4.Dimitria está... Diferente

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Como eu não confio no bilhete, me arrumo e vou direto para a casa de Dimitria. Quando me aproximo, percebo uma multidão na frente da casa dela, em volta de algo grande, uma árvore?

Chego e vou abrindo caminho, até ver algo inacreditável: a macieira que fica no quintal tinha crescido, mas crescido demais! Os galhos estão por toda a casa, entrando pelas paredes e saindo pelo telhado. As janelas quebradas, o muro caído. Dimitria?

Vejo um homem de uns quarenta anos que está com um machado cortando os troncos e galhos, junto com um grupo fazendo a mesma coisa, pergunto para ele:

- Desculpe senhor... - Ele para e se vira para mim - O que aconteceu aqui?

- Olha, rapaz, eu não sei. Agora de manhã, ouvimos um barulho e essa árvore estava assim.

- A Dimitria... Onde ela está?

- Aquela garota escandalosa do mercado? Meu filho disse que ela passou correndo pela rua mais cedo, não sei o que aconteceu.

Graças a Deus! Eu preciso encontrar ela.

- Hefesto! - Grita um homem mais novo que também está com um machado, perto da casa - Precisamos de ajuda aqui.

- Tenho que ir, garoto. Até.

E ele vai em direção a casa.

Quando me viro para correr até a floresta, esbarro em uma garota. Ela tem pele branca, olhos pretos, é ruiva e da minha altura e é bonita, mesmo com sua expressão de raiva. Percebo que ela olha fixamente para o chão, para um celular com a tela trincada.

- Babaca! - Ela grita - Olha, estragou meu celular.

Quando abro a boca para me desculpar, outra garota aparece ao lado dela.

- O que aconteceu, Kiera? - Ela pergunta.

- Esse cego inútil me fez derrubar meu celular, ESTÁ TRINCADO, QUEBRADO, EM PEDAÇOS E SEM UTILIDADE - A garota chamada Kiera grita histericamente.

Ela pega o celular do chão, e o fica olhando. A amiga dela parece com pena de mim quando fala:

- Calma Kiera... Foi um acidente.

- Eu pago outro, desculpe, não foi minha intenção, é que... - Tento falar.

- DANE-SE! SEU ESTÚPIDO!! Não quero outro! VOCÊ ME PAGA!

Kiera passa esbarrando propositalmente em mim, a amiga dela passa logo em seguida, pedindo desculpa pelo comportamento dela.

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Com a folha de Dimitria na mão, vou correndo, não tão rápido que nem ontem, até o mercado Boros. Chego ofegante. E triste. Quero a energia da lua novamente!!

Ando até atrás do mercado e vejo duas árvores formando um arco: a entrada da trilha. Passo pelas árvores e começo a caminhar pela floresta, seguindo a... Ponte? A trilha é uma interminável ponte que desaparece atrás das árvores... Parece com trilhos de trem, a floresta está meio escura, com feixes de luzes mais à frente. As árvores são gigantes e cobrem quase totalmente o céu.

Ando por uns cinco minutos.

- Dimitria! Dimitria!

Nada. Paro, e escuto uma cachoeira. Continuo andando.

Alguns minutos depois chego à pequena cachoeira com enormes pedras, a água é muito limpa, cristalina. Sento em uma pedra.

- Héditer?

É ela, procuro em volta por Dimitria:

- Cadê você?

Ouço a resposta, vinda de trás de uma enorme pedra, mais distante. Levanto-me para ir até lá:

O filho de HécateOnde histórias criam vida. Descubra agora