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As duas últimas aulas de filosofia foram horríveis. O professor parecia mais um defunto em pé, como se ele tivesse precisando de uma boa dose de energéticos. E na moral? Ele viajava demais na maionese durante as aulas, mas enfim.
A aula dele acabou e dava-se início ao intervalo. Estava procurando Vanessa na cantina e a achei com dois garotos em uma mesa. Eles saíram e eu sentei em uma cadeira ao lado dela para colocar o papo em hora.
Essa era uma expressão que eu e Vanessa adotamos na sétima série pelo fato de sempre que nos separamos falávamos um para o outro oque houve perante os minutos de ausência um do outro.
"Bem... a aula de química foi horrível", começou Vanessa. "Você sabe que tenho dificuldade nessa matéria. Mas conheci uns cinco meninos lá da sala e um deles é gay..." disse ela enquanto me encarava com cara de safada.
Olhei para sua expressão estranha.
"Oque foi?" Comecei a rir, "existem vários gays aqui nessa escola".
"Pois é, e você é um, e eu falei muito bem de você pra esse meu novo conhecido gay".
"E oque isso significa?"
"Que vocês podem se agarrar no banheiro, ouvi dizer ele é circuncidado". Vanessa fez um movimento indecente com língua e o canudo do seu refrigerante.
Me engasguei enquanto tomava o refrigerante e ri da palhaçada dela. Como será um garoto circuncidado?
"Esqueceu? Sou virgem!"
Sempre tinha que lembrar Vanessa disso, uma vez ela chegou a me apresentar um amigo gay. Porém, o garoto veio conversar comigo e ao saber que eu era virgem saiu de perto de mim.
"Richard, você é uma vergonha para os gays!" Disse ela fazendo nós dois cair na gargalhada.
Fiquei pensando no tamanho provável do pênis desse garoto, mas o que imaginei poderia ser meio que fora do comum.
Depois, pensei no tamanho do pênis de Daniel, o professor de inglês. Então, lembrei que não havia contado isso pra Vanessa.
"Ah, nem te contei, meu professor de inglês é...." suspirei fundo pra manter o drama "...meu Deus! Muito gato!" Falei.
"Como ele é?"
Lembrando da fisionomia do professor, descrevi ele à Vanessa, mas enquanto falava sobre a aula vi que a garota gótica estava na direção de Vanessa só que mais longe e encostada sobre um dos pilares que sustentavam o refeitório da escola.
Vanessa percebeu que eu estava olhando para algo.
"Quem é?" Perguntou ela já sabendo do que se tratava.
Apenas falei qual traje a garota vestia -no caso era tudo preto- e onde ela estava, isso já era o suficiente para Vanessa que virou discretamente e fitou a garota, depois virou-se para frente novamente olhando-me.
"Oque que tem a garota de luto?"
"Não sei se foi impressão minha, mas ela ficava me encarando na sala hoje", falei.
Vanessa franziu uma das sombrancelhas.
"Olha né, parece que tem alguém na sua cola".
"Ah sim, só se for pra querer me assassinar".

Logo após o intervalo tive mais uma aula de matemática e de português. E depois, quando as aulas acabaram, fui ao encontro de Vanessa que estava me esperando.
Fomos para onde estacionamos o carro enquanto ainda falávamos do professor. Vanessa estava louca para vê-lo já que não apareceu nem um professor bonito naquele dia na sala dela.
"Fiquei indignada!" Protestava Vanessa, "na minha sala não entrou um professor gato, acho que você me pregando uma peça!"
"Calma, suas aulas de inglês são só depois de amanhã, provavelmente o meu professor de inglês é seu professor também." Respondi.
"Ai tomara! Quero conhecer seu futuro esposo!" Disse Vanessa enquanto dava a volta no carro para abrir a porta que correspondia ao banco do carona.
"Hã?" Começo a rir sem entender o porque de eu ter feito isso. "Um homem daquele deve com certeza ter mulher e quem sabe filhos."
Vanessa me examinando-me, mas dei as costas para ela virando-me para a rua quando uma figura montado sobre uma moto passou pelos meu olhos chamando minha atenção. Era Daniel.
Ele me lança um novo olhar me deixando mais uma vez paralisado enquanto passava pela minha frente e depois dobrou na rua à frente. Quando virei novamente para trás percebi que Vanessa me encarava como se estivessem anjos em sua frente cantando Aleluia.
"Oque foi?!" Perguntei sem entender aquela expressão.
"Você não percebeu o jeito que aquele cara na moto te encarou?" Perguntou Vanessa impressionada.
"Achou ele bonito?" Perguntei sem responder a primeira pergunta.
"É lógico! Aquele homem é belíssimo!" Exclamou Vanessa.
"Pois é! É ele que é o professor de inglês a quem eu falava agora pouco!" Continuei.
Vanessa saiu do lugar onde estava e foi para o meio da rua para ver se via Daniel.
"Ai meu Deus!" Gritava Vanessa animadamente. "Ele é... perfeito! E na cara de que ele está afim de você!"
Olhei para Vanessa dando um sorriso amarelo como se oque acabei de ouvir fosse apenas loucura da cabeça dela.
"Oque foi?" Continuou. "Estou falando sério, eu vi uma química rolar durante um tempo quando ele passou!"
Entrei no carro e via Vanessa passar pela frente do mesmo indo para o lado do carona.
"Ele não gosta de mim! Homens como o professor Daniel são provavelmente heteros!"
Vanessa entrou no carro, e me encarou de frente.
"Provavelmente!" Repetiu ela essa palavra deixando meu peito queimar.
Será que o professor era gay? E se ele fosse gay, será que ele ficaria com alguém como eu? Apoiei minha cabeça sobre o vidro da janela do carro enquanto pensava sobre essas e mais perguntas que surgiam em minha mente.

Saudações Ao Professor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora