6.Em outro mundo, em outra realidade

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Minha mãe? Estou paralisado, Dimitria está em silêncio ao meu lado.

A mulher continua, fraca:

- Héditer... Não tenho mais energia... Preciso de ajuda... A pedra, em baixo dela... Cacho... - A imagem some. Fico em silêncio.

O que acabou de acontecer aqui?

- Aquela mulher é mesmo a sua... Mãe? - Dimitria pergunta alguns segundos depois.

- Eu acho que sim... Mas essa mulher parece jovem. Eu me lembro dela... - Respondo incerto

Levamos um susto quando Ernesto fala:

- Cheguei, a fila no mercado estava enorme. Ah, e Dimitria o senhor Boros perguntou quando você vai voltar ao trabalho.

- AI QUE SUSTO PESTE!! - Ela grita com a mão ao peito - E eu não sei se voltarei. Agora mesmo aconteceu algo estranho...

Vejo que ela me olha preocupada, eu ainda estou assustado. Minha mãe? SIM!! ERA A MINHA MÃE!!

- Dimitria!! Aquela mulher é minha mãe!! Eu sei que é... E ela precisa de ajuda. Eu tenho que encontrá-la! - Falo animadamente, afinal, ela está viva.

Reparo que Dimitria me olha com... Pena? E Ernesto confuso. Sei que ela vai falar algo do tipo: É só uma imagem, aquela mulher não é sua mãe! Então, quando Dimitria abre a boca para falar algo, eu a corto:

- Minha mãe disse que precisa de ajuda, e disse algo sobre "embaixo da pedra" o que será que é? - Ando de um lado para outro.

- Héditer... - Começa Dimitria - Eu conheço um lugar que se chama Pedra ou Sentença! Talvez tenha alguma ligação.

Fico muito feliz. É disso que eu preciso: apoio.

- Do que estão falando? - Ernesto pergunta confuso.

Sorrio.

- Depois eu explico. Agora, vamos tomar café. Pois estou com fome. E depois, vamos encontrar uma mãe perdida.

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Uns quinze minutos depois, estamos todos prontos. Pergunto onde fica o tal do Pedra ou Sentença a Dimitria e ela faz uma careta quando responde:

- Eu só fui uma vez lá e... Bem, foi horrível. É uma academia de Muay Thai da senhora Kera que é muito agressiva e sem educação, acredita que ela me expulsou, pois disse que eu sou muita barulhenta? E a filha dela é pior ainda... Aquela ruiva do mal. Kiera, a megera!

Kiera? A menina que eu esbarrei e quebrei o celular?

Decido não falar do incidente do dia anterior. Quando chegamos à Pedra ou Sentença percebo que é um lugar sério. Várias pessoas musculosas passam por nós, nos encarando. Entramos.

Por dentro as paredes são todas pretas com letras amarelas pintadas nela. Ouvimos um barulho de luta. Ao virarmos no corredor, vemos no ringue um homem batendo violentamente em uma mulher caída no chão. E uma multidão ao redor gritando coisas do tipo: "Quebra ela", "Esmaga o crânio dessa inútil", "Perdedora".

- Posso ajudar? - Uma mão pousa em meu ombro, ao me virar vejo uma mulher de uns trinta anos, de cabelos presos em um coque e usando uma roupa toda preta. Parece com raiva. Na sua blusa está escrito Kera bordado ao lado de uma pedra em formato de punho, ou seja, a mãe de Kiera.

O filho de HécateOnde histórias criam vida. Descubra agora