A bala perfurou o lado esquerdo do meu peito, atravessando minha pele, provocando uma dor indescritível. A dor era insuportável, ela queimava infinitamente e eu não possuía ideia de como faze-la parar, era um ardor tão forte que chegava a cegar-me algumas vezes. Então foi assim que Heloise se sentiu quando tomou o tiro? O desespero e a falta de esperança?
- O que você fez?! - Emily gritou e caiu no chão ao mesmo tempo que eu, o peso de meu corpo a derrubou. - Não! - Ela berrou e ficou ao meu lado, de joelhos, pressionando o local da bala numa tentativa inútil de estancar o sangue.
Marco se levantou, apoiando a mão na parede, a facada deixara resquícios de dor em seu corpo.
- Sua vez, docinho. - Ele disse, erguendo a arma uma vez mais.
Emily fechou os olhos e abraçou meu corpo, era incrível como, mesmo com uma dor tremenda, os dedos dela enroscados em meus cabelos traziam-me certa tranquilidade. Quando o disparo da arma foi feito, gritos foram audíveis nos andares inferiores, logo, a polícia estaria a caminho à qualquer instante.
A respiração de Emily esquentava meus ouvidos e, suas lágrimas, refrescavam minhas bochechas. Ela abriu os olhos e, depois, ela desejou que não o tivesse feito.
Hugo estava ali, na frente dela, de joelhos. Ele colocou a mãos nas costas e as trouxe para frente, agora, ensanguentadas. Ele tomara o tiro por Emily.
- Ah, pelo amor de Deus! - Marco exclamou. - Agora virou graça fugir do hospital? - Marco estava inconformado. - Puta que pariu! - Ele passou a mão no rosto. - Um a menos, Marco, um a menos. - Ele disse a si mesmo.
- Não, não... - Emily dizia com os lábios já que, sua voz, travara em sua garganta.
- Emily... - Hugo disse e gemeu - Eu....
Marco andou até ele e segurou os cabelos loiros de Hugo.
- Você está errado.... Ma....Marco. - Hugo tossiu, o furo da bala tirando-lhe sangue constantemente, assim como o meu.
Marco colocou a arma encostada à cabeça dele.
- Diga-me, por que estou errado?
O ranger dos dentes de Marco foram quase perceptíveis, era tamanho ódio que exalava do corpo dele que não havia como não perceber.
- Porque você é burro, Marco. - Hugo deu aquele típico sorriso que ele sempre teve, provocando Marco. - Eu me enganei sobre você e me enganei.... - Marco puxou os cabelos dele, fazendo-o grunhir - eu me enganei sobre o amor.
Emily ainda tentava estancar meu sangue, suas mãos ficando inteiramente encharcadas com meu sangue.
- Bom, você está certo sobre algo, você se enganou - Marco abaixou a cabeça e disse bem próximo ao ouvido do garoto: - e na máfia não existem enganos.
- Não! - Emily gritou, as lágrimas se misturavam ao meu sangue.
Marco engatilhou a arma e atirou, a bala transpassou a cabeça de Hugo, uma faixa de sangue começou a escorrer de sua testa e, seu corpo, caiu rente ao chão frio.
Emily viu que tinha de fazer algo, Hugo estava morto, bem ao nosso lado e, eu, bem próximo da morte.
- Va...vai. - Disse e empurrei as mãos dela, começando a me arrastar para mais perto do sofá. - Vá!
Emily se virou e olhou bem para Marco, que se recuperava da dor um pouco atordoante da facada.
- Por que? - A loira indagou.
O mafioso a olhou com desgosto.
- Por que?! - Ela gritou, esquecendo que ele ainda estava com a arma.
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Novela JuvenilFreduardo, um cara tímido, nunca teve muita esperança sobre relacionamentos - os quais acreditava ser perda de tempo - até cruzar com Emily, a garota que seu coração ousou desejar. Loira, delicada, sonhadora e com personalidade forte porém, ao se a...