O primo amado

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Já era o horário de Vanessa vir me buscar, mas ela não veio. Estava atrasada.
Eu ia ligar para ela já que a mesma não mandava mensagem.
Peguei meu celular toquei na tela para ir nos contatos quando ouvi sua voz do lado de fora. Por que ela não tocou a buzina do carro?!
Fui até o lado de fora e vi que Vanessa não estava com seu carro.

Vanessa e eu fomos para a escola de ônibus. Mamãe sempre me dava dinheiro para o ônibus, como uma espécie de precaução de caso isso acontecesse.
"Como foi que fizeram pra apreender o carro?!" Perguntei.
"Eu tava na rua, daí o policial pediu os documentos, só que eu não tava com minha carteira de motorista falsificada!"
"Vai ficar sem carro por quanto tempo?!"
"Não sei, papai vai vender meu antigo pra comprar um novo!"
"Ah sim!"
O pai de Vanessa era super de boa com a filha. Deixava ela andar de carro mesmo a ela sendo menor de idade. Bastava Vanessa não sujar o nome dela e tomar cuidado que o pai liberava a filha. E Vanessa sabia se prevenir!
Ela sempre aprontou, mas nunca o pai ou outras pessoas ficaram sabendo. Vanessa sabia ser discreta.

Na hora do intervalo Vanessa pagou meu lanche já que eu tinha que guardar meu dinheiro para minha passagem de ônibus.
"E então? O que aconteceu de bom hoje?!" Perguntou ela.
"Nada de mais! E com você?"
"Comigo nada de mais também!" Ela olhou para trás de mim. "Olha a garota gótica até que bonitinha hoje!"
"Onde?!" Olhei para trás e vi Vanessa com os amigos dela.
Dei um aceno de mão para eles, inclusive Matheus.
Virei para frente e vi a cara de Vanessa.
"Não sabia que você falava com ela!"
"Comecei a falar com ela ontem!"
"Já pegou o boyzinho lá?!
Engasguei tomando suco depois olhei para Vanessa.
"Oque?! De quem você está falando?!"
"Ora de quem, do gatinho que tava do lado dela, o que acenou pra você!"
"Não!" Respondi. "Eu nunca peguei ele! Quer dizer... não aqui na escola!"
Vanessa arregalou os olhos.
"Então onde foi?! Na sua casa?!" Ia responder mas Vanessa me interrompeu. "É grande?! Doeu?!"
"Shiiii!" Fiz um sinal pra ela se calar. "Não! Ele não foi pra casa! Conheci ele na festa de sexta!"
"Ah sim! Lembrei! Vi você aos chupões com ele!" Vanessa fez mais uma vez uma cara de safada enquanto passava a ponta da língua no canudo do refrigerante.
Sorri e voltei a comer.

Quando a última aula acabou fui até o pátio encontrar com Vanessa junto de Carla. Nós havíamos conversado bastando hoje.
Vanessa nos viu e perguntou se eu ia com ela.
"É óbvio! Com quem mais eu iria?"
Ela olhou para o lado de fora e eu seguir seu olhar.
Ai meu Deus! Lá fora estava Pedro me olhando.
Mas lembrei que Vanessa iria de ônibus sozinha.
"Não vou poder ir com ele! Você não pode ir de ônibus sozinha!"
"Ônibus?" Perguntou Carla. "Você não tem carro?!"
"Tinha! Mas fui pega!" Respondeu Vanessa.
"Então você aceita uma carona? Tenho meu carro!"
Vanessa sorriu para Carla.
"Eu não iria incomodar?!"
"Lógico que não! E mesmo assim deve ser sufocante ir de ônibus uma hora dessas!" Falou Carla.
Realmente! Vanessa não aguentaria ir de ônibus uma hora da tarde! O sol é muito quente, no ônibus fica muito calor e ainda fica cheio de gente. Apesar de que o coletivo tem que ficar parando para pegar ou deixar passageiros.
"Okay então! Vou com Carla e você vai com o garoto!"
Dei um leve suspiro.
"Okay!"
Fomos para fora da escola. Dei um abraço em Pedro e vi Vanessa ir com Carla. Ela me mandou um gesto do tipo: vou te ligar.

Eu e Pedro almoçamos em um restaurante e depois fomos até o forte que há na cidade. O dia estava agradável.
Ficamos conversando, por muito tempo. Nós paramos um pouco o assunto e ficamos olhando para o rio.
"Quando minha mãe morreu e eu tive que viajar pro Rio de Janeiro pensei muito em você!" Disse ele abrindo o jogo.
"Eu também! Fiquei morrendo de saudade! Pensei que você iria voltar logo, mas não foi bem assim." Admiti.
Ele me olhou e eu o encarei.
"Senti muito a sua falta!"
Pronto! Falei! Agora podemos se beijar!
Ele me olhou e aproximou seu rosto do meu, estava tão perto que senti sua quente respiração.
Fechei os olhos.
Estava pronto!
Mas meu celular toca. E estraga tudo. Aplausos para a pessoinha que ligou!
Dou um salto e retiro o celular do bolso completamente envergonhado.
"Oi, oi! Quem é?" Eu parecia um idiota.
Nem prestei atenção em quem estava ligando.
A voz de Vanessa parecia irritada.
Ela havia tocado no nome de Carla.
"Aquela garota é doida! Ela disse que ia me levar em casa e acende um cigarro de maconha e eu que não ia ficar naquele carro com um cheiro horrível! Saí e peguei um ônibus, mas aí eu lembrei: EU NÃO SEI ANDAR DE ÔNIBUS!"
Falava Vanessa do outro lado da linha completamente fora de si.
Coitada!
"Ainda bem que eu fui para o final da linha que eu conheço! Peguei um ônibus que parecia ser conhecido e desci na esquina da rua da sua casa, mas aí eu vejo uma coisa: VOCÊ NÃO ESTÁ AQUI!"
Não disse nada. Deixei ela se acalmar sozinha.
"Agora me diga! Porque você não está em casa?!" Perguntou ela.
Eu sabia que se eu falasse algo de errado ela me mataria.
"É que... e-eu estou com o Pedro! Aqui no forte!"
O silêncio tomou conta da linha. Vanessa me perdoaria por isso?!
"Okay! Te dou meu perdão!"
Suspiro aliviado.
Mas já era tarde! Tinha de ir para casa.
"Mas me espere Vanessa! Chegarei aí em aproximadamente trinta minutos!"
Desliguei o telefone.
"Você já quer ir?" Perguntou Pedro.
"Tenho que encontrar com Vanessa! Ela está me esperando!" Respondi com a cabeça baixa.
Ele sorriu.
"Okay!" Disse ele me acompanhando seu carro.

Saudações Ao Professor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora