7.Dimitria: Assombrosos e minha vó!

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 Dimitria

Eu e Ernesto estamos caídos em um chão duro. Eu por cima dele, que bom que ele amorteceu minha queda! Levantamos-nos. Procuro por Héditer e a lacraia da Kiera. Nada. Eles não estão aqui. Atrás de nós a passagem está fechada por pedras enormes.

Ernesto olha em volta. Arregala os olhos e fala:

- Que lugar é esse?

Olho em volta e me surpreendo. Estamos no meio de uma rua, em uma cidade abandonada, pois está quase tudo destruído, as casas estão com vidros quebrados e portas abertas, tudo vazio. Tudo. O portal de pedras se despedaça, revelando o outro lado da rua, também vazio.

- Que maravilha Ernesto, estamos num apocalipse por sua culpa, agora vamos morrer e sofrer eternamente, está feliz? – Falo, revirando os olhos.

Ele apenas me encara.

- Essa cidade estava embaixo da terra? – Pergunto e depois me arrependo, pois essa pergunta foi estúpida. Óbvio que estava.

- Eu não sei, Dimi. Estou em dúvida sobre o que é real. – Ernesto responde.

Decidimos andar pelas ruas que estão com um aspecto cinzento, deprimente. As casas parecem normais. Passamos por carros abandonados, por um mercado com as portas abertas, uma farmácia, uma padaria e depois de uns quinze minutos chegamos a um enorme shopping. Paramos e olhamos para ele por um tempo. Não vemos nenhuma pessoa. Pergunto para Ernesto.

- Quer entrar lá? – Aponto para o imenso shopping. Ficamos parados olhando fixamente pra ele.

Antes que Ernesto responda ouço uma explosão, depois de algum tempo ouço outra, olho para trás e vejo um prédio próximo a nós desmoronando, muito próximo, um imenso pedaço do cimento cai a alguns metros de nós, grito e puxo Ernesto para corrermos, mas é tarde demais, uma parte da parede esmaga ele, causando sua morte. Entro em desespero e começo a chorar, enquanto o prédio desmorona por completo a minha volta.

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- Dimitria... Oi? Dimi...

Ernesto me chama, espera, Ernesto?

- Ernesto?

Abraço ele e começo a falar:

- Mas, você tinha morrido... Isso é macumba!!

Ouço uma explosão, olho para trás e vejo o prédio ainda intacto, pego Ernesto pela mão e o puxo para corrermos pra longe do prédio, outra explosão, tudo começa a desmoronar. Meu coração dispara.

Paramos em um lugar seguro e observamos a destruição de longe. Um enorme pedaço de cimento cai bem onde estávamos! A poeira cinza escura quase nos alcançando, depois que tudo se acalma, eu falo, minha voz trêmula:

- Eu vi isso acontecer, Ernesto. Vi o prédio desabando e te esmagando, você tinha morrido! Tinha sangue, cérebro, órgãos no chão, sua cara estava amassada, e sua...

Ele me olha e fala aturdido:

- Dimi, você tinha saído do ar... O prédio caiu, você viu isso acontecer?

- Sim, eu previ o futuro? – CARAMBA! Eu sou muito incrível.

Entreolhamos-nos, ele faz que sim com a cabeça.

O filho de HécateOnde histórias criam vida. Descubra agora