Undefined Case

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Lauren P.O.V

Nunca fui fã de ir pra escola. Infelizmente, eu tinha que continuar indo até me formar. Pelo menos o ensino médio está acabando e logo após vem a faculdade, e eu não sei se isso vai ser uma coisa boa também. Tenho que esperar o ano que vem para ver. Eu ficava batendo a caneta na mesa, sem nada pra fazer.

-Alguma resposta, senhorita Jauregui?

O professor de inglês me tirou dos meus pensamentos. Viajei por tanto tempo que mal percebi que o quadro estava praticamente cheio de conteúdo que eu não tinha prestado atenção durante a aula inteira. Droga, tenho que parar de pensar muito.

-Desculpa professor. Nenhuma.

-Imaginei.

Hilling, meu professor, falou e virou as costas. Ele sempre puxou meu saco por saber que eu não gosto muito de sua matéria e costumo desenhar ou pensar na aula dele. Já fiz vários poemas e escrevi vários textos pra não ter que escutar a voz dele por 50 minutos. Prestei atenção no que ele dizia sobre um livro de Oscar Wilde por uns 5 minutos, até tocar o sino. Sai da sala rapidamente, cumprimentei alguns colegas que via no corredor e sai da escola, indo em direção ao meu carro. Bom, na verdade era da minha mãe que ela tinha me prestado, mas esse detalhe não precisa ser lembrado sempre. Desde quando eu tirei minha carteira ano passado, minha mãe ou meu pai me emprestar o carro é algo um pouco raro. Não sei, acho que eles estão esperando eu amadurecer um pouco.

Liguei o carro e rapidamente sai pelas ruas de Miami, escutando meu telefone tocando logo em seguida.

-Lauren?

-Fala, mãe.

Falei enquanto continuava concentrada na rua. Se eu arranhasse aquele carro, provavelmente minha mãe me deserdava.

-Eu e nem seu pai vamos estar lá em casa hoje. Taylor está com uma amiga e Chris viajou com um colega. Se você quiser dormir fora, pode dormir. Só não estraga meu carro, por tudo que é mais sagrado.

-Ok, mãe. Onde você e Michael vão?

Minha mãe já estava acostumada comigo chamando meu pai pelo nome dele.

-Vamos para uma festa do trabalho dele em um sítio e só voltamos amanhã.

-Ok, fica bem. Até amanhã.

-Até.

Minha mãe desligou e eu joguei meu celular em qualquer canto do banco do passageiro e fiquei pensando para onde iria enquanto ainda dirigia.

-Merda!

Dei ré rapidamente no carro porque um idiota qualquer decidiu passar no sinal vermelho. Foi por muito pouco que eu não bati.

-O sinal vermelho tá aí pra alguma coisa, babaca.

Falei pra mim mesma. Eu não sou daquelas que arrumam briga na rua por qualquer coisa. Dei uma pequena olhada na rua e vi o café onde eu e Camila conversamos pela primeira vez. Bom, eu estou sem nada para fazer, o café é bom e ainda tem história então, porque não?

Estacionei o carro falando para um homem que ele podia sim vigiá-lo. Até porque eu já sabia que ele não ia vigiar, mas ia cobrar mais tarde. Mas é melhor falar sim e dar algumas moedas depois do que falar não e ter seu carro todo arranhado.

Adentrei o local já sentindo o forte cheiro de café entrando pelas minhas narinas. Eu adorava ir em lugares assim porque era calmo e era ótima para relaxar e ler um livro. O Café estava com poucas pessoas, umas 7 no máximo. Era horário de almoço e todos procuravam algum fast-food ou um restaurante qualquer para comer, mas eu tinha certeza que no final da tarde isso aqui lotava. Cheguei no balcão e pedi um cappuccino com chantilly, falando meu nome e pagando logo em seguida. Reparei levemente na atendente. Era uma loira baixa com olhos castanhos escuros. Me lembrava um pouco Ally. Ela reparou que eu estava olhando e seu um sorrisinho fraco. Sorri fraco de volta e segui em direção de uma mesa que ficava perto da saída, encostada em uma janela de vidro. Olhava para o sufoco que era a cidade de Miami. Dezenas de gente correndo pelas ruas, atravessando sem ser nas faixas, caras de preocupação e de raiva reinava. Eu fico pensando se quando eu conseguir um emprego vou ser uma dessas pessoas que só se preocupam em trabalhar. Os famosos Workaholics. Para falar a verdade, eu me imagino trabalhando com algo grande, como uma empresária famosa ou algo do tipo, sendo dona de uma grande empresa. Eu até consideraria essa ideia, até porque ser bem-sucedida não faz mal para ninguém, certo?

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