Capítulo 4
5h25
Acordei como se tivesse a pior das ressacas, porém nunca tinha me sentido tão feliz. Por mais que a correria pelo Ceret e a massante fila do drive-thru tivessem postos meus músculos e bom senso à prova, o beijo de Emily fora mais do que satisfatório.
"Meu deus! Eu ainda não acredito que beijei uma garota!", essa afirmação ricocheteava por entre meus pensamentos aleatórios.
Na amanha seguinte do beijo que havia recebido de Emily , eu pulei da cama, tomei meu banho, fiz a pouca barba que possuía, coloquei o uniforme escolar, joguei meu perfume - talvez até mesmo exageradamente - , desci os degraus do piso superior e então caminhei até a cozinha, onde meu pai preparava seu leite matutino.
Corri até a pia r lavei um dos copos, depois, o coloquei na mesa, que estava coberta com uma toalha amarelo canário. Abri a porta da geladeira e peguei uma caixa de suco de laranja, ao me virar sentei na cadeira e enchi meu copo com seu liquido alaranjado.
- Você chegou tarde ontem. - Disse meu pai, enquanto rodava a colher em seu leite para que se misturasse com o chocolate. Sua barba estava mal feita e a gola de sua camisa verde desabotoada.
- Sim. - Foi a única coisa que saiu de minha garganta, acho que instintivamente.
- Não vai me falar como foi?
Eu olhei para ele enquanto tomava um belo gole do meu suco. Seu gosto artificial preenchia minha boca. Ele continuou a me fuzilar com seus olhos, esperando por uma resposta.
- Foi....Foi bom. Me diverti muito.
Meu pai assentiu, talvez ele esperasse outro tipo de resposta, não sei.
- Desculpa, pai. - Eu disse, algo no fundo do meu peito me dizia para pronunciar tais coisas. - Eu queria ter mais intimidade com você.
Ele sorriu, porem não olhou para mim, seu senho franziu-se.
- Você bebeu ontem?
- Oi? Não, não bebi.
- Freduardo, você bebeu ontem? - Ele ressaltou seu tom de voz.
- Não, pai! Já lhe disse, acredita em mim, por favor. - Eu comecei a estranha-lo.
- Então - ele colocou a mão na testa - por que você chegou tão tarde cheirando à álcool?
Álcool? Eu não havia bebido nem uma gota sequer de álcool, mas que se dane se eu bebi ou não, eu estava realmente magoado por meu pai não estar acreditando no que dizia.
- Pai, por que o senhor não acredita em mim? Por que é tão difícil? - Agora eu exaltei minha voz, tentando disfarçar o tom de mágoa. Então nós ouvimos minha mãe se remexer em seu quarto no piso superior.
- Como posso confiar num filho que não responde minhas perguntas?
- Como posso confiar num pai que nem ao menos acredita no caráter de seu filho?
Então ficou um clima tenso, parecia que uma bomba havia caído em nossa cozinha e destroçado tudo e todos, mas acho que isso não foi o pior. O pior foi estar num carro completamente silencioso enquanto seu pai te fuzila pelo canto dos olhos.
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3 Segundos.
Novela JuvenilFreduardo, um cara tímido, nunca teve muita esperança sobre relacionamentos - os quais acreditava ser perda de tempo - até cruzar com Emily, a garota que seu coração ousou desejar. Loira, delicada, sonhadora e com personalidade forte porém, ao se a...