Capítulo Sete - Segunda Parte

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Galerinha eu dei uma parada de postar pois Labirinto de Ilusoes estava chegando e consumiu todo o meu tempo! Mas agora voltei com força total. Para compensar vou postar três vezes esta semana e depois disso todas as quintas! Preparadas?

Eva

Aonde ele teria ido? Fiquei tensa quando ele começou a demorar.
Peguei o celular do bolso, o relógio mostrava 0h23. Assim que coloquei de volta, ele virou a curva do corredor e vinha carregando alguma coisa.

De início não entendi o que era, mas assim que ele chegou mais perto pude ver que ele carregava vários pacotinhos de salgadinhos de tipos diferentes, barrinhas de cereais e uma garrafa de suco de laranja em uma mão e na outra tinha um daqueles saquinhos de gel que são congelados.

– Trouxe gelo para você colocar em sua testa – ele falou, sentando-se ao meu lado. – E no caminho passei pelas máquinas de comida. Achei que ainda podia estar com fome – e falando isso, espalhou os pacotes pelo chão ao meu lado.

– Nossa, você pegou tudo o que tinha nas máquinas?

– Não sabia o que você preferia. Achei melhor garantir.

– Mas trouxe para nós dois, não é?

– Não, só para você.

– Não está com fome? - perguntei.

– Agora não – ele falou, dando aquela risada de novo sem mostrar os dentes. – Estou em uma dieta especial.

– Tipo dieta de proteínas? Onde só pode comer proteínas ou um tipo de alimento?

– Pode-se dizer que sim – ele falou de um jeito que parecia uma piada interna novamente.

Normalmente eu não iria querer comer na frente dele. Mas estava com tanta fome que não pensei duas vezes. Peguei a barrinha de banana com chocolate e abri.

– Obrigada. Tem certeza de que não quer nada? Tem comida aqui para umas cinco pessoas.

– Tenho.

Abri o suco de laranja e tomei um gole. Era estranho comer com ele me observando. E o silêncio era pior ainda. Resolvi que pelo menos ele poderia falar enquanto eu comia.

– Então... – comecei. – Posso mesmo perguntar qualquer coisa?

– O que quiser.

– De onde você veio?

– De longe.

Olhei para ele fazendo careta.

– Isso não foi muito específico, não é?

Ele deu de ombros esperando a próxima pergunta.

– E por que veio para cá?

– A cidade me atraiu.

Dessa vez tive que rir de sua resposta.

– A cidade o atraiu? Aqui não tem nada de atraente, a cidade é um ovo.

– Mas aqui encontrei uma coisa que procurava há muito tempo.

– E o que é?

– Você vai saber na hora certa – disse piscando para mim.

Enquanto eu comia minha barrinha e tomava mais um gole de suco, Willian enrolou o gel em um paninho branco, que eu também não sabia de onde ele tinha tirado, e o levou até minha testa. Assim que o gel encostou no machucado, gemi de dor. Ele diminuiu a pressão.

– Ainda está doendo muito?

– Não. Está só latejando.

Ele chegou mais perto ficando bem na minha frente para olhar melhor o local machucado. Fiquei desconfortável com a proximidade. Mas ao mesmo tempo não queria que ele se afastasse. Seu perfume era tão bom. Meus pelinhos do braço se arrepiaram. Não sei se por causa do gel gelado ou se por sua proximidade. Minha fome evaporou no mesmo instante.

Labirinto de Espelhos  (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora