TRAFICADA

Capítulo 4

Letícia Maricy - Investigadora e Especialista em Policiamento Tático

Seis meses antes...

Ser o que sempre sonhou não lhe privou de suas noitadas e farras, com amores de verão, não mesmo, sua mente devia estar sempre em equilíbrio com o corpo, não que isso a tornasse uma piriguete, não mesmo, mas era uma jovem e portava-se como tal.

Agora analisando sua trajetória ela percebe o quanto foi feliz em seguir sua jornada, apoiada sempre por aqueles que mais a amam, sua família, pais amorosos, irmãs que são umas pestes de chatas, mas que ninguém as toque ou jaz em uma sepultura, para Letícia a Família é Sagrada, é com essa visão de amor que ela aguarda o seu "Romeu", mas que ele não apareça cheio de frescuras, delicado ou coisa do tipo, porque para esse tipo, somente a Barbie tem saco para aguentar.

Autoestima a mil, assim é a bela morena de longos cabelos loiro mel, 1.59 de altura, um corpo escultural, rosto angelical. Letícia Maricy, modéstia não passa nem perto quando ela se descreve, sempre foi decidida quanto ao seu querer, fazer, ter, mas infelizmente há questões de amor, território limitado, tudo relacionado a ele é problema na certa.

Quanto ao trabalho não, sempre obstinada, objetiva, ela sabia o que o futuro lhe reservava, pois já o havia traçado, ser o que quisesse ser, o que dependia única e exclusivamente dela.

Em suas lembranças, procura sempre guardar o que lhe acrescente, por isso, não esquecer como chegou ao sucesso nunca lhe foge a memória, sobretudo como seu empenho lhe rendeu bons resultados, pois para ela, mesmo após muitos anos de estudo e dedicação, abrindo mão de algo aqui ou ali, enfim havia conseguido alcançar o maior de seus objetivos, a posse em seu tão sonhado cargo, no Serviço Público da Polícia Federal do PI, agora sim, vivia tudo que planejou para si mesma, uma carreira de sucesso, boa remuneração, status e o que ela achasse que a conviesse dentro dos parâmetros da Lei.

Atuando no departamento da PF, sendo uma das melhores em policiamento tático motorizado intensificado, garante o policiamento através de incursões e abordagens em ação, os homens de sua equipe subordinados a ela, a admiram e reconhecem o quão longe ela pode chegar em sua carreira por sua determinação e garra.

Após mais uma semana de trabalho e investigação, cansada e esgotada, Lê logo decidiu que deveria sair e espairecer um pouco.

Decidiu por algo mais elite, uma casa de shows no Centro da cidade, no Luxuoso Hotel Metropolitan, uma festa para poucos, a jovem agente tinha ótimos contatos e numa dessas até que lhe foi pertinente, o agito era Classe A, como previsto e contado nas estórias, horas mais tarde estava toda produzida e linda, arrasar, era o verbo da noite.

A chegada da bela mulher jamais passaria despercebida olhares famintos, puro e animal em seu instinto. E a jovem amava a sensação de ser cobiçada, porem, por instinto, analisava tudo ao seu redor.

Verificou seu celular, atrás de uma notícia de onde poderia estar sua Irmãmiga Ágata, para que estivesse tão atrasada. Bastou piscar e ao seu lado surgiu ela, o glitter ambulante do mundo inteiro a sua frente, uma loira de pouco mais de 1.58 de altura, louca e meiga, amigas desde a divisão do leite materno da mãe de Leticia, em uma rápida olhada Ágata visualizou sua sister tão Femme Fatale. E resmungou:

- Vai usar, abusar e de quebra levar um pouco para casa, certo? - E riu, a felicidade estava completa.

A festa já bombava, David Guetta agitava a pista, Lê e Ágata davam seu show à parte e homens atiravam suas melhores cantadas na tentativa de terminar a noite com uma das belas garotas.

Letícia tomava um coquetel de frutas e ao longe avistou um Empresário conhecido, Alvin Duart, certamente um dos benfeitores da festa extravagante, ele ria, olhava ao redor, observava as mulheres, e algo daquilo despertou um incômodo em Lê, este olhar era como se analisasse uma mercadoria - pensou. Ágata saía da pista de dança e seguiu o olhar da amiga, colocou-se ao lado dela e perguntou: