Efeitos

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Nós nunca sabemos quando seremos destruídos....

Mas saibam que, quando somos, é pra valer. Meu peito parecia incansavelmente doloroso, ele lutava contra aquela dor, mas sempre perdia. Minha voz não me obedecia mais, ela apenas travava em minha garganta e me sufocava, as lágrimas parecia correr ao encontro do asfalto já molhado pela chuva.

- Fred! - Ouvi uma voz dizer. - Fred, levanta! 

Só naquele momento pude perceber que eu estava no chão, meus joelhos caíam e, apenas agora, pareciam doloridos.

- Fred! - A voz insistiu, parecia a voz de Hugo, talvez fosse ele. - Eles estão aqui! Nós temos que ir! - Sim, era a voz de Hugo.

Tudo parecia câmera lenta novamente, minhas mãos pareciam tontas, não me obedeciam, enquanto meu mundo girava meu coração tentava encontrar um equilíbrio entre a dor e o raciocínio.

Minha visão desembaçou das lágrimas, focando-se no corpo de Emily novamente.

- Não! - Foi a primeira coisa que gritei.

- Fred! Vamos! - Senti os braços de Hugo se enroscarem embaixo dos meus, puxando-me para longe do corpo de Emily, igual ao meu sonho. O vento que me arrastava de Emily, talvez, fosse Hugo.

- Não! - Eu lutava contra suas mãos, que apertavam meus braços tentando me segurar.

Um som de tiro foi audível, tirando-me o foco.

- Merda! - Hugo exclamou, largou meu corpo e pegou a arma. - Protege ela então, porra!

Eu olhei para ele e entendi. Forcei meu corpo a me obedecer e me arrastei até o lado do corpo de Emily, segurando-a entre os braços, protegendo sua cabeça e seus lindos e delicados lábios.

- Vai ficar tudo bem. - Eu dizia para a garota inconsciente. - Vai ficar tudo bem.

Os tiros começaram a aumentar, já não se sabia mais quem estava atirando em quem. Eu vi um homem de terno cinza descer do carro que atropelou Emily, gesticulando com a mão direita enquanto, com a outra, apontava uma arma para Hugo. O loiro, por sua vez, atirava contra a minha casa, havia uns dois homens dentro dela.

Eu abracei Emily com mais força e gritei:

- Hugo! - Chamei a atença dele, fazendo-o perceber o homem do terno cinza. Hugo começou a atirar novamente.

Onde meu pai estava?

Olhei para os lados e vi minha mãe, a arma de prontidão, atirando contra os homens na casa. Foi audível mais um de seus tiros e, de repente, um gemido. Ela acertou um dos homens.

Eu olhava para os lados. Onde estaria a polícia? Não haveria uma única polícia que não trabalha-se para a máfia?

- Eu vou nos proteger  - disse para Emily, incerto se ela ainda podia me ouvir - porque eu te amo.

Eu a deitei na rua novamente e levantei, meu corpo agora não se contia mais, estava começando a ficar cada vez mais cheio de adrenalina. Eu peguei minha arma da cintura e mirei em casa também, enxergando um terceiro homem.

O primeiro tiro que eu dei acertou uma janela, que se estilhaçou no momento em que a bala a atingiu. O segundo tiro acertou a porta de minha casa, eu não conseguia acertar um único tiro! No terceiro acertei o asfalto até que, graças a deus, acertei um dos homens no ombro.

- Argh! - Ouviu-se um grito e, depois vários gemidos. Eu olhei para o lado e Hugo estava caído no chão, seu peito sangrando.

Quando eu me virei ouvi a voz de meu:

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