pessoas que o perseguem, Héditer descob...