Eu te amo...

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- Mãe - Disse Heloise em seu subconsciente. - Mãe. - A garota teve seus olhos tomados por lágrimas. Sua mãe já falecida estava ali, bem na frente dela, vestida de branco.

- Ah, minha filha. - A mãe estendeu a mão, encostando na de Heloise.

- Eu estou com medo, mãe. - Heloise agarrou a mão da mulher e a puxou para mais perto, enquanto chorava no peito da mesma.

- Eu sei, minha querida. - A mulher de branco começou a acariciar os cabelos da filha. - Ter medo é algo bom.

A ruiva observou sua mãe, as rugas da idade bem ressaltadas no cantos de seus olhos.

- Por que, mamãe?

A mulher sorriu.

- O medo da morte apenas nos indica que temos muito pelo o que lutar.

Então uma luz tomou aquele cenário límpido e a mãe de Heloise explodiu em luz.

........

- Fred! - A garota acordou em meus braços, a dor em seu peito a impedia de movimentar-se. - Fred! - Ela tentava pronunciar por entre a dor.

- Calma - Eu dizer isso a ela era, de certa forma, uma ironia, já que eu estava mais nervoso do que ela. - A gente só precisa achar um carro.

- Vamos até meu tio. - Disse Pietro, enquanto corria na frente de Sam.

- Não! - Começou a irmã, o ar faltando-lhe de vez em quando. - Ele não é confiável.

Eu era o que estava mais a traz, carregando Heloise em meus braços. 

- Acredite, nosso tio tem nos ajudado mais do que imagina. - Concluiu Pietro, enquanto continuava a correr morro abaixo.

- Aguenta - eu disse, tentando evitar que lágrimas caíssem de meus olhos e apavorassem a garota. - Nós vamos conseguir.

- Vo.....você promete? - Perguntou Heloise, enquanto seu corpo começava a tremer.

Eu respirei fundo e finalmente disse:

- Prometo, Helô, eu prometo.

Ela ia sobreviver, ela tinha que sobreviver!

- Não, Heloise, não! - Exclamei enquanto via a garota fechando seus olhos novamente. - Fica comigo! - Meu desespero era perturbador.

.................

A garota acordou num quarto azul, aquele era o quarto de Hugo.

- Vamos logo, Heloise. - Disse Hugo agarrando sua mochila e jogando-a nas costas. - A mãe não vai gostar nada disso.

Heloise estava não em um sonho, mas em uma memória, talvez uma das mais recentes que tivera.

- Eu não quero ir. - Posicionou a garota.

- Não tem escolha.

Heloise olhou para Hugo.

- Nós sempre temos uma escolha.

- Igual à do seu pai? Esqueceu de que ele te largou no tribunal?

Heloise serrou o punho e se jogou contra Hugo.

- Para! - Ela agarrou a blusa do garoto e o empurrou contra a parede. - Para. - Ela respirou fundo, percebendo estar com roupas diferentes naquele momento, uma blusa branca e uma calça azul - o seu uniforme escolar. - Por que você é tão..... cruel?

Hugo segurou o rosto da garota duramente e cuspiu as palavras:

- Você tirou a atenção de meus pais. Eu não teria escolhido adotar você, nunca quis uma irmã.

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