Capítulo 12

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Sil deixou a cozinha desconfiada e foi para o escritório, se achavam que poderiam esconder alguma coisa, estavam enganadas, pelo visto se esqueceram que a casa, com exceção dos quartos, era toda monitorada e não demorou muito para ver o que aconteceu, a moça ficou atônita, mas é claro que ela pulou as cenas, já que seria no mínimo constrangedor invadir a intimidade de sua amiga, quando ela viu a atitude do Rafael em largar a May e sair como se nada tivesse acontecido, seu sangue ferveu, agora ela entendeu o porquê das meninas estarem cochichando, sabiam que ela ficaria muito brava com essa história e com certeza elas planejavam algum tipo de vingança.

Sil resolveu não se meter, só iria observar e se as coisas começassem a fugir do controle, ela agiria, nesse momento seu celular toca, ela olha para a tela e ver a foto de seu pai, seu sorriso se abre instantaneamente.

- Oi pai, sua benção, como o senhor está?

- Deus te abençoe minha filha, melhor agora que estou falando com você, onde você está, se é que pode me falar.

- Não posso entrar em detalhes pai, mas estou em Salvador.

- Olhem só, fiquei sabendo que foi convocada para um grupo especial da PF, quero que saiba que me orgulho muito de você!

- Obrigada pai, não imagina o quanto é importante para mim ouvir isso... e a mãe, como está?

- Morrendo de saudades de você, mas é orgulhosa demais para admitir isso, às vezes vejo ela chorando agarrada em sua foto, um dia ela vai reconhecer... bem não vou te atrapalhar, te amo filha, beijo e se cuida!

- O senhor nunca atrapalha pai, beijo e cuide-se também!

Ela desligou o celular com lágrimas nos olhos, mas rapidamente se recompôs, excluiu seu acesso ao monitoramento e pegou as evidências recolhidas na boate, precisava levar no laboratório do departamento para análise e aproveitaria para conversar com a comandante sobre o professor de jiu-jitsu, para elas e Niê.

No mesmo instante o telefone da mansão tocou e Sil de imediato atendeu.

- Alô?

- Bom Dia, agente Palazzi? Comandante Meyer, falando.

- Pois não Comandante?

- Preciso que traga a testemunha, precisamos interroga-la novamente. Peça para Savi acompanha-las.

- Sim Comandante, eu já estava me encaminhando até aí para levar algumas provas que coletamos ontem na boate, e também iria neste momento pedir para q a agente Herrera acessasse as câmeras da boate, tive a impressão que estávamos sendo vigiadas ontem e não era pelos agentes que nos davam suporte.

- Ótimo Sil, então por favor venha com as garotas. - Emi finalizou a ligação.

E Sil voltou para a cozinha, com algo em mente.

Ao chegar na cozinha todos ainda estavam lá, sentado à mesa tomando o café da manhã, ao ver aquela cena um tanto quanto cordial demais, ainda mais depois do ocorrido na madrugada ali naquela mesma cozinha, algo lhe veio em mente, e quem sabe não pregaria uma peça nesse grupo de pentelhos.

- Meninas e meninos, a Comandante acabou de ligar, e me pediu para levar Niê para um novo depoimento, eu já estava indo no departamento levar as evidências e conversar sobre as aulas de jiu-jitsu

- Vocês pretendem tirá-la daqui, vão arriscar a segurança dela só para fazer umas aulinhas - disse David evidentemente nervoso.

- Espera aí, não somos idiotas tá - disse a Rafa se alterando - As aulas serão aqui na nossa academia e será importante para a Ni, ela vai aprender técnicas de defesa, que vão ajudá-la a se sentir segura, além de ser bom pra nós também.

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