CAPITULO 5

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Como ainda contavam com os motoristas à disposição, decidiram mudar o local de encontro para a noite seguinte, no horário marcado, os carros negros encostaram no estacionamento de um shopping da avenida Faria Lima. Na véspera cogitaram até em dormir todos juntos num só apartamento, levando a sério a idéia de manterem-se unidos. Contudo, decidiu-se por cada qual ocupar seu respectivo apartamento prevendo um possível contato do veterano Ignácio, que poderia surgir sem prévio aviso para um visita. Estavam agora andando entre lojas, decididos a começar a usufruir da polpuda conta corrente providenciada pelo vampiro. Iriam primeiro aos celulares para que o contato entre os componentes do quarteto noturno fosse instantâneo. Habilitaram os aparelhos imediatamente e cerca de meia hora depois de terem adentrado o shopping center cada um já possuía um número funcionando.

Tinham tomado a decisão de integrar a agência de Ignácio e agora estavam ansiosos por um novo encontro com o veterano. Bruno pediu que os amigos aguardassem enquanto providenciava o encontro. A ordem do colega pegou o trio despreparado. Sem entender bem, esperaram o amigo dando uma volta pela praça de alimentação. Os odores da refeição humana já não chamava tanto a atenção. Os logotipos dos conhecidos restaurantes já não abriam apetite, em compensação, as jugulares pulsantes dos recepcionistas e atendentes eram demasiadamente interessantes, prendendo vez ou outra os olhos do trio. Dez minutos depois, Bruno apareceu. Trazia um sorriso enfeitando o rosto branco e um pequeno papel na mão.

— Conseguiu o telefone do filho da mãe!

— Como?! — espantou-se Patrícia

— O motorista do meu carro. Parecia que ele já estava esperando por isso.

— Bem pensado! Quem vai ligar?

Bruno foi quem discou o código anotado no papel. Era um número fácil de memorizar. Do aparelho chamou uma única vez e caiu no correio de voz. Bruno, meio desajeitado em falar com a máquina, deixou um rápido recado. Assim que desligou o celular, antes de colocá-lo no bolso da calça, o display acendeu e o aparelho tocou, exibindo o número de Ignácio no colorido visor de cristal líquido.

Os quatro sorriram juntos.

Bruno apertou o botão verde e levou o aparelho ao ouvido.

— Fala, Ignácio.

— Bruno?

— Eu mesmo.

— Imagino que chegaram a um consenso.

— Chegamos. Queremos um encontro com você para darmos nossa resposta.

— Tudo bem. Eu encontro vocês. — disse Ignácio interrompendo imediatamente a ligação. Bruno olhou para o celular estranhando o desligamento súbito.

Os Filhos De Sétimo (saga O Turno Da Noite Vol.1) André ViancoOnde histórias criam vida. Descubra agora