15. Dimitria: Fim?

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Dimitria

Levar um tiro não é algo muito engraçado, não mesmo.

Quando abro os olhos, percebo que estou presa em uma maca. Um Assombroso aparece ao meu lado e fala:

- Você é muito fresca. Desmaiou com apenas um tiro.

Reviro os olhos.

- Aposto que você nunca levou um tiro, querido! Cadê meus amigos e por que não sinto minha perna?

Ele suspira e responde:

- Você não sente nada, pois aplicamos uma coisinha chamada "anestesia" – Ele fala como se eu fosse uma criança – E seus amigos estão em uma cela, aguardando a morte.

- O que? – Grito.

- Calma, mocinha, logo você se juntará a eles. Agora durma e feche essa boca, garota irritante. – Ele pega uma seringa e enfia a agulha no meu braço... Começo a perder os sentidos, até desmaiar novamente.

- Dimi! Acorda... – Giancarlo fala, muito longe.

Abro os olhos e vejo cabeças flutuantes ao meu redor. Até que tudo entra em foco. Levanto minha cabeça, explodindo de dor. Olho pra baixo e vejo que minha perna está enfaixada. Estou em uma cela completamente branca e depressiva.

- Cara! Você é muito doida! – Giancarlo fala, sorrindo.

- Ernesto... – Falo.

Beatrix fala tristemente:

- Ele não está aqui, Dimi. Parece que ele foi recrutado para ser um deles. Isso mesmo, Ernesto se tornou um Assombroso.

Quero gritar que isso é mentira! O Ernesto nunca faria isso, ele é meu amigo, minha dupla...

Começo a chorar.

- Não... Não...

Braeno do outro lado da sala, diz:

- Então é isso? Esse é o nosso fim? Tudo que passamos será em vão?

Braeno está quase chorando também.

- Não! – Giancarlo se levanta e assusta a todos nós – Não morreremos, não aqui. Tem que ter um plano.

Ninguém responde, afinal, não temos um plano...

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Faz tempo que estamos aqui. Ninguém fala nada, até que a porta se abre e três Assombrosos armados entram e nos escoltam até não sei onde. Não consigo andar muito bem... Minha perna começou a doer no instante em que firmei o pé no chão. Vou mancando lentamente atrás de todos.

- Essa é, digamos, sua última refeição. – Um Assombroso fala pra Beatrix. Acho que ela perguntou para onde estávamos indo.

Chegamos ao refeitório. Vazio. Então comemos nossa última refeição. Claro que houve suspeita disso, afinal, a comida poderia estar envenenada... Mas, a essa altura, ninguém mais liga. Comi outro frango.

Posso estar enganada, mas juro que vi o Ernesto passando pelo corredor de entrada do refeitório, nos olhando... Ah, estou delirando.

Depois disso, somos levados para a cela novamente.

- A execução pública de vocês ocorrerá em uma hora. Não tentem fazer nada, ali – Ele apontou pra cima – tem uma câmera. Sabemos tudo que vocês falam e fazem. Curtam bem seus últimos cinquenta e nove minutos de vida.

Depois ele saiu.

Entro em desespero. E choro compulsivamente. Todos tentam me confortar, mas é em vão.

O filho de HécateOnde histórias criam vida. Descubra agora